sexta-feira, 27 de maio de 2016

Nosso amor de ontem


Diretor: Sidney Pollack
Atores: Robert Redford, Barbra Streisand, Bradford Dillman, Lois Chile, Patrick O'Neil, Vivieca Lindfors, Murray Hamilton, James Woods
Gênero: Romance
Duração: 118 minutos


Ano: 1973

Sinopse: Em 1937, Katie Morosky (Barbra Streisand), uma judia comunista desperta a atenção de Hubbell Gardner (Robert Redford), um protestante de família rica. Cada um segue seu caminho, ele se dedicando a escrever e ela trabalhando em uma rádio. Quase oito anos depois, os dois se encontram por acaso em uma boate, quando Katie o vê cochilando sentado. Provavelmente por serem bem diferentes e os opostos se atraem, os dois se apaixonam. Porém, Katie se sente pouco à vontade com os amigos de Hubbell e isso se torna motivo para brigas constantes. Após discussões e o fracasso do primeiro livro de Gardiner, eles vão para Hollywood, onde Bubbell escreverá o roteiro de um filme para J. J. (Bradford Dillman), um amigo dele que se tornou produtor. Katie diz que está grávida, mas nem tudo corre bem, porque o Macarthysmo domina o país, transformando a liberdade de expressão em algo perigoso que pode custar o emprego e a liberdade de quem desafia o Comitê de Atividades Anti-americanas.


Filme maravilhoso, com a música inesquecível The way we where, tocada ao longo da projeção de todas as formas, com os mais variados instrumentos. Linnda!!! E os atores Robert Redford e Barbra Streisand, dois das maiores lendas do cinema, formam o par romântico, que atraem e cativam a todos nós. Sem falar que estão no auge da beleza, magníficos. Ela,  Katie (Barbra) uma jovem politizada e ativista e Hubbel (Redford); ele, um jovem esportista, mas com talentos de escritor, ambicioso que pretende chegar a Hollywood, acabam se conhecendo nos tempos da universidade (frequentam a mesma turma de redação) e se apaixonam apesar de toda divergência religiosa, política e temperamentais, sendo o amor deles colocado à prova devido a grande divergência de visão de mundo, e ainda tendo como pano de fundo os eventos históricos  das décadas de 30 e 50. Enfim, a história/roteiro, enchem a tela de magia, com mais este casal que vive um romance atemporal. Emocionante!!! A fotografia de Harry Stradding Jr, é belíssima, retratando com muita precisão o período Macarthysta (Senador Joseph McCarthy, promoveu um verdadeiro "caça às bruxas" ao comunismo e simpatizantes a ele). Tendo ainda como diretor musical Marvin Hanlisch, que teve seu brilhantismo muito bem recompensado, ganhando muito prêmios como Grammy em 1974, como Melhor Álbum de Trilha Sonora para cinema, Venceu no Oscar 1974 em Melhor Trilha Sonora e Canção Original e No Globo de Ouro, também venceu na categoria de Melhor Canção Original.
Indicações e premiações: ao Oscar, indicação para Melhor Atriz (Barbra), Fotografia e Figurino (Dorothy Jeakins e Moss Mabry). Ao Globo de Ouro, indicado para Melhor Atriz de cinema-drama (Barbra), Ao BAFTA,para a mesma categoria, e venceu no Prêmio David di Donatello, para Melhor Atriz Estrangeira (Barbra).


Curiosidades: é o terceiro de sete, em que o diretor Sidney e o ator Redford trabalham juntos: Esta mulher é proibida (1966), Mais forte que a vingança (1972), Três dias de Condor (1975), O cavaleiro elétrico (1979), Entre dois amores (1985), Havana (1990), Este é o primeiro filme que tornou conhecido o ator James Wood,  com pequena participação,mas foi o bastante para chamar a atenção.
Trecho lindo da música The way we where (Do jeito que a gente era):  "As lembranças iluminam as esquinas da minha mente. Lembranças nebulosas pintadas em aquarela. Do jeito que a gente era. Imagens despedaçadas de sorrisos que deixamos para trás. Sorrisos que demos um para o outro. Pelo jeito que a gente era". Affff!!!!
Recomendo. E para os românticos, fica a dica: preparem os lenços.

domingo, 1 de maio de 2016

O jogo da imitação


Diretor: Morten Tyldum
Atores: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Mathew Goode, Mark Strong, Rory Kinnear, Charles Dance, Allan Leech
Gênero: Biografia
Duração: 115 minutos
Ano: 2015


Sinopse: Durante a Segunda Grande Guerra Mundial, o Governo Britânico monta uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma, o famoso código que os alemães usam para enviar mensagens aos submarinos. Um de seus integrantes, Allan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de 27 anos, estritamente lógico e focado  no trabalho e tem problemas de relacionamento com praticamente toda a equipe,apesar de liderá-la. Seu grande projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades de codificação do Enigma em apenas 18 horas,de forma que os ingleses conheçam as ordens enviadas, antes que sejam executadas. Entretanto,para que o projeto dê certo, Turing terá que aprender a trabalhar em equipe e tem Joan Clarke (Keira Knightley), única mulher do grupo, como sua grande incentivadora.


