domingo, 10 de setembro de 2017

A cor púrpura


Diretor: Sreven Spielberg
Atores: Woopi Goldberg, Danny Glover, Margareth Avery, Oprah Winfrey, Adolph Caesar, Rae Dawn Chong, Williard E. Ruge, Lawrence Fishbome, Akosua Busia.
Gênero: Drama
Duração: 154 minutos
Ano: 1985


Sinopse: Georgia, 1909, em uma pequena cidade, Cellie (Woopi Goldberg), uma jovem apenas de 14 anos que foi violentada pelo pai, torna-se ma~e de duas crianças. Além de se tornar infértil, Celie é separada dos filhos e de única pessoa que a ama, que é sua amiga e irmâ Nettie (Akosua Busia).  É "doada" para a Mister ((Daany Glover, que a trata com simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provém do fato dele alimentar uma forte paixâo por Shug Avery (Margareth Avery, uma sensual cantora de Blues.Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza com as cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo em que poucos a ouvem), primeiro com Deus,depois com sua irmã, missionária na África. Contudo, o casamento forçado com Mister, permite que ela conheça Sofia (Ophrah Winfrey), que é esposa de Harpo (Willard E. Pugh) e com Shug Avery, o que dá forças à protagonista pata que ela possa seguir em frente em sua vida. Revelando seu espírito brilhante, seu valor e de suas possibilidades.






Filme que me deixou muito impressionada, mas na época não consegui  identificar com clareza, o por quê de tamanha comoção. Depois de anos, é que consegui processar tantos sentimentos, ao mesmo tempo tocados, com a produção. Foi muito marcante!!! É uma história sobre racismo, subserviência e violência contra as mulheres, que foi superado com uma resignação invejável, da qual certamente eu não teria tido. E salvaguardando as proporções, ainda são questões que permanecem atuais (mulher pobre, negra e semianalfabeta, sofre violentamente, ainda em pleno Século XXI, o maior preconceito. O filme é baseado no Romance Epistolar (todos os acontecimentos relatados são em forma de cartas, inicialmente para Deus e depois para a irmã), da premiada ao Prêmio Pulitzer em 1982 e o American Book Award, da afro-americana Alice Walker, que aborda com muita sensibilidade questões de discriminação racial e ainda sexual.  O nome não foi escolhido à toa, que é uma alegoria de todo o processo de autoconhecimento e de des(construção) que passa a personagem de Cellie. Foi dirigido com maestria pelo então conhecido Steven Spielberg, que neste caso, imprime uma outra versão a si mesmo: o diretor ultra sensível e primoroso, dirige um time de "estrelas", mas sem efeitos especiais e tecnologia, trocando o fantástico/sonho pela realidade, o ultra-colorido pelo "preto" da dor e sofrimento. Teve um show de interpretações de todo o elenco: uma até então desconhecida Woopi como a doce, mas determinada Celie e a primeira atuação de Oprah Winfrey, como a obstinada e destemida Sofia. Saí do cinema "odiando" Danny Glover, indignada pelo seu comportamento tão opressor no filme, que só se retratou comigo depois em 1987, com seu engraçado personagem Sargento Roger Murtaugh, parceiro do Mel Gibson (Gibbs) em Máquina Mortífera. Acredito que tenha sido um dos mais injustiçados filmes, na história da Premiação do Oscar. Foi indicado a 11 categorias e não ganhou nenhuma. Sem falar que Spielberg nem chegou a ser indicado a melhor diretor desta obra prima. Apesar de impecável, o filme foi muito criticado na época, por movimentos afro-americanos, feministas e homossexuais ,por não conseguir reproduzir na tela, a profundidade das questões levantadas no livro. Estas críticas são apontadas como a provável motivo do filme ter tido tantas indicações e não levar nenhum prêmio. Também não posso deixar de mencionar o fato de que concorreu com outras produções de grande peso: Entre dois amores (o vencedor do ano),  A honra do Poderoso Prizzi,  O beijo da Mulher-aranha de Hector Babenco, A testemunha e outros que não foram indicados como melhor filme, mas fizeram a diferença: De volta para o futuro, Cocoon e Marcas do destino. Todos divinos, marcaram uma época!!! O filme tem Fotografia simplesmente  bela, de Allen Daviau; Figurino assinado por Agie Guerard Rodgers, Maquiagem de Ken Chase e Música de compostas por dois grandes compositores  e produtores Quincy Jones e Lionel Ritchie.


Curiosidade: a cantora Tina Turner chegou a ser convidada para atuar como a personagem Shug Avery. Foi o segundo filme de Spielberg que não contou com a trilha sonora assinada por John Williams. E tiveram duas indicações para Melhor Atriz Coadjuvante, algo pouco comum.


Indicações e Premiações: Ao Oscar 1986, indicado nas categorias de Melhor Filme, Atriz. Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado,  Direção de Arte, Fotografia, Figurino, Trilha Sonora, Canção Original. Ao Globo de Ouro, foi indicado a Melhor Filme Drama, Diretor e Atriz Coadjuvante (Oprah), ganhando para Melhor Atriz em Drama para Woopi Goldberg. Ao BAFTA, foi indicado para Melhor Roteiro Adaptado. E ao National Board of Review 1986, foi indicado para Melhor Ator Principal (Danny Glover), Atriz Coadjuvante (Oprah) e Roteiro Adaptado.
O filme é belíssimo, do início ao fim, comovente!!! Recomendadíssimo para todos os amantes da Sétima arte. Filme para se ter na coleção. 

