segunda-feira, 23 de março de 2015

Minha amada imortal


Diretor:Bernard Rose
Atores: Gary Oldman, Isabella Rossellini, Jeroen Krabbe, Valeria Golino, Johanna Ter Steege, Marco Hotscheneider, Barry Humphries, Anna Kolinska
Gênero: Drama biográfico
Duração: 120 minutos
Ano: 1994            


Sinopse: Em Viena, 1827, Ludwig Van Beethoven (Gary Oldman) morre e um grande amigo do compositor, Anton Felix Schindler (Jeroen Krabbe) decide cumprir o último desejo do maestro, que deixava em testamento tudo para sua Amada Imortal, bem como uma carta, sem especificar o nome desta mulher. Assim empreende uma jornada épica, tentando encontrá-la. E em sua busca, encontra um retrato desconhecido de Beethoven, que pode ajudá-lo a solucionar o problema.



História do grande músico Beethoven, o brilhante compositor alemão (Boon, 1770 a 1827), que desde os 26 anos teve um diagnóstico de congestão na aparelho auditivo e fica completamente surdo aos 46 anos e de como tudo isso se reflete em sua vida. Filme poético e lindo, não chega a ser uma biografia, mas chega muito perto, mostrando algumas passagens de sua vida, que não era do domínio público, mas nem por isso menos real: sua história conflitante com o pai (o que pode ter ocasionado sua surdez), a rejeição popular de sua pessoa e a relação "paternal" que estabeleceu com o sobrinho, no qual tinha grandes expectativas quanto a uma possível carreira artística. Tem uma frase que ele disse: 'Que Deus me fez surdo, para que eu ouvisse a Sua voz e a transformasse em música para o mundo". E foi o que ele fez, era um gênio, tinha um dom e não uma formação acadêmica e usou esse dom com sabedoria, mas também era um apaixonado, com personalidade forte, de certa forma chegando a arrogância, que foi se tornando cada vez mais uma pessoa difícil de se relacionar, assim não passava na cabeça de ninguém , que ele pudesse amar e escrever palavras tão profundas e românticas. Sua história possui altos e baixos, são tantos infortúnios e sofrimentos, que suas músicas eram inspiradas nesses momentos, é possível "sentir" toda emoção vivida por ele, reverenciada em cada nota musical. A ambientação de época é perfeita, cenas com belas locações na Hungria, em Praga e Viena. E vale lembrar que não havia ainda os efeitos especiais realizados por computação gráfica, os figurantes são figurantes mesmo. A trilha sonora é excepcional, vão sendo mostradas acompanhando todas as vivências de Beethoven, como uma verdadeira ópera de sua vida.. Fotografia exuberante assinada por Peter Suschitzky. Montagem de Dan Rae e o Figurino magnífico é de Maurizio Millenotti. E sinceramente achei uma injustiça o filme não ter sido indicado a nenhuma premiação importante em nenhuma destas categorias, acredito que merecia. Não poderia deixar de comentar o trabalho impecável, primoroso de Gary Oldman, que faz um trabalho muito além do dever de interpretação na pele do autor da famosa 9 ª Sinfonia, sabe-se que dedicou a tocar piano com o máximo de precisão possível, para compor seu personagem. Curiosidade: O ator Stephen Rea recusou o convite para interpretar este tão contraditório personagem.
Recomendo: a história mostrada é envolvente e surpreendente. Veja e comente. 

domingo, 22 de março de 2015

Boyhood - Da infância à adolescência.


Diretor: Richard Linklater
Atores: Ellar Coltrane, Lorelei Linklater, Patrícia \Arquette, Ethan Hawke, Zoe Grahan, Nicki Krause, Eve Thompson
Gênero: Drama
Duração: 165 minutos
Ano: 2014


Sinopse: O filme conta a história de um  casal de pais divorciados (Ethan e Arquette), que tenta criar os filhos Mason (Ellar coltrane) e Samantha (Lorelei Linklater). A narrativa percorre a vida deles, principalmente a do menino, durante um longo período, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme vai amadurecendo.




Genial a idéia do diretor de filmar uma família durante um período longo de 12 anos. Podemos acompanhar toda a evolução, desenvolvimento, encantos e desencantos de todos os personagens. Excelente e cativante!!! Torcemos por cada um deles e o desenrolar é totalmente imprevisível. Vamos nos apaixonando pelos personagens que vivenciam conflitos não muito diferentes dos nossos, da vida real: dúvidas, conflitos, inseguranças, tentativas de acertos e erros. Demais mesmo!!! É um projeto único do ponto e vista cinematográfico, inicia no verão de 2002 e termina em agosto de 2013. Em uma entrevista que Linklater concede a Berlinale, afirma que rodou o filme em 45 dias, cerca de 3 a 4 dias de filmagem por ano, e disso tirou um estudo honesto sobre o cotidiano de uma família comum. Reunia-se com os atores e conversava muito com eles, ouvia suas opiniões, o que possivelmente resulta na naturalidade com que vemos os atores desempenhar seus papéis. Os atores que começaram mirins, são todos jovens atualmente, então este registro só acontece neste filme, o que também é algo inédito. Os atores vão amadurecendo não só na narrativa como fisicamente, o ator Ellar Coltrane que faz o Mason, tinha 7 anos quando começaram as filmagens e terminou com 18 anos.



