domingo, 19 de outubro de 2014

Yves Saint-Laurent


 Diretor: Jalil Lespert
Atores: Pierre Nimey, Guilhaume Gallienne, Charlotte Le Bon, Laura Smett, Marie de Villepin, Rubem Alves, Alexandre Steiger, Anne Alvaro
Gênero: Biografia
Diração: 106 minutos


Ano: 2014

Sinopse: Paris, 1957. Com apenas 21 anos, Yves Saint-Laurent (Pierre Nimey) é chamado para cuidar do futuro da prestigiosa grife de alra costura fundada por Christian Dior, falecido recentemente. Depois de seu desfile triunfal, ele vai conhecer Pierre Bergé ( Guilhaume Gallienne), e este encontro irá balar sua vida. Amantes e parceiros de trabalho, os dois se associam afim de criar agrife YSL. Apesar de suas obsessões e demônios interiores, Saint-Laurent,vai revolucionar o mundo da moda com sua abordagem moderna e iconoclasta.


Mais uma cinebiografia que me deixou tocada, pois conhecemos ou melhor, foi permitido conhecer e admirar o mito e não o homem. Embora o importante seja conhecer o ser humano por trás do mito, toda sua gama de fragilidade e grandezas, angústias e realizações e este filme, permite isso, a história de Yves é simplesmente linda... Com a autorização e supervisão de Pierre Bergé, o filme mostra um período de vinte anos, de 1957 a 1976, onde podemos conhecer sua trajetória e somos brindados com uma história linda de amor e de seu momentos de alto e baixo na sua vida profissional, pessoal e em relação à sua saúde, pois tinha Transtorno Bipolar (alterações de humor: passando de uma fase produtiva que o levava a exaustão até uma completa  e profunda depressão). Neste período de sua carreira, estão presentes a modelo famosa: Victorie Doutrelean (Charlotte Le Bon), a guinada na carreira com a coleção Mondrian, o primeiro encontro com a musa Betty Castroux (Marie de Villepin) e a subversão do feminismo da mulher YSL, desafiadora na década de 70. Durante as décadas de 1960/1970, Yves viria a alterar alguns dos mais importantes paradigmas do mundo da moda. Aliando o senso prático ao requinte,é lançada a moda "prét-a-porter", caracterizada por criações do autor a preços acessíveis, o que fez de sua marca, um dos mais importantes símbolos de bom gosto e sofisticação. Em 2002, YSL deixa o mundo da moda, após um desfile onde faz a retrospectiva de seus 40 anos de carreira. Seis anos depois morre com 71 anos, com cancro cerebral. É mostrado no filme como uma pessoa criativa, genial, apaixonada, corajosa, provocadora, adorada e atormentada (atormentado pelo perfeccionismo e neurótico pelo sucesso).  Curiosidades:  a jornalista François Guilhaume Lorrein do



Le Point escreve: "Nimey e Gallienne dão vida à relação tão complementar entre o gênio e o executivo de forma comovente. Pierre Bergé, que desejou o filme, não foi contra algumas revelações. Com isso o filme ganha em força e sinceridade". O ator Pierre Nimey, para construir o personagem, mergulhou completamente no universo de Saint- Laurent: assistiu a todas as entrevistas na televisão, passou horas com pessoas que o conheciam bem o estilista, teve aulas de costura  e desenho e se debruçou sobre o acervo da Fondation Pierre Bergé - Yves Saint- Laurent, que conta  com oito mil peças criadas pelo designer. Dedicou meses estudando e se preparando para viver o personagem, tanto que quando Pierre, o parceiro de negócios e na vida, chorou  ao vê-lo pela primeira vez, depois de duas horas de maquiagem. Disse: "fiquei desconcertado, até chateado, porque é muito difícil, às vezes cheguei a pensar que era o próprio Yves, é um sentimento enorme, fiquei impressionado com a atuação dele". Na vida real, na sua parceria com Yves, que sempre foi o artista, o gênio, ele foi o empresário, o braço direito, que fez de tudo para que o outro brilhasse. O ator Nimey, diz que Pierre conseguiu enxergar algo de Yves nele, e isto foi muito gratificante, pois trabalhou duro para que isso pudesse acontecer. E lembrou quando pesquisou sobre seu personagem, que em uma das entrevistas dada por ele, onde foi bombardeado com inúmeras perguntas, sobre ser muito jovem para assumir uma grife tão famosa, no entanto respondeu com simplicidade: "eu não posso descrever como me sinto, mas vou dar o meu melhor até o fim. E assim foi..."O mesmo ocorreu com o ator, informa ter dado o seu melhor para compor este personagem tão complexo. Os dois atores Nimey e Gallienne foram muito elogiados pelos seus desempenhos no filme, dando vida aos personagens com tanta precisão, que sensibiliza. Recomendadíssimo!!! Assista e comente.

domingo, 12 de outubro de 2014

Cidade dos Anjos



 Direção: Brad Silberling
Atores: Nicolas Cage, Meg Ryan, Andre Braugher, Colm Feore, Robin Bartlet, Deniz Franz
Gênero: Romance
Duração: 114 minutos
Ano: 1998                  


Sinopse: Em Los Angeles, uma dedicada cirurgiã(Meg Ryan), fica arrasada quando perde um paciente durante uma operação, no mesmo instante em que um anjo (Nicolas Cage), que estava na sala de cirurgia, comça ase sentir atraído por ela. Em pouco tempo ele fica apaixonado pela médica e resolve ficar visível para ela, afim de poder encontrá-la frequentemente, o que acaba provocando entre os dois uma atração, apesar de ela tenha um sério relacionamento com um colega de profissão. O ser celestial não pode sentir calor, nem o vento no rosto, o gosto das frutas, o toque em suas mãos. Então começa a cogitar a possibilidade de deixar de ser imortal para poder amar e ser amado intensamente.