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Lion - uma jornada para casa



Diretor: Garth Davis
Atores: Dev Patel, Sunny Pawar, Rooney Mara, Nicole Kidman, Priyanka Bose, David Wenham, Tannishtta Chatterjee, Abhishek Bharate, Nawazuddin Siddiqui
Gênero; Biografia
Duração: 118 minutos
Ano: 2017



Sinopse: quando tinha 5 anos, o indiano Saroo (Sunny Pawar) se perde do irmão numa estação de trem e acaba em Calcutá, enfrentando grandes desafios para sobreviver sozinho, até ser adotado por uma família australiana. Incapaz de superar o que aconteceu, aos 25 anos decide buscar uma forma de reencontra sua família biológica, recebendo a ajuda de sua namorada Lucy (Rooney Mara).

Emocionante!!! Cada vez mais admiro este jovem ator, Dev Patel. Está maravilhoso no papel, num Saroo adulto, expressivo, atormentado (para recompor o seu passado), mas encantador...Amei o filme, é o meu preferido, dos indicados ao Oscar deste ano. É baseado na história da vida de Saroo Brierly, que escreveu sua trajetória no livro "A long way home", e também assina o roteiro do longa. Saroo (Sunny Pawar) nasceu em um vilarejo na região de Khandwa, no oeste da Índia e se perde de seu irmão Guddu (Abhishek Bharate), em 1986. E vai parar 1.600 km adiante, na caótica Calcutá, sem ter nenhuma idéia de como voltar para casa, passando por perigos e privações, motivados pela pouca idade e pela dificuldade de se comunicar, só falava hindi. Passa uma idéia de intensa fragilidade e vulnerabilidade, mas ao mesmo tempo de força e bravura, pois sobrevive, adaptando-se a um novo estilo de vida, a uma nova cultura (ao ser adotado, por pura sorte, já que são milhões de crianças que vivem nesta condição na Índia), demonstrando uma capacidade de resiliência e persistência incríveis. Ao ser adotado, aos poucos vai se esquecendo de sua vida anterior. Mas no início da sua vida adulta, os mistérios de sua vida: de onde veio, de como estaria sua família, voltou com força total e virou uma obsessão, levando tantos outros anos para ser solucionado.



A história é realmente comovente sem ser piegas, sem apelação, tudo na medida certa. Com interpretações maravilhosas do elenco todo, principalmente dos dois Saroos. Tudo apresentado com muita delicadeza e sensibilidade: as angústias e sofrimentos, muito bem apresentados com silêncios ou por música tocante. A idéia da construção do filme, foi para "tocar" o expectador e consegue, com perfeição!!! Pela história de Saroo e de tantas outras crianças em todo o mundo, que vivem em condição de risco, devido à vida, guerras, miséria... Roteiro excelente (Luke Davies e Saroo Brierley), com performances maravilhosas, fotografia precisa de Greig Fraser. Receita de uma produção com todos os ingredientes para encantar e mostrar a que veio, e conseguiu!!! O ator Patel, está simplesmente magnífico, não consigo pensar em outro ator para viver este personagem, está perfeito!!!


Curiosidades: parte do longa foi filmado em Hobart, na Tasmânia, um lugar que não é muito utilizado como locação. Passando a ser uma das maiores produções cinematográficas realizadas na ilha australiana. Sua estréia foi no Festival de Toronto 2016, logo a seguir em Zurique e Londres no mesmo ano. Na Índia, mais de 80,00 crianças desaparecem todos os anos e mais de 11 milhões vivem nas ruas. Para o lançamento do filme, a Fundação # Lion Heart, foi lançada em colaboração com as produtoras do longa, como objetivo de apoio financeiro para as crianças que vivem nas ruas na Índia. O ator mirim Sunny Pawar estreou neste filme, concorrendo com cerca de 4 mil garotos, para interpretar Saroo. E quando estava com 8 anos, não conseguiu participar da estréia do filme nos EUA, por não conseguir um visto. Então os produtores tiveram que fazer um apelo à Segurança Interna, para que pudesse entrar no país. Também não falava inglês quando iniciou as filmagens, mas acaba por estabelecer uma boa amizade com Nicole, sua mãe na trama. Já Dev Patel, passou cerca de 8 meses se preparando para interpretar Saroo: muita academia, deixou a barba e os cabelos crescerem, desenvolveu um sotaque australiano e também visitou o orfanato em que viveu Saroo, por um  tempo e escreveu um diário enquanto, viajava pela índia, refazendo o percurso feito por Saroo, quando criança. A atriz Priyanka Bose, (mãe), viajou para Madhya Pradesch, a fim de conhecer Kamla Munshi, a verdadeira mãe, em que seu personagem foi baseado. Já a atriz, Rooney Mara,pretendia tirar férias, mas mudou de idéia quando recebeu o roteiro de diretor. A verdadeira família Brierley, foi convidada a visitar o set de filmagens e a mãe, foi quem sugeriu o nome de Nicole Kidman, para viver o seu papel na telona. Nicole e David Wenham já trabalharam juntos no filme Austrália (2008). Os atores Hugh Jackman e Colin Firth foram considerados para estrelar o drama. E os atores Sunny e Bharate (irmãos na história), também estarão no elenco de um novo filme Love Sonia, previsto para lançado ainda este ano.


Indicações e Premiações: ao Oscar 2017, foi indicado a Melhor Filme, Roteiro Adaptado, Fotografia, Trilha Sonora, Ator e Atriz Coadjuvantes.Mas não ganhou nada, infelizmente!!! Acredito que Patel deveria ter ganho como Ator Coadjuvante, merecia!!! No Globo de Ouro, foi melhor premiado, vencendo para Melhor Filme em Drama, Ator (Patel) e Atriz (Nicole) em Drama também, Trilha Sonora. Ao BAFTA, venceu para Melhor Ator Coadjuvante (Patel) e Roteiro Adaptado. Ao AACTA Internacional Award, para Atores Coadjuvantes, de novo Patel e Kidman. E no ASC Award para Melhor Fotografia (Greig Fraser).
Recomendadíssimo!!! Maravilhoso na medida certa. 