Um bom filme, com excelentes atuações, mas que não empolga, por ser apresentado de forma muito burocrática. Mas aborda uma situação que poucas pessoas fora da política ou sem patente militar conheciam, mas que foi decisivo para o fim dos combates na Segunda Guerra Mundial. O filme é uma biografia (parcial) adaptada do livro "Alam Turing: The Enigma", escrito por Andrew Hodges, Que nos apresenta Turing: criptoanalista, matemático e filósofo britânico, nascido Alan Mathison Turing (1912-1954), que é hoje considerado um dos precursores da computação moderna. Durante a Segunda Grande Guerra, ele e a sua equipe altamente sigilosa, deram uma ajuda fundamental aos Aliados na descodificação do código Enigma, que os nazistas utilizavam para comunicar secretamente os planos de ataque. Já durante o pós-guerra, Turing projetou um dos primeiros computadores programáveis no laboratório nacional de física do Reino Unido. Entre muitas outras coisas, os seus estudos serviram ainda para abrir portas a uma das questões mais pertinentes da tecnologia da atualidade: a possibilidade teórica da inteligência artificial.
Apesar de todo o reconhecimento, a sua carreira terminou abruptamente em 1952, depois de ter sido processado por atentado ao pudor, acusação que culminou numa condenação por homossexualidade, à época ilegal no Reino Unido. A 8 de Junho de 1954, dois anos depois de iniciar um tratamento com injeções de hormônios que provocam castração química (que preferiu à prisão), Turing foi encontrado morto na sua própria casa. A morte prematura, antes e completar 42 anos, foi classificada como suicídio, embora muitos, começando pela sua mãe, refutem a conclusão. Parece que o gênio que salvou tantas vidas na guerra, não conseguiu salvar a si mesmo.
Em Setembro de 2009, depois de uma campanha liderada por John Graham-Cumming, o Primeiro-Ministro Gordon Brown fez um pedido oficial de desculpas público em nome do Governo Britânico, devido à maneira pela qual Turing foi tratado. Finalmente, a 24 de Dezembro de 2013, o matemático recebeu o perdão da rainha Elizabeth II.



Curiosidades: Em uma citação, Wisnton Churchil afirmou que Turing fez a maior contribuição estimulante na Guerra da Grã-Bretanha. Como Turing sofreu um terrível tratamento como pessoa, por ser homossexual, o ator Benedict diz que "o filme trás à tona, o ser humano extraordinário que ele era". O ator ficou fascinado pela história de Turing e se dedicou a compor com esmero o personagem. Como inglês que é, afirma que isto é uma parte vergonhosa que o seu país carrega em sua história. E que acabou tendo um colapso nervoso (choro convulsivo em uma das cenas finais), por se envolver tanto como o personagem (apaixonou-se verdadeiramente), ficou pensando no quanto Turing tinha sofrido com isso tudo e na profundidade que tudo isso tinha lhe afetado. Os dois protagonistas do personagem, tiveram de usar uma prótese dentária para ficarem com os dentes idênticos ao de Turing.
A máquina de Turing "Christopher" vista no filme é baseado em uma réplica do aparelho original,que está localizado no Museu Bletchley Park, só que um pouco menor, que o mostrado no filme. A Revista Time, classificou a interpretação de Turing por Benedict, como a primeira da Lista de "Melhores Performance de 2014". O atores: Keira, Benedict e Mathew Goode são amigos fora da telona. Esta é uma estréia em língua inglesa, do diretor norueguês, Mortem. O ator Leonardo DiCaprio estava originalmente escalado para estrelar o longa. Vários diretores foram considerados pela Warner Bros para dirigir o projeto, como: Ron Howard, e David Yates. Descendentes da família, aplaudiram o filme, alegando que é um resgate à sua memória, um reconhecimento da importância do seu trabalho, que não era até então valorizado, ou até mesmo desconhecido, pois sua missão era estritamente sigilosa. O filme foi elogiado pela crítica e um sucesso nos Estados Unidos e no Reino Unido. Indicações: ao Oscar 2015, para Melhor Filme, Ator, Atriz, Montagem e Trilha Sonora, vencendo para Melhor Roteiro Adaptado. Ao Globo de Ouro foi indicado a Melhor Filme Drama, Ator em Drama, Atriz Secundária, Argumento,Trilha Sonora e Roteiro de Cinema. Ao BAFTA para Melhor Filme e Ator (Benedict). A história da "computação" já pode ter sido contada, mas não com o foco no seu "criador", que tinha uma personalidade complexa (arrogante, tirânica, introvertida), delicado para falar, irônico com humor inteligente e sutil,mas socialmente deficiente. Vale a pena ser visto. Recomendo!!!