terça-feira, 28 de março de 2017

Constantine





Diretor: Francis Lawrence
Atores: Keanu Reeves, Rachel Weizs, Tilda Swinton, Shia LaBeouf, Djimon Housou, Gavin MacGragor Rossdale, Peter Stormare
Gênero: Terror
Duração:121 minutos
Ano: 2005

Sinopse: John Constantine (Keanu Reeves) é um experiente ocultista e exorcista, que quando adolescente tenta o suicídio,ficando 2 minutos morto. e literalmente no inferno. Já Angela (Rachel Weizs) é uma policial que investiga a misteriosa morte de sua irmã. As investigações levam a um mundo de sonhos, em que precisam lidar com demônios e o Anjo Gabriel.


Filme com enfoque religioso/espírita, apresentando a eterna competição entre o bem e o mal (Deus e o Demônio) e o que tudo isso reflete em nossas vidas e escolhas. Também aborda a questão das doenças mentais e/ou perturbações mentais, terem um fundo espiritual ou pelo menos uma ligação. O filme são contos sobrenaturais baseados na História em Quadrinhos Helblezer, adaptação do personagem da DC Comics, John Constantine, que na verdade é mostrado como o contrário do herói dos quadrinhos: é apresentado como um homem pouco sensível, chegando a ser rude, sem ser arrogante; não é atlético; viciado em cigarro e álcool. Tendo como único poder, conseguir distinguir os "espíritos híbridos" que habitam a Terra (aqueles que servem a Deus a ao Demônio). Também aprendeu através de algumas técnicas, transitar nos dois mundos. Constantine não é propriamente altruísta e nem quer salvar o mundo, deseja salvar apenas a si mesmo. Conheceu o inferno, sobreviveu e então passou a dedicar sua vida a enviar de volta ao seu local de origem, todos os espíritos que de alguma forma ameaçam o Equilíbrio do plano terreno, mas no fundo seu maior desejo é barganhar com Deus, conquistando seu lugar no céu (mesmo sabendo que é um condenado, um suicida). É solitário, meio que vivendo de forma errante, mas que tem seu destino entrelaçado com  o personagem de uma policial, assim são,ambos, envolvidos em uma trama bem construída, mas sinistra. ao conhecer uma policial. Reeves revela em uma entrevista para o site Sci Fi Wire,na época das filmagens que: "o seu personagem vive em conflito com sua missão na Terra,


Que é um sujeito nervoso e ambivalente. Que há uma frase no texto que diz: que #Deus tem um plano para cada um de nós#. Algumas pessoas gostam disso,outras não, ma do jeito que vê Constantine, ele é o tipo que não gosta...mas que adora não gostar." Que como o filme  e a história são sombrias, a censura acabou ficando por volta de 13/14 anos e sobre o diretor, diz que por ser esterante em longa, esta sendo cuidadoso em dar ao filme uma sensação correta, uma atmosfera de cinema "noir", o que ele acredita ser a abordagem correta para o personagem. E que se o filme for bem aceito, tiver boa bilheteria,poderia até fazer um segundo filme, pois está gostando muito de fazer o personagem. Que para fazer um filme, o texto tem que despertar o seu interesse no sentido de ter um  final com uma transformação positiva ou uma redenção, o que acontece com este filme. Ainda que as lutas neste filme sejam mais humanas que espirituais.
O roteiro foi a três mãos: Mark Bomback, Frank A. Capello e Kevin Brodbin e os autores da obra são Jamie Dellano e Garth Enniv. Com Trilha Sonora assinada por Brian Tyler e Diretor de Fotografia (que é linda, com aqueles tons avermelhados e quentes) Philippe Rousselot.
O filme teve uma recepção mista por parte da Crítica Especializada. Alguns gostaram, outros não. Maior crítica de que a história com potencial e visual fascinantes, mas que poderia ter havido um melhor aprofundamento.
Curiosidades: na Revista "Helblazer" na qual são publicadas as histórias do protagonista, John Constantine vive em Liverpool, Inglaterra, no filme, o diretor optou por fazê-lo viver na Califórnia, EUA. O nome do filme era para ter o mesmo nome da Revista, mas foi descartado pelos produtores de vido a ser semelhante a Hellraiser - Renascido do inferno (1987). Houveram baixas no Projeto, inicialmente a direção era para ser de Tarsem Singh, que deixou o projeto após a contratação de Nícolas Cage para interpretar o protagonista principal, pois acreditava que Cage não poderia fazer o filme que desejava. Algumas semanas depois Cage também abandonou o projeto, Sendo Reeves o escolhido para dar vida ao herói polêmico, mas cativante e está impecável, como sempre.
Recomendo. Tem cenas fortes e nos faz pensar sobre nossos valores religiosos. 