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Gênio indomável


Diretor: Gus Van Sant
Atores: Matt Damon, Minie Drive, Robin Williams, Ben Afleck, Casey Afleck, Stellan Skarsgard , Cole Hauser, 
Gênero: Drama
Duração: 126 minutos
Ano: 1998

Sinopse: Em Boston, um jovem de 20 anos (Matt Damon) que já teve algumas passagens pela polícia e é servente de uma universidade, revela-se um gênio em matemática e, por determinação legal, precisa trabalhar algumas horas com um professor e fazer terapia, mas nada funciona, pois ele debocha de todos os analistas, até se identificar com um deles.


Filme que marcou muito na época em que assisti no Cinema. Com uma mensagem tocante e que permite uma reflexão mais profunda acerca de alguns preconceitos e que com magia do cinema, o efeito pode ser mais rápido e transformador. O roteiro é poderoso, faz o expectador se conetar com ele e os personagens, que são mostrados de forma inteligente, apesar das dificuldades pessoais de cada um. O roteiro foi escrito por nada menos que a dupla Matt Damon e Ben Afleck, até então desconhecidos do grande público e que acabou por arrebatar o Oscar de 1.998, desbancando muitos roteirista de renome. Ambos também trabalham no filme, Matt no papel principal e Ben, num papel secundário, mas deixa o seu recado. Os ambientes apresentados são maravilhosos, mostrando a cidade de Boston em ângulos, contraditórios, sendo esta a idéia principal do filme, mostrar as diferenças das classes sociais, enquanto uma é formal e mais requintada (estudantes de escolas renomadas e universidade, bares mais estilosos), a outra de apresentada de modo mais informal, simples, mostrando a classe mais trabalhadora, mas tendo o seu charme também. Fotografia muito linda e precisa de Jean-Yves Scoffier, composta por cenas limpas e naturalistas. Músicas assinadas por Danny Elfman. Quanto ao elenco, é simplesmente maravilhoso: Damon até então pouco conhecido, está incrível, muito seguro (apesar do papel complicado e denso) na pele de Will, garoto órfão, com histórico de violência em suas adoções, gênio na matemática, mas com uma falta de inteligência emocional gritante. Que se torna uma bomba relógio ambulante, sempre à beira de um colapso.


Minnie Driver (Skaylar) também, muito tranquila, emotiva, com uma capacidade admirável de se adaptar, conseguindo entrar e sair dos ambientes, com sua elegância natural; muito convincente. Detalhe que não posso deixar de comentar: é a única mulher num universo puramente masculino e machista de Boston, que se sai muito bem, conquistando todos os amigos de Will. Mas quem encanta é o maravilhoso (sou muito, mas muito Fã dele) Williams (Sam Maguire), que está em mais uma performance emocionante, mostra ao mesmo tempo um brilhantismo/segurança e uma vulnerabilidade tocante. Ora mais comunicativo e ora mais introspectivo, sendo que tem o desafio de "domar" o temperamento difícil de Will. Ambos são muito inteligentes, teimosos, mas acabam por se entender e se conscientizar de que não são perfeitos. O filme aborda temas como: genialidade (inteligência/conhecimento formal), medo de mudanças, amor, compromisso, desafios, escolhas, culpa, derrota, perdas, preconceitos, responsabilidades. Que são apresentados de forma envolvente. Amei principalmente a questão da relação Psicólogo-Paciente, que neste filme foi enfocada, até como forma de quebrar velhos modelos, onde a figura do profissional é mais humana e menos dona da verdade. Mostrando que o importante é se estabelecer uma verdadeira, com amor e respeito.

Indicações e Premiações: foi indicado ao Oscar 1998 para Melhor: Filme, Diretor, Ator, Atriz Coadjuvante, Edição, Trilha Sonora Original (Danny Elfman) e Canção Original (Miss Misery de Elliot Smith). Venceu nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Robin Williams) e Melhor Roteiro. Ao Globo de Ouro, para Melhor Filme Drama, Ator Drama e Ator Coadjuvante, ganhou também na categoria de melhor Roteiro. Na Academia Japonesa de Cinema, foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro, em 1999. No Festival de Berlim, Matt Damon ganhou o Urso de Prata, mas foi indicado ao Urso de Ouro. E no MTV Movie Awards: Indicado nas categorias de Melhor Beijo (Matt Damon e Minnie Driver), Melhor Atuação Masculina (Matt Damon), Melhor Filme e Melhor Dupla (Matt Damon e Ben Affleck




Curiosidades: Miramax Films, produtora de Good Will Hunting, somente autorizou o início da produção do filme após a confirmação da participação de Robin Williams no elenco. Skyler, nome da personagem de Minnie Driver, era também o nome da namorada de Matt Damon na época em que ele e Ben Affleck escreveram o roteiro do filme e, curiosamente, durante as filmagens, Matt Damon e Minnie Driver começaram a namorar. As equações matemáticas que aparecem nos créditos de abertura do filme são parte de uma técnica matemática que utiliza as chamadas Séries de Fourier, que aproximam funções a partir de cálculos com seno e cossenoGus Van Sant pintou o quadro que aparece pendurado na parede do consultório do personagem Sean Maguire (Robin Williams). Grande parte da trilha sonora do filme foi composta por Elliott Smith. O filme foi produzido por Lawrence Bender, produtor de todos filmes de Quentin Tarantino, à exceção de Death Proof e Django Unchained.
Recomendadíssimo!!!  Imperdível!!! Caso não tenha visto, veja e comente.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

La la land - cantando estações


Diretor: Damien Chazelle
Atores: Ryan Gosling, Emma Stone, John Legend, J.K. Simmoms, Rosemarie DeWitt, Finn Wittrock, Callie Hernadez, Jessica Rotle, Tom Everett Scott
Gênero: Musical
Duração: 128 minutos
Ano: 2017



Sinopse: Ao chegar a Los Angeles, o pianista de Jazz, Sebastian (Ryan Gosling), conhece a atriz iniciante Mia (Emma Stone) e os dois se apaixonam perdidamente. Em busca de oportunidades para suas carreiras na competitiva cidade, os jovens tentam fazer o relacionamento amoroso dar certo, enquanto perseguem fama e sucesso.