Adoro este filme, lindo e tocante, quem não gostaria de ter um "anjo" Seth/ Cage, "caindo" por você??? Até euzinha. A parceria Cage e Ryan deu certíssimo, os dois são lindos e talentosos, carismáticos. O filme é um remack do franco-alemão Asas do desejo, filmado em preto e branco, para dar uma ênfase na questão dos anjos não verem cor, do diretor alemão Wim Wenders, em 1987. Mas sinceramente e apesar de divergirem em alguns pontos, minha alma romântica prefere a versão americana, com muito mais produção, (paisagem e fotografia belíssimas), músicas marcantes e suas nuances mais trágicas, mas não menos belas. Todos acreditavam que seria mais um romance sobre anjos e humanos, algo já explorado diversas vezes, mas Cidade dos Anjos foi inova, cria um



"mundo dos anjos": sendo tudo muito perfeito, suas roupas escuras, seus diálogos escassos, posturas, seus encontros ao nascer e pôr do sol, mas principalmente, a sua onipresença, usando o seu poder para ajudar a humanidade, promovendo equilíbrio e ajudando quando fazem a passagem deste plano para outro. Passam uma idéia de paz e harmonia, o diretor dirige com tanta sensibilidade e maestria, que temos a sensação de participar deste mundo mágico e especial criado por ele. Seth/Cage, olha para nós humanos com tanto cuidado e carinho, que eternece. Não tem como não se sentir tocado, o filme emociona (tanto pela beleza de suas imagens, como pela força de sua narrativa), alegra encanta, com um elenco que desempenha perfeitamente bem seu personagem. O anjo Seth acompanha vários humanos, mas uma médica Maggie Rice (Ryan) chama a sua atenção pela paixão com que desempenha sua profissão e que fica inconformada quando perde um de seus pacientes. Um chamada a mais no filme: desperta uma reflexão sobre se existe algo além dos conhecimentos do mundo físico, uma força maior que nos move...Acaba se apaixonando por ela e resolve se aproximar, na tentativa de descobrir os encantos do mundo humano, uma vez que neste filme, os anjos não tem a capacidade de sentir, sua percepção do mundo é muito diferente da nossa. A escolha do álbum, não poderia ser melhor, com músicas do Eric Clapton, U2, If god will send his Angels; da banda Goo goo dollls, Iris; de várias faixas do já conhecido compositor Gabriel Yared, indicado várias vezes ao Oscar e vencedor pela Melhor Canção Original do filme O paciente inglês; e pela premiada Alanis Morissette, com Uninvited. Suas trilhas sonoras fizeram tanto sucesso, que mesmo anos depois do filme ser lançado, ainda era procurado no mercado nacional e internacional, foi um dos álbuns mais


vendidos. Quanto a fotografia, bem este é um caso a parte, onde cada tomada é uma pequena pintura, uma obra, desde o início do filme, John Seale, com sua fotografia naturalista, encanta, as tomadas são perfeitamente gravadas, dando um ar de superioridade, de muitíssimo bom gosto, estupendas do começo ao fim. O filme teve indicação ao Globo de Ouro, no quesito Melhor Canção Original, Uninvited, de Alanis Morissette. A música também foi indicada ao Grammy, de Melhor Canção Original e Melhor Trilha Sonora, para cinema. No MTV Awards (1999), teve indicação de Melhor Canção para cinema, Iris e para Melhor Dupla de Cinema (Nícolas Cage e Meg Ryan). No Satélite Awards (1999), também teve indicação a categoria de Melhor filme para cinema. Enfim, o conjunto todo da obra é maravilhoso, filme recomendadíssimo, essencial para os amantes de um bom romance e para os que não gostam também, pois este filme conquista a todos. É linnnndo!!!   

sábado, 11 de outubro de 2014

Blue Jasmine



Direção: Woody Allen
Atores: Cate Blanchet, Alec Baldwin, Sally Hankins, Peter Sarsgaad, Michael Stuhlberg, Luis C,K,, Bobby Cannavale
Gênero: Comédia
Duração: 98 minutos  


Ano: 2014

Sinopse: Uma mulher rica que vive na alta sociedade de Nova York (Cate Blanchet), perde todo seu dinheiro e é obrigada a morar em São Francisco com sua irmã (Sally Hankins), em uma casa muito modesta. Ela acaba encontrando alguém (Peter Sarsgaad) na Bay Area, que pode resolver os seus problemas financeiros, mas antes precisa descobrir quem ela é realmente, e precisa aceitar que São Francisco será sua nova casa.


Mais uma direção do polêmico Woody Allen, pela primeira vez dirigindo a maravilhosa Cate Blanchet, que está divina (elegante, charmosa) e talentosa como sempre, faz uma neurótica com perfeição, bem ao estilo do diretor. Cate compõe o personagem com uma entrega admirável, com uma construção ao mesmo tempo profunda e complexa, mostrando mais uma vez um personagem rico e sem igual, na sua galeria de interpretações. Teve um  interpretação brilhante, ganhando o Oscar 2014, de Melhor Atriz, merecidamente. O filme como um todo, é muito bem montado e dirigido, vai sendo mostrado do passado ao presente com muita competência. Com bela direção de fotografia de Javier Aguirresaroba, as cenas são apresentadas com muito requinte e planejamento nos dois ambientes, mostrando claramente a ambivalência dos dois mundos (luxuoso e o outro simples e modesto), um amplo e claro, o outro fechado, com cores mais escuras, promovendo um maravilhoso e excelente efeito


