domingo, 19 de outubro de 2014

Yves Saint-Laurent


 Diretor: Jalil Lespert
Atores: Pierre Nimey, Guilhaume Gallienne, Charlotte Le Bon, Laura Smett, Marie de Villepin, Rubem Alves, Alexandre Steiger, Anne Alvaro
Gênero: Biografia
Diração: 106 minutos


Ano: 2014

Sinopse: Paris, 1957. Com apenas 21 anos, Yves Saint-Laurent (Pierre Nimey) é chamado para cuidar do futuro da prestigiosa grife de alra costura fundada por Christian Dior, falecido recentemente. Depois de seu desfile triunfal, ele vai conhecer Pierre Bergé ( Guilhaume Gallienne), e este encontro irá balar sua vida. Amantes e parceiros de trabalho, os dois se associam afim de criar agrife YSL. Apesar de suas obsessões e demônios interiores, Saint-Laurent,vai revolucionar o mundo da moda com sua abordagem moderna e iconoclasta.


Mais uma cinebiografia que me deixou tocada, pois conhecemos ou melhor, foi permitido conhecer e admirar o mito e não o homem. Embora o importante seja conhecer o ser humano por trás do mito, toda sua gama de fragilidade e grandezas, angústias e realizações e este filme, permite isso, a história de Yves é simplesmente linda... Com a autorização e supervisão de Pierre Bergé, o filme mostra um período de vinte anos, de 1957 a 1976, onde podemos conhecer sua trajetória e somos brindados com uma história linda de amor e de seu momentos de alto e baixo na sua vida profissional, pessoal e em relação à sua saúde, pois tinha Transtorno Bipolar (alterações de humor: passando de uma fase produtiva que o levava a exaustão até uma completa  e profunda depressão). Neste período de sua carreira, estão presentes a modelo famosa: Victorie Doutrelean (Charlotte Le Bon), a guinada na carreira com a coleção Mondrian, o primeiro encontro com a musa Betty Castroux (Marie de Villepin) e a subversão do feminismo da mulher YSL, desafiadora na década de 70. Durante as décadas de 1960/1970, Yves viria a alterar alguns dos mais importantes paradigmas do mundo da moda. Aliando o senso prático ao requinte,é lançada a moda "prét-a-porter", caracterizada por criações do autor a preços acessíveis, o que fez de sua marca, um dos mais importantes símbolos de bom gosto e sofisticação. Em 2002, YSL deixa o mundo da moda, após um desfile onde faz a retrospectiva de seus 40 anos de carreira. Seis anos depois morre com 71 anos, com cancro cerebral. É mostrado no filme como uma pessoa criativa, genial, apaixonada, corajosa, provocadora, adorada e atormentada (atormentado pelo perfeccionismo e neurótico pelo sucesso).  Curiosidades:  a jornalista François Guilhaume Lorrein do



Le Point escreve: "Nimey e Gallienne dão vida à relação tão complementar entre o gênio e o executivo de forma comovente. Pierre Bergé, que desejou o filme, não foi contra algumas revelações. Com isso o filme ganha em força e sinceridade". O ator Pierre Nimey, para construir o personagem, mergulhou completamente no universo de Saint- Laurent: assistiu a todas as entrevistas na televisão, passou horas com pessoas que o conheciam bem o estilista, teve aulas de costura  e desenho e se debruçou sobre o acervo da Fondation Pierre Bergé - Yves Saint- Laurent, que conta  com oito mil peças criadas pelo designer. Dedicou meses estudando e se preparando para viver o personagem, tanto que quando Pierre, o parceiro de negócios e na vida, chorou  ao vê-lo pela primeira vez, depois de duas horas de maquiagem. Disse: "fiquei desconcertado, até chateado, porque é muito difícil, às vezes cheguei a pensar que era o próprio Yves, é um sentimento enorme, fiquei impressionado com a atuação dele". Na vida real, na sua parceria com Yves, que sempre foi o artista, o gênio, ele foi o empresário, o braço direito, que fez de tudo para que o outro brilhasse. O ator Nimey, diz que Pierre conseguiu enxergar algo de Yves nele, e isto foi muito gratificante, pois trabalhou duro para que isso pudesse acontecer. E lembrou quando pesquisou sobre seu personagem, que em uma das entrevistas dada por ele, onde foi bombardeado com inúmeras perguntas, sobre ser muito jovem para assumir uma grife tão famosa, no entanto respondeu com simplicidade: "eu não posso descrever como me sinto, mas vou dar o meu melhor até o fim. E assim foi..."O mesmo ocorreu com o ator, informa ter dado o seu melhor para compor este personagem tão complexo. Os dois atores Nimey e Gallienne foram muito elogiados pelos seus desempenhos no filme, dando vida aos personagens com tanta precisão, que sensibiliza. Recomendadíssimo!!! Assista e comente.