Filme visualmente lindo e musicalmente encantador, mas não é tudo o que se esperava e principalmente a ter 14 indicações ao Oscar 2017. Achei demais!!! Igualando os recordes de A malvada (1950) e Titanic (1997). O jovem diretor e produtor Chazelle, idealizou o roteiro em 2010,  mas não conseguiu um estúdio disposto a financiá-lo, mas depois do sucesso de Whiplash (filme que dirigiu em 2014), tudo mudou. Sua idéia para o filme, era de "retomar o velho estilo musical, mas acrescentar elementos verossímeis da vida real". Assim como "homenagear pessoas que se mudam para Los Angeles para perseguir seus sonhos". Acaba abordando também a luta dos artistas a conciliar seus sonhos com as necessidades humanas, da vida real, mostrando um mercado extremamente concorrido.


 O significado de La la land, significa: fora da realidade. O filme estreou no Festival de Veneza em 31/08/2016 e teve uma boa aceitação pelo público em geral e pelos críticos, sendo indicado a várias premiações. Filmado em 6 semanas durante o verão de 2015, sendo que dois lugares foram reabertos para que fosse possível realizar as filmagens: o Rialto Theatre, no Sul de Pasadena, fechado desde 20117 e a Ferroviária Angels, de Los Angeles, que estava inoperante desde 2013. E em muitos outros pontos turísticos conhecidos da cidade. Sendo que as cenas de estúdio foram gravados no mesmo espaço dos clássicos da MGM, como Cantando na chuva (1952) e O mágico de Oz (1939). O filme retrata o encontro e desencontros do casal principal, na tentativa de viver o grande amor que sentem, mas conciliando este profundo sentimento com suas carreiras, tão arduamente conquistadas.


O filme teve indicações ao Oscar 17, para Melhor Filme, Ator, Roteiro Original, Edição, Designer de Produção (David Wasco), Figurino, Edição de Som e Mixagem de Som. Vencendo para Melhor Diretor, Atriz, Trilha Sonora, Canção Original (City of Stars, realmente bela), mas tendo outras lindas como A lovely nigth, Direção de Arte e Fotografia (Linus Sandgreen), que esta realmente linda, com um colorido todo especial em algumas cenas, tanto diurnas como noturnas. Foi recordista no Globo de Ouro, vencendo 7 das 7 indicações: Melhor Filme Comédia ou Musical, Diretor, Ator em Comédia ou Musical, Atriz, em Comédia ou Musical, Roteiro, Trilha Sonora e Canção Original, No BAFTA, conquistando 5 prêmios, das 11  indicadas, entre elas, Melhor Filme, Diretor, Atriz. No Critics Choise Awards, conquistou 8 prêmios. O figurino é maravilhoso, assinado por Mary Zophres, que compôs um visual divino aos personagens.



Curiosidades: Emma Watson foi cogitada para o papel de Mia, mas teve que abandonar o projeto por causa das produções de A Bela e a Fera. Já Gosling recusou o papel de Fera, para fazer o personagem de La la land.. Outra atriz que também chegou até a ensaiar as coreografias foi Mandy Moore,mas acabou deixando o projeto. Todas as performances do piano no filme, foram gravadas pelo pianista Randy Kereber durante a pré-produção. Depois Ryan Gosling teve aulas intensivas de piano, e no período de gravação do filme, já era capaz de tocar todas as músicas no piano, sem necessitar do uso do dublê. O cantor e pianista John Legend teve que aprender a tocar violão para interpretar o seu papel na trama. As músicas são realmente lindas, tendo como Diretor Musical e responsável: Justin Hurwitz, com letras de Benj Pasek e Justin Paul.
Recomendo para quem gosta do estilo. Comente depois.

domingo, 16 de abril de 2017

AI - inteligência artificial


Diretor: Steven Spielberg
Atores:  Haley Joel Osmend, Jude Law, Frances O'Connor, Sam Robards, William Hurt, Jack Thomas, Brendan Gleeson, Meryl Streep, Chris Rock. E Vozes de Ben Kingsley, Robin Williams e Jack Angel
Gênero: Ficção Científica

Duração:146 minutos
Ano: 2001

Sinopse: Na metade do século XXI, o efeito estufa derreteu uma grande parte da calotas polares da Terra, fazendo com que boa parte das cidades litorâneas do planeta fiquem parcialmente submersas. Pra controlar este desastre ambiental, a humanidade conta com o auxílio de uma nova forma de computador independente, conhecidos como AI. É neste contexto que é criado David, o primeiro menino-robô, programado para sentir emoções e amar.



