quarta-feira, 22 de junho de 2016

O silêncio dos inocentes


Diretor: Jonathan Damme
Atores: Anthonny Hopkins, Jodie Foster, Ted Levine, Scott Glenn, Anthony Heald, Diane Baker
Gênero: Suspense
Duração 118 minutos


Ano: 1991

Sinopse: Clarice Starling (com a brilhante Jodie Foster) é escolhida para investigar uma série de assassinatos cometidos por um criminoso conhecido como Buffalo Bill” (Ted Levine), que tem como hobbie arrancar a pele de suas vítimas, que via de regra, são mulheres gordas. Para entender sua conturbada mente, Clarice, a promissora estudante da Academia do FBI se arrisca em conversar com um perigoso psicopata conhecido como Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), que está preso por canibalismo e que não perde oportunidade para cometer suas façanhas.



Este excelente filme, foi umas das maiores surpresas para mim, no Oscar de 1992, pois apesar da indicação, nunca imaginei que fosse ganhar, pois não é o tipo de filme muito bem aceito para representar a Academia, mas ganhou, merecidamente!!! E não só para Melhor filme, foram 5 prêmios ganhos, das 7 indicações. Hopckins e Jodie estão magníficos, ele como o arrepiante Dr Lecter (psicopata mais sedutor da história do cinema: um homem educado, inteligente, manipulador e perigoso), ela como Clarice, a discreta, mas desafiante investigadora da polícia, que precisa enfrentar além do machismo claramente evidenciado no filme (mundo até então categoricamente masculino), como o desafio agonizante proposto por Lecter, que só assim irá colaborar para desvendar o mistério do aterrorizante psicopata que está perturbando o meio social. Foi o terceiro filme a ganhar prêmios em 5 categorias principais, o primeiro foi Aconteceu naquela noite (1934) e o segundo, Um estranho no ninho (1975). É baseado no romance homônimo de 1088, por Thomas Harris, o segundo a apresentar Haniball, um psicopata assassino em série, que realizava canibalismo com suas vítimas. Foi o primeiro ganhador de Melhor Filme a ser amplamente considerado como de Terror, sendo o segundo, O Exorcista (1973). Este filme é considerado "culturalmente histórico e esteticamente" importante pela Biblioteca de Congresso e foi escolhido para ser preservado no National Film Registry em 2011. Também foi citado pelo escritor Steven Jay Schneider, no livro "1001 filmes para ver antes de morrer". Teve como roteirista o próprio escritor, em parceria com Ted Tally, o que acaba contribuindo para o realismo e precisão do filme, juntamente com a montagem e edição (Craig McKay) impecáveis, onde não é possível se perder na compreensão da história como um todo. A música fica por conta de Howard Shore, que compõe o toque de suspense e terror; e para completar a Fotografia mais escura e cheia de nuances, tem como responsável Tak Fujimoto, que à medida que o filme vai se desenrolando, vamos sendo levados gradativamente a um aprofundamento no universo do medo e suspense, não sendo necessário grandes efeitos visuais (detalhes do mundo obscuros dos presidiários, da intensidade do desajuste de Bufallo Bill). E o Figurino ficou a cargo de Colleen Atwood, que compõe com sabedoria a roupagem de Clarice (tons neutros e discretos, uma figura solitária, mas focada no trabalho, que faz tudo para passar despercebida, mas ainda assim marcante) e na de Lecter, criando para ele uma imagem que marcou para sempre a história da sétima arte (com uma espécie de "fucinheira humana"). Assim o filme só poderia ser o sucesso e considerado uma obra prima, como afirmado por muitos: um perturbador e magistral suspense.

Principais indicações e premiações: Foi indicado ao Oscar 1992 para Melhor Filme, Diretor, Ator (Hopkins), Atriz (Foster), Roteiro Adaptado, Edição e Som, sendo que só não ganhou os dois últimos. Pra o Globo de Ouro, inidicado para Melhor Diretor de Cinema, Filme Drama, Ator para Cinema Drama e Roteiro Cinema. No BAFTA, venceu nas categoria de Melhor Ator e Atriz,sendo indicado também para Melhor Fotografia, Direção, Edição, Filme, Trilha Sonora, Roteiro Adaptado. No Festival de Cinema de Berlim (1991), foi vencedor do Urso de Prata de Melhor Diretor e foi indicado ao Urso de Ouro para Melhor Filme. Foi indicado ao Cesar (França) 1992, de Melhor Filme Estrangeiro. Ganhou o prêmio Edgard (Edgard Allan Poe Awards) EUA, para Melhor Filme. No NYCCA 1991 (New York Cartier Cirele Awrads), ganhou de Melhor Filme, Diretor, Ator e Atriz.
Recomendadíssimo!!! É um filme visceral, sentimos muitas emoções conflitantes ao mesmo tempo. Brilhante!!!