A chegada



 Diretor: Denis Villeneuve
Atores: Amy Adams, Jeremy Renner, Forrest Whitaker, Michael Stuhlbarg, Mark O'Brien, Tzi Ma, Pat Kiely, Mark Camacho
Gênero: Ficção científica
Duração: 116 minutos
Ano: 2017


Sinopse: Quando seres interplanetários deixam marcas na Terra, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma linguista especialista no assunto, é procurada por militares para traduzir os sinais e desvendar se os alienígenas representam ameça ou não. No entanto, a resposta para todas as perguntas e mistérios pode ameaçar a vida de Louise e a existência de toda a humanidade.

Filme tocante!!! Que acaba por mexer com nossos sentimentos mais profundos, ao fazer uma paralelo de contatos com seres alienígenas e a uma interiorização dos nossos sentimentos, como medos, perdas, finitude,  sonhos e principalmente a nossa relação com o tempo/espaço.´É um filme que agrada visualmente, mas que nos causa uma certa inquietação, pela modo como o tema vai sendo abordado, nada muito claro e pela própria dificuldade de compreender sua mensagem; devagar é que tudo vai fazendo sentido. Inicialmente é um tanto confuso, até "cair a ficha", de percebermos a intenção do diretor: de promover uma reflexão e aprofundamento sobre sofrimentos como impotência, vulnerabilidade, expectativas, vida e morte... Partindo de um drama coletivo (a ameaça, uma possível extinção da Terra) coincidindo com um drama pessoal (vivências de perdas e luto). Mas também e principalmente sobre o nosso conceito e de como percebemos e lidamos com o tempo e o espaço. O filme meio que parece um quebra-cabeça que vai montando e que vai mexendo profundamente, ainda que sutil, com o nosso psicológico. A atuação de Amy está brilhante, expressiva, emana toda a angústias e incertezas, que "sofremos" junto com ela, quando assume este desafio inédito, de desvendar o indesvendável (tentativa de compreensão e dar sentido a uma linguagem (ruídos e grunhidos) e uma forma escrita consistindo em inúmeros símbolos circulares.. A fotografia, assinada  por Bradford Young é majestosa e impressiona, com um tema pouco comum no cinema, aliens bonzinhos, com forma "esquisita" e atípica, sem grande batalhas épicas, sem efeitos especiais explosivos (bem ao contrário, com silêncios, fragilidade, fascinação, hesitação) e ainda uma protagonista forte, mas ultrassensível, com uma capacidade incrível de compreensão quando utiliza recursos internos para isso. Em uma entrevista ao Jornal The New York Times, o diretor diz: "Eu sou de uma geração de homens que teve contato com as novas idéias do FEMINISMO.


Eu fui criado de maneira a não sentir medo dessas idéias. Eu as achava algo lindo". Então, ele e o roteirista Eric Heisserer, optam pela escolha de uma mulher, para compor esta história, onde o universo é ainda quase que exclusivamente masculino: militares, matemáticos, físicos. Particularmente, amei a idéia toda!!! É ainda um filme que provavelmente criará polêmica, amado ou odiado, mas não passará despercebido e de preferência que se veja mais de uma vez, para entendimento de sua complexidade, por não ser um filme de grandes ações, é uma obra mais emocional. Foi baseado em um conto História da sua vida, do escritor Ted Chiang, que é um escritor estadunidense, conhecido por suas histórias de ficção científica. Já foi condecorado com o Prêmio Nebula, o Prêmio Hugo e o Prêmio Locus. Mais ou menos assim: ..."chegam os aliens, a mídia entra em polvorosa, pessoas amedrontadas e forças armadas de todos os países em alerta pois naves/casulos estão pairando sobre o céu de vários países..."
Música marcante de Jóhann Jóhannsson e Joe Walker como montador chefe.
Indicações e Premiações: Oscar 2017, foi indicado nas categorias: Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Mixagem, Direção de Arte, Fotografia e Edição. Venceu para Melhor Edição de Som. No Globo de Ouro 2017, foi indicado a Melhor Atriz em filme Dramático e Trilha Sonora Original. Foi indicado no Festival de Veneza, para Melhor Diretor e no Critic's Choise Awards,teve indicações para Melhor Filme, Diretor, Atriz, Cinematografia, Direção de Arte, Edição, Efeitos,Visuais, e Trilha Sonora, vencendo nas categorias de Melhor Filme de Categorias Específicas e Roteiro Adaptado.  
Curiosidades: o nome original do filme era "Story of my life", a real tradução do nome do conto em que foi baseado, mas o público de teste, não gostou do título, e portanto foi mudado para A chegada, para causar um maior impacto. E causou!!!
O diretor canadense, vinha nos brindando com filmes numa linha mais de suspense com aprofundamento psicológico como O homem duplicado, Os suspeitos (2013) e Sicário (2015), agora resolveu inovar, apresentando um gênero diferente. Para fazer pensar...Gostei muito!!!
Recomendo!!! Impressiona.
Veja e comente.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Os reis do mambo