visual. Jasmine é inicialmente mostrada como uma mulher deprimida e neurótica, na casa dos 40 anos, que vê seu mundo de riqueza e ostentação, desabar e a partir daí tento que "engolir" seu orgulho e pedir ajuda a irmã, que durante todo período em que foi rica, nunca teve a menor consideração (fazendo questão se ignorá-la), e que mesmo assim, no presente, ainda não sente constrangimento de demonstrar o desprezo que sente pela nova situação. É apresentado um contraste maravilhoso de dois mundos e de duas personalidades: uma egoísta, fútil e superficial (bela por fora mas emocionalmente perturbada) e a outra, simples (não tão bonita externamente, mas com uma alma reluzente) generosa, que passa por cima de tudo para simplesmente ajudar. O elenco está excelente, com personagens dramáticos, cômicos e engraçados, principalmente o Chili (Cannavale) namorado da personagem de Sally (Ginger), está ótimo, como um imigrante italiano. Curiosidades: O nome do filme "Blue" aponta para o estado da protagonista, pois além de azul, também significa melancólico, deprimido, no inglês. E ainda é uma homenagem a música Blue moon, que toca diversas vezes durante o filme. É o primeiro filme de Allen nos Estados Unidos, desde 2009, quando lançou Tudo pode dar certo. Desde então rodou três filmes na Europa:  Você vai conhecer o homem dos seus sonhos (2010), Meia-noite em Paris (2011) e Para Roma, com amor (2012). Foi a esposa de Allen, Soon-Yi Previn, quem deu a idéia para a trama de Blue Jasmine, ao contar a história de uma mulher que conheceu e que passava por uma crise pessoal e financeira. É o terceiro filme dirigido por Allen, que conta com Baldwin no elenco, Os demais foram: Simplesmente Alice (1990) e Para Roma, com amor (2012). O ator Bradley Cooper chegou a ser convidado para atuar ni filme, mas teve que desistir devido a problemas com a agenda. Luis C,K,, fez uma audição para o personagem Augie, mas o diretor achou que ele era bom demais para o papel e acabou oferecendo outro personagem, chamado Al. Apenas Cate Blanchet e Sally Hawkins, tinham o roteiro completo durante as filmagens. O filme teve três indicações ao Oscar 2014, para Melhor Atriz, Atriz Coadjuvante Sally e Roteiro Adaptado, só ganhou para Melhor Atriz. Recomendo, muito bom!!!

domingo, 17 de agosto de 2014

O pescador de ilusões


Diretor: Terry Gilliam
Atores: Robin Williams, Jeff Bridges, Amanda Plummer, Mercedes Riehl.
Gênero: Drama
Duração: 135 minutos

Ano: 1991

Sinopse: Jack Lucas (Jeff Bridges) é um locutor de rádio egocêntrico, que fala o quer em seu programa sem pensar nas possíveis consequências. Um dia um ouvinte conversa com ele ao vivo, dizendo que conheceu uma mulher por quem se apaixonou em um bar yuppie. Jack de imediato descarta que ela tenha se interessado por ele, dizendo que todos os yuppies deveriam morrer. O ouvinte não pensa duas vezes: pega o rifle, vai até o bar e mata seis pessoas, antes de se suicidar. A tragédia provoca forte impacto em Jack, que desaba no alcoolismo e larga a carreira. Três anos depois, Jack conhece Parry (Robin Williams), um mendigo que o salva de ser espancado. Logo Jack descobre que Parry enlouqueceu após sua esposa ser assassinada, no bar yuppie onde seu ouvinte provocou uma tragédia. Disposto a ajudá-lo para livrar-se do peso na consciência, Jack conta com o apoio de sua namorada Lydia (Amanda Plummer), que o sustenta.


Mais um filme maravilhoso, com o competente ator Robin Williams, que tem mais uma atuação brilhante. Sou fã dele, já deu para notar, não? É o típico ator talentoso e não bonito, galã, mas tudo que faz é garantia de no mínimo, ser um bom filme. Neste está mais uma vez sensacional, como o personagem Parry, um mendigo esquizofrênico, que após viver uma tragédia pessoal, fica perturbado, vivendo num mundo imaginário de cavaleiros vermelhos e criaturas pequeninas, mas que se percebe desde o inicio que é uma pessoa brilhante (era um professor de História Medieval), com uma sabedoria e inteligência incríveis, só que desistiu de viver no padrões convencionais. Tendo casualmente sua vida entrelaçada com a de Jack (Bridges), que também não estava vivendo um bom momento, e assim surge uma amizade profunda entre os dois, por afinidade, pois estavam ambos vivendo de certa forma, marginalizados na sociedade. É um ótimo filme, dirigido bem ao estilo de Terry Gilliam: excêntrico, inteligente e original, que narra uma história de amizade e redenção, com narrativa que transita entre o real e imaginário, de forma cativante e com toques de bom humor. Destaque para a figurinista Beatrix Aruana Pasztor, que compõe os figurinos e cenários com extremo bom gosto e fidelidade à época e momento retratado tando na fantasia (Era Medieval), como na realidade, quando retrata a pobreza e miséria de Nova York. O elenco está perfeito, atuam com desenvoltura e realismo, todos convencem como seus personagens, principalmente Bridges e Mercedes. Curiosidades: James Cameron esteve cotado para assumir a direção, mas teve que desistir devido ao seu envolvimento com o Exterminador do Futuro II - O julgamento final (1991). É o primeiro filme dirigido por Terry Gilliam, a não ter qualquer integrante do grupo Monty Python. O ator Bruce Willis fez teste para o filme. Parry, é uma versão menos para Parsifal. o "idiota puro" e lendário cavaleiro em busca do Santo Graal. Esta informação não está no filme, tendo sido divulgada pelo roteirista LaGravenese. As filmagens ocorreram entre 21 de maio a 16 de agosto de 1990. Na Locadora de Lydia (Mercedes), pode ver vistos cartazes de As aventuras do  Barão Munchausen (1998) e Brazil - O filme (1995), sendo que ambos foram dirigidos por Terry. O filme foi indicado a várias premiações: Oscar 1992, Melhor Ator (Robin Williams), Roteiro original (Richard LaCravenese), Direção de Arte e Trilha Sonora. Ganhou na categoria de Atriz Coadjuvante Mercedes Ruehl. No Globo de Ouro 1992, ganhou em Melhor Ator Comédia/Musical (Robin Williams), Atriz Coadjuvante (Mercedes Riehl) e foi indicado a Melhor Filme, Diretor e Ator. Ao BAFTA: Melhor Atriz Coadjuvante (Amanda Plummer) e Roteiro Original. No Festival de Toronto (1991) Ganhou Melhor Filme - Prêmio do Público. No Festival de Veneza (1991), ganhou o Leão de Prata e foi indicado ao Leão de Ouro. Recomendadíssimo!!! Filme sensível. Quando comecei a escrever sobre este filme, ainda não havia ocorrido a tragédia com o ator Robin. Fiquei muito triste, pois tenho profunda admiração por seus trabalhos, acredito que seja um dos melhores atores da atualidade e fiquei chocada com sua atitude, de cometer o suicídio, pois temos imagem do mito, como alguém equilibrado, sereno, culto, mas não tínhamos o conhecimento do ser humano, seu real estado de depressão e sofrimento. O cinema perdeu um de seus ícones. Sinto  muito!!! 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Amor