Amo este filme!!! Fiquei tão profundamente mexida quando o vi da primeira vez, acredito que é porque estava grávida. Mas de qualquer forma,  sempre que o assisto, choro copiosamente, fico emocionalmente abalada. Cresci acreditando e ainda acredito que estamos, todos nós, em busca de uma forma de amor mais evoluída e completa que é o famoso Amor Incondicional, que é uma aceitação do outro, como o outro é, e não como gostaríamos que fosse. Ainda vivemos num momento da humanidade, que só vemos esta forma de amor, numa relação mãe-filho, infelizmente. Mas acredito que um dia chegaremos lá!!! O filme trás esta reflexão, o que nos torna Humanos??? Quais sentimentos, pensamentos e ações que nos diferenciam  de outros seres vivos??? Seria a capacidade de amar??? AI se passa em um futuro distante, numa história onde humanos convivem com máquinas inteligentes e o foco ainda maior, nas relações e desafios envolvidos quando um menino andróide David, o primeiro programado para amar, passa a conviver com uma família que o adota (o pai é um funcionário da Empresa Cybertronics), sendo que cada um desenvolve um tipo de vínculo com ele (mostra todas as complexas gama de sentimentos envolvidos, como egoísmo, inveja, preferências, ciúmes, vaidade, abandono e outros, muito interessante!!!). Onde gradativamente vai aprendendo a ser o filho do casal e a ser humano. E como uma série de circunstância inesperadas o levam a não se encaixar nem no mundo humano, nem no das máquinas, passa então a viver experiências inéditas (tão parecidas com as nossas) de descobertas, sonhos, perdas, idealizações.



A partir de um projeto de Stanley Kubrick, sobre a possibilidade da criação de máquinas com sentimentos e um roteiro criado por Spielberg, tendo como base um conto de Brian Aldass,chamado Supertys last all summer long.  Stanley Kubrick manteve o desejo de rodar A.I. por 20 anos, tendo inclusive testado sem sucesso alguns robôs-atores que fariam o personagem principal.sabendo de sua demora em concluir um filme, Kubrick passou então a contactar Steven Spielberg para que ele pudesse realizar A.I.. A escolha por Spielberg ocorreu logo após o lançamento de Jurassic Park, que fez com que Kubrick acreditasse que ele fosse o diretor ideal para levar o filme às telas, já que era preciso um grande número de efeitos especiais para que ele fosse realizado.A partir de então, Kubrick e Spielberg passaram a manter contatos constantes sobre o projeto através de fax, até que Spielberg decidiu que não era ele quem deveria realizar o filme mas sim o próprio Stanley Kubrick. Mas Kubrick acaba falecendo e Spielberg assume de vez a produção. E isso tudo é percebido nas telonas, uma parte de filme caminha de uma forma e depois toma uma outra direção, uma parte mais sombria, densa, bem ao estilo do primeiro e a outra mais leve, fantasiosa, com esmero técnico e efeitos especiais e até mais óbvia,  também ao estilo Spielberg.  mas no geral, é uma experiência única. Não é possivel dizer que o filme não nos toca de alguma forma, não funciona só como entretenimento, não saímos indiferentes do cinema. O elenco está perfeito, principalmente Joel, seu personagem David é de uma complexidade tremenda e, mesmo não demonstrando expressões faciais quase o tempo todo, como um androide, David consegue expressar sentimentos humanos como raiva, amor, persistência, otimismo e até depressão, cativando a todos nós de modo profundo, sofremos e sonhamos com ele. Produção impecável: Música assinada por nada menos que John Williams, Fotografia de Janusz Kaminski e Figurino de Rob Ringwood.
Indicações e Premiaçoes: ao Oscar 2002,venceu nas categorias de Melhor Trilha Sonora Original e Efeitos Visuais. No Globo de Ouro, foi premiado para Melhor Diretor e Melhor Ator Coadjuvante (Jude Law). No BAFTA, para Melhor Efeitos Visuais e no Critcs Choise Award, para Melhor Jovem Ator (Haley Joel  Osmend) e Melhor Compositor (John Williams). E ganhou um Prêmio da Academia Japonesa de Cinema, em 2002.
Curiosidades:Foi o segundo filme que Spielberfg assume duas funções, de direção e roteirista, o anterior foi em Contatos imediatos de terceiro grau (1977). O ator mirim recebeu 2 milhões de dólares na época, para fazer o personagem David.Mereceu!!! Pena que depois se perdeu, em caminhos tortuosos da vida, como as drogas. O termo inteligência artificial foi cunhado em 1956 pelo pesquisador americano John McCarthy durante o primeiro evento dedicado ao assunto, a Conferência de Dartmouth, nos EUA. Em 1985 .O filme A.I. - Inteligência Artificial foi distribuído nos Estados Unidos pela Warner Bros. e no restante do planeta pela DreamWorks.
Também gostaria de ter um ursinho como o Teddy. Fofo demais e compnheiro de todas aventuras.
Recomendo!!! Imperdível!!!

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Até o último homem



 Diretor: Mel Gibson
Atores: Andrew Garfield, Vince Vaugh, Teresa Palmer, Sam Worthington, Luke Bracey, Hugo Weaging, Rachel Griffiths, Ryan Coer
Gênero: Guerra
Duração: 140 minutos
Ano: 2017



Sinopse: Durante a Segunda Grande Guerra Mundial, o médico do exército Desmond T. Doss (Andrew Garfield), recusa-se a pegar em uma arma e matar pessoas, porém durante a batalha de Okinawa, ele trabalha na ala médica e salva mais de 75 homens, sendo condecorado. O que faz de Doss, o primeiro opositor consciente, da história norte-americana a receber a Medalha de Honra no Congresso.