domingo, 12 de outubro de 2014

Cidade dos Anjos



 Direção: Brad Silberling
Atores: Nicolas Cage, Meg Ryan, Andre Braugher, Colm Feore, Robin Bartlet, Deniz Franz
Gênero: Romance
Duração: 114 minutos
Ano: 1998                  


Sinopse: Em Los Angeles, uma dedicada cirurgiã(Meg Ryan), fica arrasada quando perde um paciente durante uma operação, no mesmo instante em que um anjo (Nicolas Cage), que estava na sala de cirurgia, comça ase sentir atraído por ela. Em pouco tempo ele fica apaixonado pela médica e resolve ficar visível para ela, afim de poder encontrá-la frequentemente, o que acaba provocando entre os dois uma atração, apesar de ela tenha um sério relacionamento com um colega de profissão. O ser celestial não pode sentir calor, nem o vento no rosto, o gosto das frutas, o toque em suas mãos. Então começa a cogitar a possibilidade de deixar de ser imortal para poder amar e ser amado intensamente.

Adoro este filme, lindo e tocante, quem não gostaria de ter um "anjo" Seth/ Cage, "caindo" por você??? Até euzinha. A parceria Cage e Ryan deu certíssimo, os dois são lindos e talentosos, carismáticos. O filme é um remack do franco-alemão Asas do desejo, filmado em preto e branco, para dar uma ênfase na questão dos anjos não verem cor, do diretor alemão Wim Wenders, em 1987. Mas sinceramente e apesar de divergirem em alguns pontos, minha alma romântica prefere a versão americana, com muito mais produção, (paisagem e fotografia belíssimas), músicas marcantes e suas nuances mais trágicas, mas não menos belas. Todos acreditavam que seria mais um romance sobre anjos e humanos, algo já explorado diversas vezes, mas Cidade dos Anjos foi inova, cria um



"mundo dos anjos": sendo tudo muito perfeito, suas roupas escuras, seus diálogos escassos, posturas, seus encontros ao nascer e pôr do sol, mas principalmente, a sua onipresença, usando o seu poder para ajudar a humanidade, promovendo equilíbrio e ajudando quando fazem a passagem deste plano para outro. Passam uma idéia de paz e harmonia, o diretor dirige com tanta sensibilidade e maestria, que temos a sensação de participar deste mundo mágico e especial criado por ele. Seth/Cage, olha para nós humanos com tanto cuidado e carinho, que eternece. Não tem como não se sentir tocado, o filme emociona (tanto pela beleza de suas imagens, como pela força de sua narrativa), alegra encanta, com um elenco que desempenha perfeitamente bem seu personagem. O anjo Seth acompanha vários humanos, mas uma médica Maggie Rice (Ryan) chama a sua atenção pela paixão com que desempenha sua profissão e que fica inconformada quando perde um de seus pacientes. Um chamada a mais no filme: desperta uma reflexão sobre se existe algo além dos conhecimentos do mundo físico, uma força maior que nos move...Acaba se apaixonando por ela e resolve se aproximar, na tentativa de descobrir os encantos do mundo humano, uma vez que neste filme, os anjos não tem a capacidade de sentir, sua percepção do mundo é muito diferente da nossa. A escolha do álbum, não poderia ser melhor, com músicas do Eric Clapton, U2, If god will send his Angels; da banda Goo goo dollls, Iris; de várias faixas do já conhecido compositor Gabriel Yared, indicado várias vezes ao Oscar e vencedor pela Melhor Canção Original do filme O paciente inglês; e pela premiada Alanis Morissette, com Uninvited. Suas trilhas sonoras fizeram tanto sucesso, que mesmo anos depois do filme ser lançado, ainda era procurado no mercado nacional e internacional, foi um dos álbuns mais


vendidos. Quanto a fotografia, bem este é um caso a parte, onde cada tomada é uma pequena pintura, uma obra, desde o início do filme, John Seale, com sua fotografia naturalista, encanta, as tomadas são perfeitamente gravadas, dando um ar de superioridade, de muitíssimo bom gosto, estupendas do começo ao fim. O filme teve indicação ao Globo de Ouro, no quesito Melhor Canção Original, Uninvited, de Alanis Morissette. A música também foi indicada ao Grammy, de Melhor Canção Original e Melhor Trilha Sonora, para cinema. No MTV Awards (1999), teve indicação de Melhor Canção para cinema, Iris e para Melhor Dupla de Cinema (Nícolas Cage e Meg Ryan). No Satélite Awards (1999), também teve indicação a categoria de Melhor filme para cinema. Enfim, o conjunto todo da obra é maravilhoso, filme recomendadíssimo, essencial para os amantes de um bom romance e para os que não gostam também, pois este filme conquista a todos. É linnnndo!!!   