Diretor: Michael Haneke
Atores: Jean-Louis Trintignat, Emmanuelle Riva. Isabelle Huppert, William Shimell, Rita Blanco, Alexandre Tharaud
Gênero: Drama
Duração: 127 minutos
Ano: 2013

Sinopse: Georges (Jean-louis Trintignat) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados, sendo que Anne era professora de música. Eles tinham uma filha musicista que vive com a família em um país estrangeiro. Certo dia, Anne sofre um AVC e fica com o lado do corpo paralisado. O casal de idosos passsa por grandes obstáculos, que colocarão o seu amor em teste.


Lindo.Forte, mas lindo!!! Filme sensível que mostra uma relação de amor, de um casal de idosos, onde há uma cumplicidade e intimidade, só conquistada através de anos de convivência e de como esta relação vai se deteriorando quando a doença entra em cena, tanto física como mental. Tudo com o passar do tempo vai desaparecendo: o bom gosto que tinham, a dignidade, a identidade de cada um com preservação da harmonia, só o que não muda é o amor, este não evanesce, mas causa profundas mudanças no modo de ser demonstrado. Do que somos capaz de fazer em nome desse amor. O diretor austríaco, já conhecido pela crueza dos seus filmes (não apenas pelo estilo direto das histórias, mas também pelo incômodo que causa no espectador), mas que filme, em particular, desperta tanta reflexão com tão pouco, através de cenas com muita simplicidade e até com total ausência de música, mas que convence, que mexe com nosso emocional. Apresenta cenas fortes, lentas, com uma trajetória honesta e realista, de um fato real, que poderia acontecer a qualquer um. Tocante!!! Enfim o diretor faz uma análise visceral sobre a mortalidade. Curiosidades: É um filme que foi realizado por três países: França, Áustria e Alemanha. Teve sua estréia em Cannes em 2012 e ganhou a Palma de Ouro. A cena em que Jean-Louis Trintignat contracena com um pombo foi repetida 12 vezes, e é o primeiro filme deste ator, após uma ausência de 7 anos. O filme foi indicado ao Oscar 2013, de Melhor Filme, Atriz, Diretor e Roteiro Original, ganhou de Melhor Filme Estrangeiro. Ganhou também o Globo de Ouro, como Melhor Filme Estrangeiro. Recomendo. Assista e comente, mas não espere um filme romântico ao estilo Hollywoodiano, o filme francoalemão tem um estilo realista, sem efeitos especiais e sem final feliz.

domingo, 22 de junho de 2014

Como estrelas na Terra, toda criança é especial


Diretor: Aamir Khan
Atores: Darsheel Safery, Aamir Khan, Tisca Chopra, Vipin Sharma, Lalita Lasmi, Sachet Engineer
Gênero: Drama
Duração: 165 minutos
Ano: 2007


Sinopse: Ishaan tem 8 anos, é cheio de imaginação e gosta muito de desenhar e brincar. Solitário, tem como amigos os cães e os peixes do aquário, suas brincadeiras passam por poças de águas e pipas. Ele não presta nenhuma atenção nas aulas e antes de ser reprovado por preguiça e rebeldia, seus pais o transferem para uma escola que funciona como internato.. Num primeiro momento, o garoto se sente abandonado e sofre com a separação e o novo regime autoritário da instituição. Mas um professor substituto de artes percebe a existência de um problema, e na busca da solução, devolve a alegria e a auto-confiança de Ishaan.



