Diretor: Sreven Spielberg
Atores: Woopi Goldberg, Danny Glover, Margareth Avery, Oprah Winfrey, Adolph Caesar, Rae Dawn Chong, Williard E. Ruge, Lawrence Fishbome, Akosua Busia.
Gênero: Drama
Duração: 154 minutos
Ano: 1985
Sinopse: Georgia, 1909, em uma pequena cidade, Cellie (Woopi Goldberg), uma jovem apenas de 14 anos que foi violentada pelo pai, torna-se ma~e de duas crianças. Além de se tornar infértil, Celie é separada dos filhos e de única pessoa que a ama, que é sua amiga e irmâ Nettie (Akosua Busia). É "doada" para a Mister ((Daany Glover, que a trata com simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provém do fato dele alimentar uma forte paixâo por Shug Avery (Margareth Avery, uma sensual cantora de Blues.Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza com as cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo em que poucos a ouvem), primeiro com Deus,depois com sua irmã, missionária na África. Contudo, o casamento forçado com Mister, permite que ela conheça Sofia (Ophrah Winfrey), que é esposa de Harpo (Willard E. Pugh) e com Shug Avery, o que dá forças à protagonista pata que ela possa seguir em frente em sua vida. Revelando seu espírito brilhante, seu valor e de suas possibilidades.
Filme que me deixou muito impressionada, mas na época não consegui identificar com clareza, o por quê de tamanha comoção. Depois de anos, é que consegui processar tantos sentimentos, ao mesmo tempo tocados, com a produção. Foi muito marcante!!! É uma história sobre racismo, subserviência e violência contra as mulheres, que foi superado com uma resignação invejável, da qual certamente eu não teria tido. E salvaguardando as proporções, ainda são questões que permanecem atuais (mulher pobre, negra e semianalfabeta, sofre violentamente, ainda em pleno Século XXI, o maior preconceito. O filme é baseado no Romance Epistolar (todos os acontecimentos relatados são em forma de cartas, inicialmente para Deus e depois para a irmã), da premiada ao Prêmio Pulitzer em 1982 e o American Book Award, da afro-americana Alice Walker, que aborda com muita sensibilidade questões de discriminação racial e ainda sexual. O nome não foi escolhido à toa, que é uma alegoria de todo o processo de autoconhecimento e de des(construção) que passa a personagem de Cellie. Foi dirigido com maestria pelo então conhecido Steven Spielberg, que neste caso, imprime uma outra versão a si mesmo: o diretor ultra sensível e primoroso, dirige um time de "estrelas", mas sem efeitos especiais e tecnologia, trocando o fantástico/sonho pela realidade, o ultra-colorido pelo "preto" da dor e sofrimento. Teve um show de interpretações de todo o elenco: uma até então desconhecida Woopi como a doce, mas determinada Celie e a primeira atuação de Oprah Winfrey, como a obstinada e destemida Sofia. Saí do cinema "odiando" Danny Glover, indignada pelo seu comportamento tão opressor no filme, que só se retratou comigo depois em 1987, com seu engraçado personagem Sargento Roger Murtaugh, parceiro do Mel Gibson (Gibbs) em Máquina Mortífera. Acredito que tenha sido um dos mais injustiçados filmes, na história da Premiação do Oscar. Foi indicado a 11 categorias e não ganhou nenhuma. Sem falar que Spielberg nem chegou a ser indicado a melhor diretor desta obra prima. Apesar de impecável, o filme foi muito criticado na época, por movimentos afro-americanos, feministas e homossexuais ,por não conseguir reproduzir na tela, a profundidade das questões levantadas no livro. Estas críticas são apontadas como a provável motivo do filme ter tido tantas indicações e não levar nenhum prêmio. Também não posso deixar de mencionar o fato de que concorreu com outras produções de grande peso: Entre dois amores (o vencedor do ano), A honra do Poderoso Prizzi, O beijo da Mulher-aranha de Hector Babenco, A testemunha e outros que não foram indicados como melhor filme, mas fizeram a diferença: De volta para o futuro, Cocoon e Marcas do destino. Todos divinos, marcaram uma época!!! O filme tem Fotografia simplesmente bela, de Allen Daviau; Figurino assinado por Agie Guerard Rodgers, Maquiagem de Ken Chase e Música de compostas por dois grandes compositores e produtores Quincy Jones e Lionel Ritchie.
Curiosidade: a cantora Tina Turner chegou a ser convidada para atuar como a personagem Shug Avery. Foi o segundo filme de Spielberg que não contou com a trilha sonora assinada por John Williams. E tiveram duas indicações para Melhor Atriz Coadjuvante, algo pouco comum.
Indicações e Premiações: Ao Oscar 1986, indicado nas categorias de Melhor Filme, Atriz. Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Fotografia, Figurino, Trilha Sonora, Canção Original. Ao Globo de Ouro, foi indicado a Melhor Filme Drama, Diretor e Atriz Coadjuvante (Oprah), ganhando para Melhor Atriz em Drama para Woopi Goldberg. Ao BAFTA, foi indicado para Melhor Roteiro Adaptado. E ao National Board of Review 1986, foi indicado para Melhor Ator Principal (Danny Glover), Atriz Coadjuvante (Oprah) e Roteiro Adaptado.
O filme é belíssimo, do início ao fim, comovente!!! Recomendadíssimo para todos os amantes da Sétima arte. Filme para se ter na coleção.