sábado, 11 de outubro de 2014

Blue Jasmine



Direção: Woody Allen
Atores: Cate Blanchet, Alec Baldwin, Sally Hankins, Peter Sarsgaad, Michael Stuhlberg, Luis C,K,, Bobby Cannavale
Gênero: Comédia
Duração: 98 minutos  


Ano: 2014

Sinopse: Uma mulher rica que vive na alta sociedade de Nova York (Cate Blanchet), perde todo seu dinheiro e é obrigada a morar em São Francisco com sua irmã (Sally Hankins), em uma casa muito modesta. Ela acaba encontrando alguém (Peter Sarsgaad) na Bay Area, que pode resolver os seus problemas financeiros, mas antes precisa descobrir quem ela é realmente, e precisa aceitar que São Francisco será sua nova casa.


Mais uma direção do polêmico Woody Allen, pela primeira vez dirigindo a maravilhosa Cate Blanchet, que está divina (elegante, charmosa) e talentosa como sempre, faz uma neurótica com perfeição, bem ao estilo do diretor. Cate compõe o personagem com uma entrega admirável, com uma construção ao mesmo tempo profunda e complexa, mostrando mais uma vez um personagem rico e sem igual, na sua galeria de interpretações. Teve um  interpretação brilhante, ganhando o Oscar 2014, de Melhor Atriz, merecidamente. O filme como um todo, é muito bem montado e dirigido, vai sendo mostrado do passado ao presente com muita competência. Com bela direção de fotografia de Javier Aguirresaroba, as cenas são apresentadas com muito requinte e planejamento nos dois ambientes, mostrando claramente a ambivalência dos dois mundos (luxuoso e o outro simples e modesto), um amplo e claro, o outro fechado, com cores mais escuras, promovendo um maravilhoso e excelente efeito


visual. Jasmine é inicialmente mostrada como uma mulher deprimida e neurótica, na casa dos 40 anos, que vê seu mundo de riqueza e ostentação, desabar e a partir daí tento que "engolir" seu orgulho e pedir ajuda a irmã, que durante todo período em que foi rica, nunca teve a menor consideração (fazendo questão se ignorá-la), e que mesmo assim, no presente, ainda não sente constrangimento de demonstrar o desprezo que sente pela nova situação. É apresentado um contraste maravilhoso de dois mundos e de duas personalidades: uma egoísta, fútil e superficial (bela por fora mas emocionalmente perturbada) e a outra, simples (não tão bonita externamente, mas com uma alma reluzente) generosa, que passa por cima de tudo para simplesmente ajudar. O elenco está excelente, com personagens dramáticos, cômicos e engraçados, principalmente o Chili (Cannavale) namorado da personagem de Sally (Ginger), está ótimo, como um imigrante italiano. Curiosidades: O nome do filme "Blue" aponta para o estado da protagonista, pois além de azul, também significa melancólico, deprimido, no inglês. E ainda é uma homenagem a música Blue moon, que toca diversas vezes durante o filme. É o primeiro filme de Allen nos Estados Unidos, desde 2009, quando lançou Tudo pode dar certo. Desde então rodou três filmes na Europa:  Você vai conhecer o homem dos seus sonhos (2010), Meia-noite em Paris (2011) e Para Roma, com amor (2012). Foi a esposa de Allen, Soon-Yi Previn, quem deu a idéia para a trama de Blue Jasmine, ao contar a história de uma mulher que conheceu e que passava por uma crise pessoal e financeira. É o terceiro filme dirigido por Allen, que conta com Baldwin no elenco, Os demais foram: Simplesmente Alice (1990) e Para Roma, com amor (2012). O ator Bradley Cooper chegou a ser convidado para atuar ni filme, mas teve que desistir devido a problemas com a agenda. Luis C,K,, fez uma audição para o personagem Augie, mas o diretor achou que ele era bom demais para o papel e acabou oferecendo outro personagem, chamado Al. Apenas Cate Blanchet e Sally Hawkins, tinham o roteiro completo durante as filmagens. O filme teve três indicações ao Oscar 2014, para Melhor Atriz, Atriz Coadjuvante Sally e Roteiro Adaptado, só ganhou para Melhor Atriz. Recomendo, muito bom!!!