Emocionante e sensível, este filme indiano dá um exemplo de como não devemos dar uma importância maior as aparências, ao que é visível e não o que está no interior, no complexo mundo interno de cada pessoa, com suas potencialidade. Neste caso específico, o filme mostra uma criança sendo discriminada por não conseguir acompanhar a aprendizagem tradicional, por não corresponder às expectativas dos familiares, principalmente quando comparado ao próprio irmão. Trata claramente a incompatibilidade da aprendizagem exigida pelas escolas e em casa.quando uma criança tem um transtorno, seja neurológico, cognitivo ou emocional, de como há uma inadequação do sistema de ensino e familiar, no que se refere ao trato com as diferenças. Cada um de nós é único e como tal, funcionamos de uma maneira muito própria, absorvemos sim um processo de aprendizagem, embora cada caminho encontrado possa ser diferente. O filme é lindo. uma lição de amor e de vida, e do que tem ocorrido cada vez mais em nossa sociedade. Não há uma solução fácil para nenhum problema,  mas se não for tentado nada, cada vez mais encontraremos crianças excluídas. Aamir Khan além de dirigir, atua como o professor Nikumbh, tem como roteirista Amole Gupte. Como fez enorme sucesso, seus direitos foram comprados pela Walt Disney Home Intertainment, para ser distribuída comercialmente no Reino Unido, Estados Unidos e Austrália. É um filme que não tem dublagem em português, só é visto legendado, mas vale a pena., possibilita uma reflexão profunda sobre nossos valores morais. recomendo para todos, principalmente para pais e educadores, pois possibilita uma nova leitura na forma de lidar com nossas crianças. É uma imensa aprendizagem para nós mesmos. Assista e comente.

Trapaça


Diretor: David O. Russel
Atores: Christian Bale, Bradley Cooper, Amy Adams, Jeremy Renner, Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Jack Huston, Michael Peña, Paul Herman
Gênero: Comédia
Duração: 138 minutos        


Sinopse: Irving Rosenfield (Christian Bale) é um grande trapaceiro, que trabalha junto da sócia e amante Sydney Prosser (Amy Adams), Os dois são forçados a colaborar com um agente do FBI (Bradley Cooper), infiltrando o perigoso e sedutor mundo da máfia. Ao mesmo tempo o trio se envolve com a política do país, através do candidato Carmine Pallito (Jeremy Renner). Os palnos parecem dar certo, até que a esposa de Irving, Rosalyn (Jennifer Lawrence) aparecer e mudar as regras do jogo.

Filme bom, com um mega elenco (com excelentes interpretações, é inegável) e ainda com um diretor muito bem cotado, que lembra muito o estilo Scorcesiano de ser, mas não conseguiu me encantar. Parece que ficou faltando algo essencial no filme. Esta foi a minha impressão... O diretor, que também é o roteirista, segue com linha de potencializar a realidade, o que mostrou no seu sucesso anterior O lado bom da vida, tem cenas cômicas, tem tragédias, neuroses e fantasias, mas não deixa de acentuar a questão da desconfiança nas relações  de seus personagens, onde todos desconfiam de todos, onde cada um criou uma imagem de si , que não condiz com o real, são todos pessoas comuns, mas que buscam serem algo além de suas capacidades e realizações, constroem um ideal de vida, o eterno sonho americano e não medem esforços para isso, pagando um preço elevado. O personagem de Irving (Bale), foi inspirado em Mel Weinberg, um trapaceiro condenado real que foi contratado pelo FBI no final dos anos 70 e início dos 80 para auxiliar em uma operação. O que realmente chama a atenção no filme é a reconstituição de época, os figurinos exuberantes, principalmente do elenco feminino e as músicas impactantes, os eternos e clássicos rocks das famosas décadas. Curiosidades: As parcerias: Bale e Amy Adams haviam trabalhado com o diretor em O vencedor e Cooper e Jennifer, Paul Herman e De Niro, no premiado O lado bom da vida. Reencontro de Bale e De Niro também, que já trabalharam juntos em outras produções: Sem limites (2011) e O lado bom da vida (2012). O ator Bradley Copper é também um dos produtores executivos do filme. O diretor escreveu os personagens, expressamente para cada ator interpretá-lo. A cena da briga que se passa no quarto entre Irving e Rosalyn foi completamente improvisada, com completo aval do diretor, que sempre foca nos personagens e não no roteiro. Metamorfose: Christian Bale mudou completamente seu visual, ganhou 18 kg, com penteado disfarçando a calvíce e curvando sua postura, o que acabou por resultar em duas hérnias de disco em sua coluna. Ficou tão bem caracterizado que o ator De Niro não o reconheceu inicialmente nos sets de filmagem. É a quarta vez passa por uma grande transformação corporal para atuar, em : O operário (2004), O sobrevivente (2006) e O Vencedor (2010). As filmagens do filme tiveram de ser adiadas depois da bomba terrorista na Maratona de Boston, onde o filme estava sendo gravado. O diretor Ben Affleck foi originalmente considerado para dirigir Trapaça, mas não houve acerto devido a estra envolvido em outra produção. A criança que o personagem de Jeremy Renner beija nas mãos ao cumprimentar as pessoas como prefeito, é na verdade sua filha Ava, que nasceu durante a produção do filme; mãe e filha tem uma participação especial. Indicações: Oscar 2014, foi indicado para 10 categorias, para Melhor Filme, Diretor, Ator (Bale), Atriz (Amy), Ator Coadjuvante (Bradley), Atriz Coadjuvante (Jennifer), Riteiro Original, Figurino e Edição, mas não levou nenhum. Ao Gloobo de Ouro, venceu nas categorias;   Melhor Filme Comédia/Musical, Atriz (Amy) e Atriz Coadjuvante (Jennifer), sendo indicado a Melhor Diretor, Ator Comédia/Musical (Bale), Ator Coadjuvante (Bradley) e Roteiro. Ao BAFTA, houve indicações para; Melhor Filme, Diretor, Ator, Atriz, Ator Coadjuvante, Figurino, Produção de arte, vencendo para Melhor Atrizs Coadjuvante, Roteiro Original e Penteado e Maquiagem. Achei o filme longo e apesar de ser considerado uma comédia, cansativo. recomendo pelo desempenho dos atores e figurino de Michael Wilkinson.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Como se fosse a primeira vez


