domingo, 27 de abril de 2014

Ela



Diretor: Spike Jonze
Atores: Joaquin Phoenix, Rooney Mara, Amy Adams, Scarllet Johansson, Olívia Wilde, Chris Pratt
Gênero: Drama
Duração: 126 minutos
Ano: 2014


Sinopse: Theodore Twombly (Joaquin) é um escritor solitário, que acaba de comprar um novo sistema operacional para o seu computador. Para sua surpresa, ele acaba se apaixonando pela voz deste programa informático, dando início a uma relação amorosa entre ambos. Esta história de amor incomum explora a relação entre o homem contemporâneo e a tecnologia.



Filme sensível, muito bem mostrado e dirigido por Spike Jonze, "romântico na medida certa", como disse o Rubens Ewald Filho, durante a premiação do Oscar. O ator Joaquim está excelente construção do personagem, deveria ter sido indicado para Melhor Ator. O filme transita entre a ficção científica e o drama, num futuro não muito distante, mas não especificado. Fala através de uma alegoria sobre a solidão e o amor, com bastante originalidade sobre o relacionamento de um homem introspectivo, vivendo um processo e divórcio e seu novo sistema operacional, o OS1 (dotado de inteligência e ainda é intuitiva, vai aprendendo com o tempo, acaba tendo uma personalidade e emoções praticamente humanas) chamada Samantha (Scarllet). O relacionamento entre ambos vai se aprofundando até o ponto de se apaixonarem um pelo outro. Para quem  gosta de tecnologia, o filme é um prato cheio. Também é possível identificar alguns elementos já presentes no nosso cotidiano, como a mobilidade e o isolamento provocados por esta dependência tecnológica.  O roteiro é originalíssimo e uma história que esta mais para um drama existencial do que de ficção. Os diálogos são intensos, cheios de vida e profundidade, com muitas questões levantadas: o que é bom ou ruim, o que é certo e errado na relação a dois. E a maneira como os protagonistas lidam com elas é envolvente e apaixonante. O filme é ótimo, encantador, vamos nos identificando com alguns de seus problemas tanto individuais, como de relação. Faz uma reflexão sobre questionamentos contemporâneos: o que é real e o que é virtual neste mundo digital em que as interações acontecem cada vez mais através da tecnologia? A fotografia é linda, meio futurista e retrô, ao mesmo tempo é assinada por Hoyte Van Hoytema. E a Trilha Sonora é de William Butler, da Banda Canadense Arcade Fire e Owen Pawllet e a Canção Original é de Karen O. O filme teve cinco indicações para o Oscar 2014, de Melhor Filme, Canção Original ('The moon song"), Direção de Arte, Design de Produção e ganhou o do Melhor Roteiro Original (Spike, que dirigiu e fez o roteiro). Foi  considerado o Melhor Filme de 2013, no National Board of Review. Compartilhou o primeiro lugar de Melhor Filme com Gravidade no Prêmio Los Angeles Film Critics Association. Teve três indicações para o Globo de Ouro: Melhor Filme Musical e Comédia, Roteiro, Ator de Musical e Comédia (Joaquin) e venceu o de Melhor Roteiro. Curiosidades: foi filmado em Los Angeles em 2012 e duas semanas em Xangai. Inicialmente era a voz da atriz Samantha Morton que desempenhou a voz de Samantha no filme, mas como o filme foi editado ao longo de 14 meses, acabou ocorrendo a substituição, pois o diretor disse: "parece que o que fizemos não estava funcionando de maneira correta", foi muito difícil chegar a uma realização, então houve a substituição para Scarllet, com sua voz rouca muito sensual. O diretor Steven Soderbergh se envolveu na edição do filme. A música "Supersymmentry" da banda Arcade Fire, foi originalmente escrita para o filme."Ela", foi aclamado pela crítica: "Doce, com alma e inteligente". Recomendo, imperdível!!!

domingo, 13 de abril de 2014

Alguém tem que ceder



Direção: Nancy Meyers
Atores: Jack Nicholson, Diane Jeaton, Keanu Reeves, Amanda Peet, Frances McDormand, Jon Favreau, Paul Michael Glaser, Nicole Hiltz
Gênero: Comédia romântica
Duração: 128 minutos