O que certamente foi um risco para o diretor, então como já tem uma longa amizade com Ethan, o fez prometer que se morresse durante o período, este assumiria a direção. É um longo filme, mas não sentimos o passar do tempo e nada é esperado, pois na história narrada tudo podia acontecer, na trajetória desta família e principalmente na Mason, que poderia fazer escolhas ruins, mas conseguiu dar um sentido positivo, sem soluções mirabolantes, na sua vida. Todos tem uma existência muito parecida com a nossa e é justamente por isso que nos apaixonamos e nos identificamos com eles, torcemos para que tudo de certo. Realmente é um trabalho incomparável, lindo, com roteiro afinado: cenas fortes, dramáticas e com diálogos extraordinários. Mostrando a trajetória desta família com seus dilemas, vemos uma real trajetória da infância à juventude, com divórcio, ausências do pai, idas e vindas de relacionamentos, mudanças de cidades, escolas, condutas, amizades perdidas, namoro, alcoolismo, violência e recomeços. Direção e roteiro primorosos de Linklater, que opta por uma câmera quase naturalista, sem tons quentes e admira seus personagens, em especial Mason. A trilha sonora é também um destaque, músicas de Cold Play, Paul McCartney, Sheryl Crow, Pharrel Williams, Wilco e até Lady Gaga. Premiações: no Oscar 2015, teve indicação nas categorias de Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original, Ator Coadjuvante (Ethan Hawke), Edição e só ganhou para Melhor Atriz Coadjuvante para Patrícia Arquette. Foi indicado também no Festival de Berlim, para Juri e ganhou o Urso de Ouro, na categoria de Diretor para Richard Linklater. Curiosidades: o diretor é o mesmo da Trilogia: Antes do amanhecer (1995), Antes do por do sol (2004) e Antes da meia noite (2013). O artista de rua que toca violão é o pai de Ellar, Bruce Salmon. O carro GTO usado no filme é do diretor. A atriz que faz a Samantha (Lirelei Linklater) é filha de Richard, que quando ficou sabendo do projeto, desejou participar.
Recomendadíssimo!!! Para mim o filme é mais que um filme, é uma experiência linda, de beleza encantadora, era o meu favorito para o Oscar. A cena em que o pai, já mais velho e maduro, diz a Mason que hoje ele era tudo o que a mãe desejava no passado, e que se ela tivesse tido a paciência, talvez, tudo poderia ser diferente, é algo muito real, todos nós certamente, já vivenciamos algo parecido.  Propicia longas e profundas reflexões...

quarta-feira, 18 de março de 2015

Lendas da paixão


Diretor: Edward Zwick
Atores: Brad Pitt, Anthony Hopkins, Aidan Quinn, Julia Ormond, Henry Thomas, Christina Piclkes, Paul Desmond, Tantoo Cardinal.
Gênero: Drama
Duração: 133 minutos
Ano: 1994



Sinopse: Filme sobre três irmãos e seu pai que vivem numa fazenda, uma terra inóspita, no estado de Montana - EUA, no início do século XX e como suas vidas são afetadas pela natureza, história, guerra e amor.

Lindo!!! Palavra que o descreve de modo perfeito. Lindo... em roteiro, visualmente, elenco e suas interpretações, música para ser lembrada sempre. Demais!!! Filme que mostra três irmãos , três destinos: Alfred (Aidan) é o mais serio e reservado, o caçula Samuel (Henry Thomas) é o protegido de todos, e o do meio Tristan (Pitt), que está deslumbrante), é o filho rebelde que aprendeu com os índios e tem um espírito aventureiro. E quando Samuel volta para o lar, trazendo a sua noiva, a bela e intrigante Susannah, os irmãos se encantam por ela e iniciam um conflito de paixões que pode terminar em tragédia para toda a família e irá mudar a vida de todos para sempre. É baseado no livro homônimo de Jim Harrison, escrito em 1979, sendo que a história acontece no estado de Montana, onde a família reside. O patriarca, um coronel aposentado (Hopkins) e seus três filhos e suas relações de conflitos,