Diretor: Peter Segal
Atores: Adam Sandler. Drew Barrymore, Rob Schneider, Sean Astin, Dan Aykroyd, Amy Hill, Aleen Covert, Black Clark, Lusia Strus
Gênero: Romance
Duração: 99 minutos
Ano: 2004



Sinopse: Henry Roth (Adam Sandler) é um veterinário paquerador que vive no Hawai e é famoso pelo grande número de turistas que conquista. Seu novo alvo é Lucy Wihtmore (Drew Barrymore), que mora no local e por quem Henry se apaixona perdidamente, Porém há um problema: Lucy sofre de memória de curto prazo, o que faz com que ela rapidamente esquece dos fatos mais recentes. Com isso, Henry é obrigado a conquistá-la dia após dia, para ficar a seu lado.



Filme delicioso de ver, acredito que toda mulher sonhe com uma situação assim, não a de perder a memória em um acidente, mas a de ser conquistada e amada todos os dias... É o sonho... Adoro este filme, o ator Adam Sandler me surpreendeu, acostumada e vê-lo basicamente em comédias, acredito que tenha se saído muito bem neste personagem, que inicialmente era como que um Dom Juan, que tinha medo de compromisso, apaixonar-se e passar a levar este sentimento muito a sério, chegando até a cogitar abrir mão de todo o seu projeto de vida. É lindo... e a personagem de Drew (Lucy) que apesar de doce e encantadora, acaba também se transformando em uma mulher forte e determinada que vai atrás de seus objetivos, apesar das limitações. Amo a parte em que Lucy mesmo não se lembrando do seu amor conscientemente, o faz em sonhos e traduz esse forte sentimento em arte. O filme no faz rir, com cenas muito engraçadas e também nos faz se emocionar, pois o roteiro é muito bem escrito surpreendentemente por um estreante George Wing. Muuuuito bom!!! Ainda tem a músicas ótimas (algumas delas cover) e uma delas que sou super fã, a do The Police "Every bresth you take". E ainda uma fotografia linda tendo como diretor responsável Jack Green. Curiosidades: O diretor Jay Roach esteva cotado para dirigir este filme. No roteiro original do filme, os personagens viviam em Seatle, posteriormente foi alterado para o Hawai. É a segunda parceria dos atores Sandler e Barrymore, a anterior foi em Afinado no amor (1998). Este é o 12º filme em que Sandler e Schneider atuam juntos, sendo praticamente todos comédias, não muito aclamadas pelas crítica, mas adoradas pelo público mais jovem, co O animal, Golpe baixo, Click. É também a segunda vez que o diretor dirige Sandler, a primeira vez foi em Tratamento de choque (2003). Foi indicado ao MTV Movie Awards em 2004, para Melhor Filme, Ator e Atriz. Ganhou o de Melhor Equipe em cena. O comprometimento da memória fictícia que sofre a personagem de Drew, é semelhante ao quadro real de Perda de memória de curto prazo e Amnésia anterógrada. Recomendo, muito leve e tocante, faz bem ao espírito. Veja se ainda não viu e comente.

Gravidade


Direção: Alfonso Cuarón
Atores: Sandra Bullock, George Clooney, Ed Harris, Eric Michels
Gênero: Ficção científica
Duração: 150 minutos
Ano: 2014



Sinopse: Matt Kowalski (George Clooney) é um astronauta experiente e e comendante da equipe, que está em missão de conserto ao telescópio Hubble juntamente com a doutora (médica e engenheira) Ryan Stone (Sandra Bullock que está em sua primeira viagem ao espaço. Ambos são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrente da destruição de um satélite por míssel russo, que faz com que sejam jogados no espaço sideral, sem  qualquer apoio da base terrestre da Nasa, eles precisam encontrar um meio de sobreviver em meio a uma ambiente completamente inóspito à vida humana.