Diretor: Arne Glinder
Atores: Antônio Banderas, Armand Assante, Maruschka Detmers, Cathy Moriaty, Célia Cruz, Vondie Curtis-Hall, Roscoe Lee Browne, Talisa Soto, Desi Arnaz Jr
Gênero: Drama


Duração: 105 minutos
Ano: 1992

Sinopse: Fugindo de uma violenta disputa contra gângster donos de clube onde trabalhavam em Havana, César (Armand Assante) e seu irmão Nestor Castillo (Antônio Banderas), vão para Nova York para alcançar sucesso musical. Mas são forçados a fazerem trabalhos temporários e precisam se esforçarem muito, para conseguir realizar o sonho comum, de serem músicos reconhecidos.

Bem, aqui vai mais um filme marcante. Comovente!!! A história de dois irmãos que se amam muito e tem o mesmo talento e amor pela música, mas com sonhos completamente distintos e esta relação fraterna em alguns momentos, mostra se fragilizada pelas divergências, enquanto César (Assante) é mais atirado e mais ambicioso, Nestor (Banderas) é mais tímido e prefere uma vida mais simples e demonstra sentir mais saudade da terra natal, tudo isso os leva a se afastarem e a gerar inúmeros conflitos. O filme é musicalmente lindo, dançante e mostra a batalha pelo sucesso, os romances, as músicas cubanas, shows vibrantes e a diferença entre a cultura local (americana) e a dos imigrantes.


   

         O filme é baseado no livro The Mambo Kings play songs of love, de Oscar Hijuelos, que foi premiado com o Pulitzer de Ficção em 1990. Que conta a história de dois cubanos aventureiros e pobretões, que chegam na América com uma mala cheia de canções e cheios de paixões e desejo de fazer sucesso como músicos profissionais em Nova York dos anos 50. No caminho para a fama eles conhecem várias pessoas que marcam seus destinos, trazendo alegrias e tristezas. O filme é um dos mais impactantes produzidos nos anos 90, recheado de energia, tragédia, carregado de belas canções e atuações marcantes. Adoro quando eles "oram" antes de cada show: Fazem o sinal da cruz, dizendo: "em nome do Mambo, da Rumba e do Cha Cha Chá", show demais!!! Fotografia de Michael Ballan e Figurino de uma vencedora de vários Oscares, Ann Roth (assinou entre outros: Perdidos na noite (69), A garota do adeus (77), Amargo Regresso (78), Hair (79), A insustentável leveza do ser (88), Uma secretária de futuro (88), O paciente inglês (96). Trilha sonora de Carlos Franzetti e Robert Krafitt, e letras com participação do também diretor. Músicas incríveis, como Perfídia, Guantanamera, La dicha mia, Cuban Pete, de Célia Cruz e Tito Puente e outras e a belíssima Beautiful Maria of my soul, que foi indicada ao Oscar 92, para Melhor Canção, sendo cantada no filme nas duas versões, em inglês e em espanhol. Linda demais!!! Produção impecável de Arnon Michan e de Arne Glinder, onde a reconstituição de Nova York, do meio do século passado, ficou perfeita e muito charmosa.


Curiosidades: Foi o primeiro filme de Banderas em língua inglesa, tanto que ele ainda não dominava o inglês, na época em que o filme foi rodado, então teve que decorar todas as falas e as reproduziu só a partir dos sons. O mesmo acontecendo co Assante, só que inverso, não falava nada em espanhol. Os produtores da Warner cogitavam para os papéis de César e Nestor, Jeremy Irons e Ray Liotta, mas ao fazerem os testes com Banderas e Assante, perceberam que eles eram perfeitos para os personagens, O que realmente deu certo, estão maravilhosos no filme. Banderas também precisou recusar o papel para o filme De saltos altos, de Pedro Almodóvar, em que seria sua sexta parceria com o diretor. Os dois só voltaram a trabalhar juntos 20 anos depois, em A pele que habito, filme que já comentei. Será que ficaram com a relação estremecida??? Uma vez que Banderas era o "muso" de Almodóvar??? Vai saber né??? Já o papel de Dolores, era inicialmente da atriz Isanella Sciorra, que durante a pré-produção precisou abandonar o filme. A atriz Maruschka foi escalada então, duas semanas após o início das filmagens.
Recomendo!!! Muito bom de ver, ficamos envolvidos os tempo todo, vidrados nos acontecimentos.
Gostei tanto, que meu amigo/irmão D., acabou por me presentear com o CD, do filme, há muito tempo atrás. Tenho até hoje. Amo!!!