Surpreendente!!! Uma história linda, que ficou guardada por tantos anos, já nos anos 50, o produtor Hell B. Wallis, tinha tentado comprar a história de Desmond T. Doss, e esperava que Audie Muply estrelasse a produção. No entanto, Doss não tinha interesse em fazer sua história um típico filme de Hollywood. Nos anos 90, Stan Jernsem,da Igreja Adventista do Sétimo dia, levou a história para o produtor Gregory Crosby, na esperança de convencer Doss, mas nem assim virou filme. Só após sua morte em 2006, com 87 anos, que seu filho autorizou a que história verídica e poderosa de seu pai, chegasse às telonas. Um soldado americano, pacifista, cristão que foi condecorado por bravura em combate, sem sequer disparar um único tiro e de sua batalha pessoal para sustentar este ideal, em plena Segunda Grande Guerra. É uma história forte, que além da mensagem nobre de seu contexto: promover uma reflexão mais aprofundada: Matar ou não matar??? Não matar é virtude, matar inimigos que atacam, é bravura. Como lidar com o conflito diante do Mandamento "Não Matarás", com o patriotismo de guerra??? Possibilita ainda outras reflexões: HUMILDADE, Doss nunca almejou tornar-se uma celebridade por conta de suas ações em combate e ainda mostra um ótimo MODELO de MASCULINIDADE, não narcisista, modesto e generoso, fiel ao seu ideal. Amei!!! E por conta desse idealismo, acaba sendo muito hostilizado e até mesmo agredido pelos colegas e superiores, quando percebiam e afirmavam que sua recusa em portar armas era sentido como covardia e traição. Com Roteiro de Robert Schenkkan e Andrew Knight, Trilha Sonora de Rupert Gregson-Williams, Direção de Arte de Mark Robins e Fotografia assinada por Simon Duggan.


Curiosidades: o filme foi baseado em um documentário feito pelo produtor Terry Benedict, denominado The conscientious objector (O objetor consciente), onde Doss diz que: "os verdadeiros heróis, foram os que tombaram..." Informa que ajudou em torno de 50 soldados, mas seus colegas relatam que foi em torno de 100, então se chegou a um consenso de 75 soldados, que foram por ele e não só americanos. Ainda que fosse  franzino fisicamente, mas com uma determinação de ferro. Segundo Gibson, o filho de Doss esteve em algumas filmagens e se emocionou muito com a atuação de Garfield. É o primeiro filme dirigido por Gibson depois de  10 anos do lançamento de Apocalypto. Foi filmado em 59 dias. O filme recebeu uma ovação de 9 minutos e 48 segundo no Festival de Cinema de Veneza, em setembro de 2016. Foi indicado a 6 categorias no Oscar 2017, para Melhor Filme, Direção, Ator, Edição de som, ganhando para Melhor Mixagem de som e Edição. Ao BAFTA foi indicado  e venceu na categoria de  Melhor Montagem, No Sindicato dos Atores, venceu para Melhor Elenco e foi muito indicado e ganhou muitos prêmios foi no AACTA (Festival de arte em cinema e televisão da Austrália), venceu para Melhor Filme Longa-metragem, Diretor, Ator (Andrew Garfield), Ator Coadjuvante (Hugo Weaging),  Roteiro Original, Fotografia (Simon Duggan), Edição e Som.
Vou confessar que me surpreendi com a atuação do ator principal Garfield, uma vez que suas atuações em O espetacular Homem Aranha, deixaram a desejar,mas neste filme, ele convence de uma maneira ao mesmo tempo consistente e serena.
Recomendo!!! Forte e sensível ao mesmo tempo.

terça-feira, 28 de março de 2017

Constantine





Diretor: Francis Lawrence
Atores: Keanu Reeves, Rachel Weizs, Tilda Swinton, Shia LaBeouf, Djimon Housou, Gavin MacGragor Rossdale, Peter Stormare
Gênero: Terror
Duração:121 minutos
Ano: 2005

Sinopse: John Constantine (Keanu Reeves) é um experiente ocultista e exorcista, que quando adolescente tenta o suicídio,ficando 2 minutos morto. e literalmente no inferno. Já Angela (Rachel Weizs) é uma policial que investiga a misteriosa morte de sua irmã. As investigações levam a um mundo de sonhos, em que precisam lidar com demônios e o Anjo Gabriel.


Filme com enfoque religioso/espírita, apresentando a eterna competição entre o bem e o mal (Deus e o Demônio) e o que tudo isso reflete em nossas vidas e escolhas. Também aborda a questão das doenças mentais e/ou perturbações mentais, terem um fundo espiritual ou pelo menos uma ligação. O filme são contos sobrenaturais baseados na História em Quadrinhos Helblezer, adaptação do personagem da DC Comics, John Constantine, que na verdade é mostrado como o contrário do herói dos quadrinhos: é apresentado como um homem pouco sensível, chegando a ser rude, sem ser arrogante; não é atlético; viciado em cigarro e álcool. Tendo como único poder, conseguir distinguir os "espíritos híbridos" que habitam a Terra (aqueles que servem a Deus a ao Demônio). Também aprendeu através de algumas técnicas, transitar nos dois mundos. Constantine não é propriamente altruísta e nem quer salvar o mundo, deseja salvar apenas a si mesmo. Conheceu o inferno, sobreviveu e então passou a dedicar sua vida a enviar de volta ao seu local de origem, todos os espíritos que de alguma forma ameaçam o Equilíbrio do plano terreno, mas no fundo seu maior desejo é barganhar com Deus, conquistando seu lugar no céu (mesmo sabendo que é um condenado, um suicida). É solitário, meio que vivendo de forma errante, mas que tem seu destino entrelaçado com  o personagem de uma policial, assim são,ambos, envolvidos em uma trama bem construída, mas sinistra. ao conhecer uma policial. Reeves revela em uma entrevista para o site Sci Fi Wire,na época das filmagens que: "o seu personagem vive em conflito com sua missão na Terra,