Filme de ficção que apesar de não ter um tema inédito, tem uma tecnologia nova, onde a equipe de efeitos visuais desenvolveram um sistema de cabos operados manualmente ou por controle remoto, para criar a ilusão de flutuação o que acabou exigindo muito trabalho e dedicação dos atores. Sandra Bullock em uma entrevista diz que o trabalho foi muito físico, teve que que aprender a funcionar como um robô natural, tudo muito matemático, onde cada movimento tinha que ser perfeito para dar o efeito desejado, mas que valeu muitíssimo a pena, um trabalho único, com uma equipe, direção e elenco maravilhosos. O filme é visualmente lindo, com uma fotografia perfeita de Emmanuel Lubezki, temos a sensação de que estamos "flutuando" junto com os protagonistas, mas também mexe com o nosso psicológico, sofremos junto com a personagem de Sandra, pois podemos sentír um "silêncio" assustador, quando ela e a equipe perdem o contato com a Terra, após um impacto da nave Explorer com detritos de um satélite, este impacto gera um a reação em cadeia que acaba destruindo outros satélites e a comunicação com a Terra.; então não existe qualquer chance de resgate, assim o medo vira pânico e a única chace de sobrevivência passa a ser a de se jogar na aterrorizante vastidão do espaço. É angustiante...Os efeitos sonoros também são maravilhosos e a música composta (Steven Price), tornam o filme meio mágico, único mesmo. Curiosidades: O roteiro foi escrito por Alfonso, em parceria com seu filho Jonás Cuaron. Com produção de David Heyman, que já havia trabalhado com o diretor em Harry Potter, e foi o primeiro filme que produz desde então (término da série de filmes Harry Potter). Originalmente, Angelina Jolie foi escalada para o papel, mas decidiu não continuar. Depois foi a vez de Natalie Portman, mas recusou ao confirmar sua gravidez e ainda outras atrizes foram cogitadas como Scarllet Johansson, Marion Cotillard, Rachel Weiz, mas o papel ficou mesmo com Sandra, que ao meu ver foi muito bem pois consegue transmitir todo o medo do desconhecido, da solidão. claustrofobia e a dor pela perda dos companheiros. Ela teve um treinador para aprender a se movimentar lentamente, sua grande dificuldade foi de mover o corpo em um ritmo mais lento do que a fala. Robert Downey Jr, seria o intérprete do personagem que ficou com Clooney. Ele deixou o papel por incompatibilidade com o estilo da atuação necessária à produção. O Marcos Pontes, o "nosso astronauta" informa numa entrevista que o acidente ocorrido no filme, poderia ocorrer na vida real, mas que os procedimentos adotados seriam diferentes. Que gostou do filme como diversão, mas não é para ser visto com olhar muito técnico em termos operacionais, como por exemplo a questão do fogo, do som e algumas sensações, não aconteceriam na vida real, como foi mostrado no filme. O filme começou a ser filmado em 03 de maio de 2011 em vários locais dos Estados Unidos como Atlanta e Los Angeles, bem como em Londres no Reino Unido e em Sidney, na Austrália. Foi filmado em formato digital e depois transformado em 3D. Foi o filme de abertura do Festival de Veneza em 2013. Diretores como James Cameron e Quentin Tarantino gostaram muito do filme, dizendo o primeiro que é o melhor filme de ficção que já viu e o segundo que está entre os 10 melhores filmes de 2013. Foi indicado a 10 categorias ao Oscar 2014, de Melhor Filme, Atriz, Direção de Arte e acabou ganhando as de: Melhor Diretor, Trilha Sonora, Edição e Mixagem de som, Fotografia, Edição e Efeitos Visuais. Ao BAFTA: foi indicado a Melhor Filme, Atriz de papel principal, Direção de Arte, Edição/Montagem, ganhou nas categorias: Diretor, Roteiro Original. Fotografia, Música Original, Som e Efeitos Visuais. Ao Globo de Ouro, teve indicação a Melhor Filme Dramático, Atriz em filem dramático e Trilha Sonora Original, ganhou para Melhor Diretor.
 Recomendo, é um bom filme, não foi o meu preferido deste ano, mas vale a pena. Muito diferente dos filmes anteriores que enfocam este tema.

domingo, 4 de maio de 2014

Philadelphia


Diretor: Jonathan Demme
Atores: Tom Hanks, Denzel Whashington, Antônio Banderas, Joana Woodward, Mary Steenburgen
Gênero: Drama
Duração: 125 minutos
Ano: 1993



Sinopse: O filme conta a história de Andrew, um advogado homossexual que trabalha para uma prestigiosa firma em Philadelphia. Quando ficar impossível para ele esconder dos colegas de trabalho, o fato de que tem aids, é demitido. Beckett contrata então Joe Miller (Denzel Washington), um advogado pouco conhecido e homofóbico para levar seu caso no tribunal. E a partir daí tudo acontece.



Amo também este filme, é daqueles que uma vez visto, jamais será esquecido: forte, tocante e sensível, para mim, o melhor trabalho, de muitos de Tom Hanks, ele "é o cara, o ator". Foi perfeito, do início ao fim. Maravilhoso. O filme mostra com muita sensibilidade os conflitos existenciais e sociais, vividos pelo advogado homossexual, que foi despedido unicamente pelo fato de ter esta opção sexual e por estar com aids numa época em que a doença estava sendo conhecida e havia uma preconceito social intenso. Mostra a discriminação, a dor e suas origens contra os homossexuais, ou portadores do vírus HIV e a relação mútua e confusa deste preconceito, na sociedade americana da época. Também mostra que podemos mudar nossos valores quando permitimos abrir a nossa mente par o novo, para o inesperado. O filme foi inspirado nos eventos ocorridos na vida de dois advogados: Geofrey Bowers e Clarence B. Caim, sendo que ambos ganharam suas causa, mas infelizmente o último já havia falecido. Foi considerado também um grande divisor de águas, em relação à forma como gays e lésbicas eram apresentados no cinema, abrindo caminho para O segredo de Brokeback Mountain. Curiosidades: Tom Hanks perdeu 12 kg para interpretar o personagem quando ele estava com aids em estágio avançado. O diretor queria que as pessoas não familiarizadas com a questão de homossexualidade e vírus HIV assistissem ao filme, então convidou o compositor/cantor Bruce Springsteen para compor a canção, acreditava que isso ajudaria a trazer tal audiência, que ambos: filme e canção ajudariam a conscientizar pessoas sobre o assunto, e afinal o resultado foi melhor que o esperado (uma jogada de mestre, Parabéns a Jonathan Demme que foi também o diretor de outro filme premiado O silêncio dos inocentes. O filme foi filmado totalmente na sequência do seu roteiro, para que Hanks pudesse perder peso para interpretar o personagem de Andrew. Os produtores pensaram em nomear o filme como: "Gente como nós", "Em risco" e "Causa provável", acabaram por fim decidindo pelo nome original, marcando o nome da cidade. Segundo o IMDB, 53 atores gays apareceram em várias cenas do filme, mas no ano seguinte morreram devido as complicações resultantes da aids e não puderam ver o sucesso do filme. Tak Fujjmoto, o diretor de fotografia, aparece como um médico do hospital, na cena seguinte a do parto. O papel de Andrew foi oferecido aos atores: Daniel Day Lewis, Michael Keaton, e Andy Garcia. O diretor queria que um ator cômico como Bill Murray ou Robin Williams interpretasse o papel de Joe Miller, pois sentiu que seria uma ótima forma de balancear todo o drama do personagem de Hanks. Mas quando Denzel o procurou, desistiu da idéia inicial, pois estava querendo trabalhar com ele havia muito tempo. O personagem de Denzel, era inicialmente um homem ítalo-americano chamado Joe Martino. O filme recebeu críticas positivas dos críticos de cinema, conquistando índices de aprovação de 77%. As cenas do processo foram rodadas em um verdadeiro tribunal e foi saudado como um marco no cinema: de profunda emoção e atuações excepcionais. A cena do personagem de Hanks, conversando com seu advogado Joe (Denzel) foi antológica, emocionante, de nos fazer chegar às lágrimas, ao som da música La Mamma Morta, da ópera Andrea Chémier, na voz da diva Maria Callas.  Prêmios: No Festival de Berlim (Alemanha), 1994, Tom Hanks foi o vencedor do Urso de Prata como Melhor Ator e o filme foi indicado para Melhor Filme. No Oscar 1994, ganhou para: Melhor Ator (Hanks) e Melhor Canção Original - Street of Philadelphia de Sprinsteen (que amo profundamente) teve indicações para Melhor Maquiagem (Carl Fulleton e Alan D'angelo), de Canção para Neil Young - Philadelphia e Roteiro original (Ron Nyswaner) perdeu para Jane Campion por O Piano. No Globo de Ouro 1994, foi indicado a Melhor Roteiro e ganhou de Melhor Ator Dramático (Hanks), de Melhor Canção Original (Springsteen). No Grammy 1995 Springsteen foi o vencedor do prêmio para melhor Canção escrita especialmente para filme. No BAFTA foi indicado ao prêmio de Melhor Roteiro Original. É um dos primeiros filmes comerciais de Hollywood para reconhecer o hiv/aids, homossexualidade e homofobia. Filme imperdível de ver. Recomendo!!! Veja e comente.