Ano: 2003

Sinopse: Harry Sanborn (Jack Nicholson) é um executivo que trabalha no ramo da música e que namora Marin (Amanda Peet), que tem idade para ser sua filha. Harry e Marin decidem ir até a casa de praia da mãe dela, Érica (Diane Keaton) para um fim de semana romântico. Lá Harry sofre uma parada cardíaca e fica aos cuidados de Érica e Julian (Keanu Reeves), um jovem médico local. Aos poucos Harry percebe que está se interessando cada vez mais por Érica, mas tenta esconder seus sentimentos. Julian também se sente atraído por ela, tornando-se um rival para Harry.



Filme sensacional, uma comédia deliciosa muito bem interpretada pelos veteranos Nicholson e Keaton, que formam um casal hilário, mas também tocante, ao mesmo tempo. O filme começa mostrando o playboy profissional Harry, um típico exemplo do homem com Síndrome de Peter Pan, ou seja, que se recusa a se comportar como alguém de sua idade e totalmente imaturo para relacionamentos com mais profundidade, associado a tudo isso, ainda tem uma libido exacerbada para alguém de sua idade, e no momento se encontrava todo empolgado com a nova conquista, um ninfeta linda chamada Marin (Peet). Mas acaba ocorrendo uma grande mudança em sua vida, quando conhece a mãe de sua namorada (Keaton) uma bem sucedida e divorciada dramaturga de Nova York e, para completar sofre um infarto na casa de praia dela. Sua vida sofre então uma reviravolta, seu mundo todo muito bem estruturado e controlado com rédeas curtas, passa a desmoronar, no entanto Harry resiste com todas as forças em assumir uma nova paixão, porque pela primeira vez deverá tomar decisões movidas pelo seu coração. Todos os protagonista tem embates verbais maravilhosos, que faz do filme algo muito mais complexo do que se imagina no início. Amei, pois vi colocada em prática a minha teoria de que quando uma mulher madura se divorcia, acaba ficando à mercê de situações de conflito e preconceito (sociais e pessoais), e para encontrar um novo parceiro torna-se algo extremamente complicado, pois os homens ou estão bem casados, divorciados mas só se interessando por alguém muito mais jovem ou então, são aqueles solteirões, cheios de manias. É fica difícil...Daí se acontece de se interessar por alguém mais jovem é discriminada e chamada de "papa anjo", e também passa a ser vista como um possível rival pelas esposas dos amigos. É uma loucura...O filme mostra de certa forma esta situação, quando o charmoso médico Julian (Reeves) se mostra interessado em Érica, mesmo num primeiro momento acreditar que ela é quem era a esposa de Harry. Os conflitos de três gerações de mulheres, vão sendo mostrado de modo muito inteligente e coerente, o que confirma a competência da diretora que também foi  a roteirista e responsável pela produção. Amei também os álbuns de família mostrados pela personagem de Keatn, separados por décadas; a idéias é original! Curiosidades: É o terceiro filme da diretora, os anteriores foram Operação Cupido (1998) e Do que as mulheres gostam (2000). Escreveu o personagem de Érica, especialmente para a atriz Diane Keaton. É a segunda vez em que Nicholson e Keaton atuam juntos, o trabalho anterior foi Reds (1981). O título original do filme é uma homenagem a música do mesmo nome de 1954 de Johnny Mercer. O nome do personagem de Keanu Reeves, Julian, é em homenagem ao cantor. Jack Nicholson canta música "La vie en Rose", durante os créditos finais do filme. A casa de praia mostrada nas filmagens é real, nos Hamptons, e foi muito comentada e admirada por todos que viram o filme na época e serve de modelos de designer até hoje, mas as cenas dos interiores que a tornam absolutamente aconchegante e charmosa, foram criadas em estúdio, pela decoradora Beth Rubino. Composição musical de Hans Zimmer.
O filme foi indicado ao Oscar 2004, na categoria de Melhor Atriz para Keaton e ao Globo de Ouro, do mesmo ano, para Melhor Ator Comédia/Musical para Nicholson e Diane Keaton ganhou o prêmio de Melhor Atriz Comédia/Musical.
Recomendo, o filme é apaixonante. Assista e comente.