domingo, 5 de junho de 2016

Carol



Direção: Todd Haynes
Atores: Cate Blanchet, Rooney Mara, Kyle Chandler, Sara Paulson, Jack Lucy
Gênero: Drama
Duração: 118 minutos
Ano: 2016



Sinopse: A jovem Therese Belinet (Rooney Mara) tem um emprego entediante na seção de brinquedos de uma loja de departamentos. Um dia ele conhece a elegante Carol (Cate Blanchet),uma cliente em busca de um presente de Natal para sua filha. Carol, que está se divorciando de Harge (Kyle Chandler), também não está contente com a sua vida. As duas se aproximam cada vez mais e, quando Harge a impede de passar o Natal com a filha, Carol convida Therese a fazer uma viagem pelos Estados Unidos.

Mais um ótimo filme deste ano, que toca num assunto onde não é mais possível nos ausentarmos de entrar em contato, e no mínimo refletir... Que é o amor em pessoas do mesmo sexo. O amor é uma força da natureza, quase como que o "quinto elemento" e quando menos esperamos acontece!!! E muitas vezes, sem que percebamos e sem que queiramos, apenas sentimos... E o gênero, deveria ser o que menos importa, mas... O filme é muito sensível e delicado, tendo como protagonistas: a maravilhosa Cate  Blanchet, que é a elegância e charme, em pessoa; e a doce Rooney Mara, que cada vez mais se firma com excelente atriz (surpresa para mim foi seu desempenho no filme Millenium, homens que não amavam as mulheres). Ambas dão um banho de interpretação, que acredito que não deveria ter havido indicação para Atriz Coadjuvante, as duas são atrizes principais. Dando vida ao roteiro, interpretando com brilhantismo este delicado tema, ao mesmo tempo com força e fragilidade, de decidir viver uma relação homossexual, numa época (Nova York dos anos 50) com todos os preconceitos e discriminações sociais, em que a única forma de se proteger de retaliações e evitar um escândalo, ainda mais no caso de Carol, que era casada, vivendo um processo de divórcio e tendo uma filha; era reprimir os sentimentos ou torná-los o mais discreto possível. Assim, o diretor constrói um mundo, onde os sentimentos latentes, vão sendo desenvolvidos e tornando conscientes aos poucos, os sentimentos e o próprio relacionamento, vão sendo construídos devagar, com muita delicadeza, de forma contida, mas marcante, tudo mostrado nas "entrelinhas" (olhares, toques suaves), mas com tanta força, que comove. Lindo!!!



O filme foi baseado no livro The Price of salt, de Patrícia Highsmith de 1952. O filme estava em desenvolvimento há mais de 11 anos nas produtoras britânicas Number 9 e Film 4 Productions. Co produzido pela Nova-iorquina Killer Films. As filmagens começaram em 2014 e duraram 34 dias. O filme foi rodado em Super 16 mm. Estreou no Festival de Cannes em 2015, concorrendo à Palma de Ouro, sendo premiado com o Queer Palm e interpretação feminina para a atuação de Rooney Mara. Recebeu 5 indicações para o Oscar 16, de Melhor Atriz (Cate), Atriz Coadjuvante (Rooney), Roteiro Adaptado (Phyllis Nagy), Trilha Sonora Original (Carter Burwell) e Figurino (Sandy Power). Ao Globo de Ouro, para: Melhor Filme Drama, Diretor, Atriz em drama, para as duas atrizes, Trilha Sonora. Ao BAFTA, teve 9 indicações, já que as produtoras são inglesas.
Curiosidades: A atriz Kate Winslet, foi cogitada para desempenhar o personagem de Carol. E para o papel de Therese, inicialmente o convite tinha sido para ela mesma, que acabou recusando, alegando cansaço, após as filmagens de Millenium, então convidaram a a triz Mia Waskowska, que desistiu, para se dedicar ao filme A colina Escarlate (2015), então o papel acabou voltando para Rooney. O primeiro esboço de Phyllis Nagy foi em 1996. A escritora informa que a inspiração para escrever o livro, foi de uma experiência que ela mesma teve no Natal de 1948, quando viu uma senhora loura, elegante vestindo um casaco de pele, logo depois descobriu que estava com catapora e ficou um período de cama, recolhida e que assim teve tempo para dar asas à sua imaginação. O filme foi ovacionado no Festival de Cannes, com a platéia toda em pé.
Recomendo, o filme é lindo, delicado, profundo, com Fotografia belíssima de Edward Lachman, ambientação perfeita. Palmas para o diretor que já é conhecido pelo seu esmero neste quesito.
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