                                                                                                   

onde podemos reconhecer uma gama enorme de dramas/sentimentos humanos: amor, amizade, honra, ciúme, ódio, dor, rancor. E recheados de aspectos históricos e políticos, mostrando uma década que antecede a Primeira Grande Guerra Mundial, até a Lei Seca, em 1930 e terminando com um breve conjunto de cenas de 1963. Também mostra a discriminação racial sofrida pelos índios neste período, pela sociedade americana local e a relação pacífica e afetuosa que a família estabelece com um casal de indígena (seus costumes e crenças respeitados), sendo que é ele quem narra a história toda. No livro o autor usa expressões da Língua Córnica, que é uma língua celta do grupo britônico, falada na Cornualha, Península do Reino Unido. Foi uma língua trazida com os ingleses durante a colonização americana. Foi extinta em 1777,


substituída pelo inglês, mas ressuscitada em 1904. No filme aparece alguns termos ocasionais desta língua, sendo que os Ludlows é uma família de emigrantes córnicos. O filme foi filmado na verdade no Canada, nas cidades de Alberta e Colúmbia Britânica. A área do porto histórico em Vancouver chamado Gastow, foi aumentada com fachadas de edifícios daquele período para as cenas de rua da cidade de Helena, Montana. O filme foi indicado ao Oscar 1994,para Melhor Som, Direção de Arte e ganhou para Melhor Fotografia, de John Toll, merecidamente, a fotografia é belíssima. Ao Globo de Ouro, teve indicações para Melhor filme, Realizador, Ator Drama (Brad Pitt) e Banda Sonora. Acredito ter sido uma injustiça não ter indicado para Música Original, a musica é liinnda, de James Homer. Só a título de curiosidade, o ator Henry Thomas, para quem não se lembrou é o ator mirim do Clássico ET, estava sumido, das telonas, mas apareceu e valeu.  Recomendo o filme, é um "épico" no seu estilo.

domingo, 1 de março de 2015

Transcendence - A revolução


Diretor: Wally Pfister
Atores: Johnny Deep, Rebbeca Hall, Paul Bettny,Cillian Murphy, Kate Mara. Cole Hanner, Morgan Freeman, Clifton Collins Jr.
Gênero: Ficção
Duração: 119 minutos
Ano: 2014


Sinopse: O Dr. Will Caster (Johnny Deep) é o mais famoso pesquisador sobre inteligência artificial da atualidade. No momento ele esta trabalhando na construção de uma máquina consciente que conjulga informações sobre todo tipo de conteúdo com a grande variedade  de emoções humanas. O fato de sempre se envolver em projetos controversos fez com que ganhasse notoriedade, mas ao mesmo tempo o torna inimigo número um dos extremistas que são contra o avanço tecnológico, e por isso mesmo tentam detê-lo a todo custo. Só que em um dia após a tentativa de assassinato, Caster convence a esposa Evelyn (Rebbeca Hall) e seu melhor amigo Max Watters (Paul Bettany) a testar seu inveto nele mesmo. A questão não é só de podem fazer isso, mas se devem dar esta passo.




Mais um filme estrelado por Deep, que poderia ser tanto um sucesso, como um fracasso (ator que normalmente se lança nas suas interpretações), e surpreendentemente ele brilha mais uma vez, na pele do cientista e professor Will Caster que propõe, juntamente com sua esposa Evelyn (Hall), que é a dona da iniciativa do projeto e seu melhor amigo Max (Bettany), um cientista com visão mais humanista, a criar uma máquina com sensibilidade e inteligência coletiva. O filme propõe uma infinidade de questionamentos, onde não há um aprofundamento nas questões, e por este motivo foi criticado de modo negativo, mas acredito que esta não era a intenção do diretor. E sim, fazer o expectador sair com mil questionamentos na cabeça ligados a ética e isto ele consegue: pode uma máquina ter autoconsciência??? Quais as consequências de se transportar uma mente (neste caso uma das mais inteligentes do mundo) para o universo online, onde o acesso é livre a todos os computadores (dados pessoaia, bancários e outros) do mundo??? O que ele poderia fazer com este poder??? Essa onipresença poderia resultar em uma nova forma de Deus, ou pelo menos o desejo de se tornar um Deus, decidindo o que seria melhor para o outro??? E ainda, poderia ser Will Caster ele mesmo, sem corpo, habitar aquele computador???
Este é o primeiro filme de Wally Pfister,  até então conhecido como fotógrafo dos longas-metragens de Christopher Nolan (aclamado pela crítica devido a famosa Trilogia Batman, onde recebeu muitos prêmios, e amplamente homenageado em outras premiações por ser de mais jovem diretor de cinema a fazer tanto sucesso. Em 2014 dirige o filme Interestelar.) que neste filme, assina a produção executiva. Tem a inda no elenco outros nomes conhecidos e que atuam muito bem, como Morgan Freeman, Kate Mara e Cillian Murphy. Curiosidade: Os dois protagonistas do filme Deep e Bettany são amigos na vida real, tanto que Betttany foi um dos convidados e padrinho no casamento de Deep com Amber Heard, em 05 de fevereiro, numa cerimônia vip, em sua ilha particular situada nas Bahamas. Recomendo!!! Filme sensível que faz com que pensemos muito em nossa escolhas e que sentimentos estão envolvidos nestas decisões. Recomendo!!!