domingo, 27 de abril de 2014

Ela



Diretor: Spike Jonze
Atores: Joaquin Phoenix, Rooney Mara, Amy Adams, Scarllet Johansson, Olívia Wilde, Chris Pratt
Gênero: Drama
Duração: 126 minutos
Ano: 2014


Sinopse: Theodore Twombly (Joaquin) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para o seu computador. Para sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela voz deste programa informático, dando início a uma relação amorosa entre ambos. Esta história de amor incomum explora a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.



Filme sensível, muito bem mostrado e dirigido por Spike Jonze, "romântico na medida certa", como disse o Rubens Ewald Filho, durante a premiação do Oscar. O ator Joaquim está excelente construção do personagem, deveria ter sido indicado para Melhor Ator. O filme transita entre a ficção científica e o drama, num futuro não muito distante, mas não especificado. Fala através de uma alegoria sobre a solidão e o amor, com bastante originalidade sobre o relacionamento de um homem introspectivo, vivendo um processo e divórcio e seu novo sistema operacional, o OS1 (dotado de inteligência e ainda é intuitiva, vai aprendendo com o tempo, acaba tendo uma personalidade e emoções praticamente humanas) chamada Samantha (Scarllet). O relacionamento entre ambos vai se aprofundando até o ponto de se apaixonarem um pelo outro. Para quem  gosta de tecnologia, o filme é um prato cheio. Também é possível identificar alguns elementos já presentes no nosso cotidiano, como a mobilidade e o isolamento provocados por esta dependência tecnológica.  O roteiro é originalíssimo e uma história que esta mais para um drama existencial do que de ficção. Os diálogos são intensos, cheios de vida e profundidade, com muitas questões levantadas: o que é bom ou ruim, o que é certo e errado na relação a dois. E a maneira como os protagonistas lidam com elas é envolvente e apaixonante. O filme é ótimo, encantador, vamos nos identificando com alguns de seus problemas tanto individuais, como de relação. Faz uma reflexão sobre questionamentos contemporâneos: o que é real e o que é virtual neste mundo digital em que as interações acontecem cada vez mais através da tecnologia? A fotografia é linda, meio futurista e retrô, ao mesmo tempo é assinada por Hoyte Van Hoytema. E a Trilha Sonora é de William Butler, da Banda Canadense Arcade Fire e Owen Pawllet e a Canção Original é de Karen O. O filme teve cinco indicações para o Oscar 2014, de Melhor Filme, Canção Original ('The moon song"), Direção de Arte, Design de Produção e ganhou o do Melhor Roteiro Original (Spike, que dirigiu e fez o roteiro). Foi  considerado o Melhor Filme de 2013, no National Board of Review. Compartilhou o primeiro lugar de Melhor Filme com Gravidade no Prêmio Los Angeles Film Critics Association. Teve três indicações para o Globo de Ouro: Melhor Filme Musical e Comédia, Roteiro, Ator de Musical e Comédia (Joaquin) e venceu o de Melhor Roteiro. Curiosidades: foi filmado em Los Angeles em 2012 e duas semanas em Xangai. Inicialmente era a voz da atriz Samantha Morton que desempenhou a voz de Samantha no filme, mas como o filme foi editado ao longo de 14 meses, acabou ocorrendo a substituição, pois o diretor disse: "parece que o que fizemos não estava funcionando de maneira correta", foi muito difícil chegar a uma realização, então houve a substituição para Scarllet, com sua voz rouca muito sensual. O diretor Steven Soderbergh se envolveu na edição do filme. A música "Supersymmentry" da banda Arcade Fire, foi originalmente escrita para o filme."Ela", foi aclamado pela crítica: "Doce, com alma e inteligente". Recomendo, imperdível!!!