Que é um sujeito nervoso e ambivalente. Que há uma frase no texto que diz: que #Deus tem um plano para cada um de nós#. Algumas pessoas gostam disso,outras não, ma do jeito que vê Constantine, ele é o tipo que não gosta...mas que adora não gostar." Que como o filme  e a história são sombrias, a censura acabou ficando por volta de 13/14 anos e sobre o diretor, diz que por ser esterante em longa, esta sendo cuidadoso em dar ao filme uma sensação correta, uma atmosfera de cinema "noir", o que ele acredita ser a abordagem correta para o personagem. E que se o filme for bem aceito, tiver boa bilheteria,poderia até fazer um segundo filme, pois está gostando muito de fazer o personagem. Que para fazer um filme, o texto tem que despertar o seu interesse no sentido de ter um  final com uma transformação positiva ou uma redenção, o que acontece com este filme. Ainda que as lutas neste filme sejam mais humanas que espirituais.
O roteiro foi a três mãos: Mark Bomback, Frank A. Capello e Kevin Brodbin e os autores da obra são Jamie Dellano e Garth Enniv. Com Trilha Sonora assinada por Brian Tyler e Diretor de Fotografia (que é linda, com aqueles tons avermelhados e quentes) Philippe Rousselot.
O filme teve uma recepção mista por parte da Crítica Especializada. Alguns gostaram, outros não. Maior crítica de que a história com potencial e visual fascinantes, mas que poderia ter havido um melhor aprofundamento.
Curiosidades: na Revista "Helblazer" na qual são publicadas as histórias do protagonista, John Constantine vive em Liverpool, Inglaterra, no filme, o diretor optou por fazê-lo viver na Califórnia, EUA. O nome do filme era para ter o mesmo nome da Revista, mas foi descartado pelos produtores de vido a ser semelhante a Hellraiser - Renascido do inferno (1987). Houveram baixas no Projeto, inicialmente a direção era para ser de Tarsem Singh, que deixou o projeto após a contratação de Nícolas Cage para interpretar o protagonista principal, pois acreditava que Cage não poderia fazer o filme que desejava. Algumas semanas depois Cage também abandonou o projeto, Sendo Reeves o escolhido para dar vida ao herói polêmico, mas cativante e está impecável, como sempre.
Recomendo. Tem cenas fortes e nos faz pensar sobre nossos valores religiosos. 

A chegada



 Diretor: Denis Villeneuve
Atores: Amy Adams, Jeremy Renner, Forrest Whitaker, Michael Stuhlbarg, Mark O'Brien, Tzi Ma, Pat Kiely, Mark Camacho
Gênero: Ficção científica
Duração: 116 minutos
Ano: 2017


Sinopse: Quando seres interplanetários deixam marcas na Terra, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma linguista especialista no assunto, é procurada por militares para traduzir os sinais e desvendar se os alienígenas representam ameça ou não. No entanto, a resposta para todas as perguntas e mistérios pode ameaçar a vida de Louise e a existência de toda a humanidade.

Filme tocante!!! Que acaba por mexer com nossos sentimentos mais profundos, ao fazer uma paralelo de contatos com seres alienígenas e a uma interiorização dos nossos sentimentos, como medos, perdas, finitude,  sonhos e principalmente a nossa relação com o tempo/espaço.´É um filme que agrada visualmente, mas que nos causa uma certa inquietação, pela modo como o tema vai sendo abordado, nada muito claro e pela própria dificuldade de compreender sua mensagem; devagar é que tudo vai fazendo sentido. Inicialmente é um tanto confuso, até "cair a ficha", de percebermos a intenção do diretor: de promover uma reflexão e aprofundamento sobre sofrimentos como impotência, vulnerabilidade, expectativas, vida e morte... Partindo de um drama coletivo (a ameaça, uma possível extinção da Terra) coincidindo com um drama pessoal (vivências de perdas e luto). Mas também e principalmente sobre o nosso conceito e de como percebemos e lidamos com o tempo e o espaço. O filme meio que parece um quebra-cabeça que vai montando e que vai mexendo profundamente, ainda que sutil, com o nosso psicológico. A atuação de Amy está brilhante, expressiva, emana toda a angústias e incertezas, que "sofremos" junto com ela, quando assume este desafio inédito, de desvendar o indesvendável (tentativa de compreensão e dar sentido a uma linguagem (ruídos e grunhidos) e uma forma escrita consistindo em inúmeros símbolos circulares.. A fotografia, assinada  por Bradford Young é majestosa e impressiona, com um tema pouco comum no cinema, aliens bonzinhos, com forma "esquisita" e atípica, sem grande batalhas épicas, sem efeitos especiais explosivos (bem ao contrário, com silêncios, fragilidade, fascinação, hesitação) e ainda uma protagonista forte, mas ultrassensível, com uma capacidade incrível de compreensão quando utiliza recursos internos para isso. Em uma entrevista ao Jornal The New York Times, o diretor diz: "Eu sou de uma geração de homens que teve contato com as novas idéias do FEMINISMO.


