domingo, 23 de agosto de 2015

O feitiço de Áquila


Diretor: Richard Donner
Atores: Mathew Broderick, Rutger Hauer, Michelle Pfeiffer, Alfred Molina, John Wood, Ken Hutchison, Leo Mckern
Gênero: Aventura
Duração: 125 minutos
Ano: 1985


Sinopse: Europa, século XII, o Bispo de Áquila (John Wood), toma consciência que sua amada Isabeau Danjou (Michelle Pfiffer), está apaixonada por Etienne Navarre (Rutger Hauer), o cavaleiro chefe da Guarda Especial. O Bispo fica possuído de raiva e ciúme e lança uma maldição sobre o casal, que ficam impedidos de se entregar um ao outro. Eles tem como único aliado Philipe Gaston (Mathew Broderick), mais conhecido com Rato, que é o único prisioneiro que escapou das muralhas da prisão de Áquila.



Um encanto de filme, que se passa na bela Itália, em uma cidadezinha medieval e tem como tema um amor impossível entre Isabeau e Navarre, devido a um poderoso feitiço, realizado por um Sacerdote ambicioso e invejoso, que fez uma barganha com o Demônio, que deu ao novo "convertido" o poder de conjurar uma terrível maldição que impede que o amor deles se realize. Sonham: "um dia conseguiremos a felicidade que duas pessoas sonham mas nunca encontram".  Filme baseado no romance de Joan D.Vinge, que retrata uma lenda do século XIII. A história é envolvente, tem ótimas atuações (sofrimento percebido quase que de forma palpável, nos personagens de Etienne e do padre arrependido, e de Michelle, com sua presença linda, etérea e sedutora), uma direção competente e um excelente trabalho técnico: Montagem de Stuart Baird, Figurino impecável de Naná Cecchi e a bela direção de arte de Ken Court e Giovanni Nataluci que criam um realismo à cidade medieval, repleta de montanhas nevadas, masmorras, castelos e catedrais belíssimas. Tem ainda a Direção de Fotografia assinada por Vittorio Storaro, que explora muito bem as paisagens das regiões (Parma-Castelo de Torrechiara, região Emilia-Romagna, aldeia Castell'Arquato em Soncino, Vêneto, Lácio). Deixando sensibilidade ao



captar com precisão os lindos momentos em que o Sol surge e desaparece no Horizonte, que tem importante função narrativa, ajudando a compor a história, destacando o contraste entre a noite e o dia. Que é a idéia principal do filme,o casal vive um amor impossível como Sol e a Lua, que quase  nunca se encontram. E também não poderia deixar de falar da Trilha Sonora que é linda, mesmo que não seja tão coerente com a época, mas ajuda a compor as cenas, composta por Andrew Powell e produzida por Allan Parsons, O diretor afirmou que estava ouvindo The Allan Parsons Project enquanto procurava as locações, e ficou incapaz de separar suas ideias visuais da música. Powell então combinou música orquestrada tradicional e cantos gregorianos, com material de rock contemporâneo progressivo-infundido, pata efeito controverso. Ficando perfeito!!! Também tem outras músicas lindas de Enigma-Between Mind e Hearl, Journey-Loved by you, Hurt-Christina Aguilera, Joe Cocker-Edge of a Dream. O filme foi indicado a dois Oscars, de Melhor Edição de Som e Mixagem de Som, mas não venceu. Ganhou o prêmio para Melhor Filme de Fantasia e Figurino no Saturn Award, sendo ainda indicado nas categoria de Melhor Atriz (Michelle Pfeiffer) e Melhor Trilha Sonora (Andrew Powell).  Amo a cena principal do filme, que é quando acontece a transformação:"Sempre juntos, eternamente separados", Apenas no momento do nascer do Sol é que os dois podem ter um instante, o vislumbre do que outrora foram e quase se tocam, é lindo!!! Exilado na tristeza, Etienne segue seu destino, com seu garanhão Golias,pelos campos da Europa, com seu falcão. Emocionante mesmo!!! Capaz de tocar até ao mais frio dos expectadores. Curiosidades: o papel de Navarre estava destinado ao ator Kurt Russell, que desistiu um pouco antes do começo das filmagens, tendo sido escolhido então, o ator holandês Rutger Hauer. O jovem ator Mathew Broderick parece ter tido muita liberdade para trabalhar suas tiradas cômicas que tanto eram desejadas pelo público, desde suas anteriores comédias de sucesso, pois seus diálogos não sugerem um comportamento medieval, mas sim contemporâneo. A escolha dos animais em que os personagens se transformam foram cuidadosas: O falcão é o símbolo da beleza e o lobo é normalmente solitário, e ambos são monogâmicos, e no filme, nenhum deles tem qualquer memória da sua meia vida em forma de animal. Este conto também possui um paralelo com a Psiquê Humana, sendo possível traçar uma comparação com a Psicologia Analítica (Jung), presença dos Arquétipos mais comuns: Anima/Animus, Ego,Velho sábio, Sombra, Self, Persona. Interessantíssimo!!! Talvez por isso o filme mantem o expectador tão atento e acaba saindo do cinema tão mexido emocionalmente.
Recomendo: é um filme visualmente lindo e romântico,