Eu fui criado de maneira a não sentir medo dessas idéias. Eu as achava algo lindo". Então, ele e o roteirista Eric Heisserer, optam pela escolha de uma mulher, para compor esta história, onde o universo é ainda quase que exclusivamente masculino: militares, matemáticos, físicos. Particularmente, amei a idéia toda!!! É ainda um filme que provavelmente criará polêmica, amado ou odiado, mas não passará despercebido e de preferência que se veja mais de uma vez, para entendimento de sua complexidade, por não ser um filme de grandes ações, é uma obra mais emocional. Foi baseado em um conto História da sua vida, do escritor Ted Chiang, que é um escritor estadunidense, conhecido por suas histórias de ficção científica. Já foi condecorado com o Prêmio Nebula, o Prêmio Hugo e o Prêmio Locus. Mais ou menos assim: ..."chegam os aliens, a mídia entra em polvorosa, pessoas amedrontadas e forças armadas de todos os países em alerta pois naves/casulos estão pairando sobre o céu de vários países..."
Música marcante de Jóhann Jóhannsson e Joe Walker como montador chefe.
Indicações e Premiações: Oscar 2017, foi indicado nas categorias: Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Mixagem, Direção de Arte, Fotografia e Edição. Venceu para Melhor Edição de Som. No Globo de Ouro 2017, foi indicado a Melhor Atriz em filme Dramático e Trilha Sonora Original. Foi indicado no Festival de Veneza, para Melhor Diretor e no Critic's Choise Awards,teve indicações para Melhor Filme, Diretor, Atriz, Cinematografia, Direção de Arte, Edição, Efeitos,Visuais, e Trilha Sonora, vencendo nas categorias de Melhor Filme de Categorias Específicas e Roteiro Adaptado.  
Curiosidades: o nome original do filme era "Story of my life", a real tradução do nome do conto em que foi baseado, mas o público de teste, não gostou do título, e portanto foi mudado para A chegada, para causar um maior impacto. E causou!!!
O diretor canadense, vinha nos brindando com filmes numa linha mais de suspense com aprofundamento psicológico como O homem duplicado, Os suspeitos (2013) e Sicário (2015), agora resolveu inovar, apresentando um gênero diferente. Para fazer pensar...Gostei muito!!!
Recomendo!!! Impressiona.
Veja e comente.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Os reis do mambo


Diretor: Arne Glinder
Atores: Antônio Banderas, Armand Assante, Maruschka Detmers, Cathy Moriaty, Célia Cruz, Vondie Curtis-Hall, Roscoe Lee Browne, Talisa Soto, Desi Arnaz Jr
Gênero: Drama


Duração: 105 minutos
Ano: 1992

Sinopse: Fugindo de uma violenta disputa contra gângster donos de clube onde trabalhavam em Havana, César (Armand Assante) e seu irmão Nestor Castillo (Antônio Banderas), vão para Nova York para alcançar sucesso musical. Mas são forçados a fazerem trabalhos temporários e precisam se esforçarem muito, para conseguir realizar o sonho comum, de serem músicos reconhecidos.

Bem, aqui vai mais um filme marcante. Comovente!!! A história de dois irmãos que se amam muito e tem o mesmo talento e amor pela música, mas com sonhos completamente distintos e esta relação fraterna em alguns momentos, mostra se fragilizada pelas divergências, enquanto César (Assante) é mais atirado e mais ambicioso, Nestor (Banderas) é mais tímido e prefere uma vida mais simples e demonstra sentir mais saudade da terra natal, tudo isso os leva a se afastarem e a gerar inúmeros conflitos. O filme é musicalmente lindo, dançante e mostra a batalha pelo sucesso, os romances, as músicas cubanas, shows vibrantes e a diferença entre a cultura local (americana) e a dos imigrantes.


   

         O filme é baseado no livro The Mambo Kings play songs of love, de Oscar Hijuelos, que foi premiado com o Pulitzer de Ficção em 1990. Que conta a história de dois cubanos aventureiros e pobretões, que chegam na América com uma mala cheia de canções e cheios de paixões e desejo de fazer sucesso como músicos profissionais em Nova York dos anos 50. No caminho para a fama eles conhecem várias pessoas que marcam seus destinos, trazendo alegrias e tristezas. O filme é um dos mais impactantes produzidos nos anos 90, recheado de energia, tragédia, carregado de belas canções e atuações marcantes. Adoro quando eles "oram" antes de cada show: Fazem o sinal da cruz, dizendo: "em nome do Mambo, da Rumba e do Cha Cha Chá", show demais!!! Fotografia de Michael Ballan e Figurino de uma vencedora de vários Oscares, Ann Roth (assinou entre outros: Perdidos na noite (69), A garota do adeus (77), Amargo Regresso (78), Hair (79), A insustentável leveza do ser (88), Uma secretária de futuro (88), O paciente inglês (96). Trilha sonora de Carlos Franzetti e Robert Krafitt, e letras com participação do também diretor. Músicas incríveis, como Perfídia, Guantanamera, La dicha mia, Cuban Pete, de Célia Cruz e Tito Puente e outras e a belíssima Beautiful Maria of my soul, que foi indicada ao Oscar 92, para Melhor Canção, sendo cantada no filme nas duas versões, em inglês e em espanhol. Linda demais!!! Produção impecável de Arnon Michan e de Arne Glinder, onde a reconstituição de Nova York, do meio do século passado, ficou perfeita e muito charmosa.


Curiosidades: Foi o primeiro filme de Banderas em língua inglesa, tanto que ele ainda não dominava o inglês, na época em que o filme foi rodado, então teve que decorar todas as falas e as reproduziu só a partir dos sons. O mesmo acontecendo co Assante, só que inverso, não falava nada em espanhol. Os produtores da Warner cogitavam para os papéis de César e Nestor, Jeremy Irons e Ray Liotta, mas ao fazerem os testes com Banderas e Assante, perceberam que eles eram perfeitos para os personagens, O que realmente deu certo, estão maravilhosos no filme. Banderas também precisou recusar o papel para o filme De saltos altos, de Pedro Almodóvar, em que seria sua sexta parceria com o diretor. Os dois só voltaram a trabalhar juntos 20 anos depois, em A pele que habito, filme que já comentei. Será que ficaram com a relação estremecida??? Uma vez que Banderas era o "muso" de Almodóvar??? Vai saber né??? Já o papel de Dolores, era inicialmente da atriz Isanella Sciorra, que durante a pré-produção precisou abandonar o filme. A atriz Maruschka foi escalada então, duas semanas após o início das filmagens.
Recomendo!!! Muito bom de ver, ficamos envolvidos os tempo todo, vidrados nos acontecimentos.
Gostei tanto, que meu amigo/irmão D., acabou por me presentear com o CD, do filme, há muito tempo atrás. Tenho até hoje. Amo!!!