domingo, 22 de março de 2015

Boyhood - Da infância à adolescência.


Diretor: Richard Linklater
Atores: Ellar Coltrane, Lorelei Linklater, Patrícia \Arquette, Ethan Hawke, Zoe Grahan, Nicki Krause, Eve Thompson
Gênero: Drama
Duração: 165 minutos
Ano: 2014


Sinopse: O filme conta a história de um  casal de pais divorciados (Ethan e Arquette), que tenta criar os filhos Mason (Ellar coltrane) e Samantha (Lorelei Linklater). A narrativa percorre a vida deles, principalmente a do menino, durante um longo período, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme vai amadurecendo.




Genial a idéia do diretor de filmar uma família durante um período longo de 12 anos. Podemos acompanhar toda a evolução, desenvolvimento, encantos e desencantos de todos os personagens. Excelente e cativante!!! Torcemos por cada um deles e o desenrolar é totalmente imprevisível. Vamos nos apaixonando pelos personagens que vivenciam conflitos não muito diferentes dos nossos, da vida real: dúvidas, conflitos, inseguranças, tentativas de acertos e erros. Demais mesmo!!! É um projeto único do ponto e vista cinematográfico, inicia no verão de 2002 e termina em agosto de 2013. Em uma entrevista que Linklater concede a Berlinale, afirma que rodou o filme em 45 dias, cerca de 3 a 4 dias de filmagem por ano, e disso tirou um estudo honesto sobre o cotidiano de uma família comum. Reunia-se com os atores e conversava muito com eles, ouvia suas opiniões, o que possivelmente resulta na naturalidade com que vemos os atores desempenhar seus papéis. Os atores que começaram mirins, são todos jovens atualmente, então este registro só acontece neste filme, o que também é algo inédito. Os atores vão amadurecendo não só na narrativa como fisicamente, o ator Ellar Coltrane que faz o Mason, tinha 7 anos quando começaram as filmagens e terminou com 18 anos.



O que certamente foi um risco para o diretor, então como já tem uma longa amizade com Ethan, o fez prometer que se morresse durante o período, este assumiria a direção. É um longo filme, mas não sentimos o passar do tempo e nada é esperado, pois na história narrada tudo podia acontecer, na trajetória desta família e principalmente na Mason, que poderia fazer escolhas ruins, mas conseguiu dar um sentido positivo, sem soluções mirabolantes, na sua vida. Todos tem uma existência muito parecida com a nossa e é justamente por isso que nos apaixonamos e nos identificamos com eles, torcemos para que tudo de certo. Realmente é um trabalho incomparável, lindo, com roteiro afinado: cenas fortes, dramáticas e com diálogos extraordinários. Mostrando a trajetória desta família com seus dilemas, vemos uma real trajetória da infância à juventude, com divórcio, ausências do pai, idas e vindas de relacionamentos, mudanças de cidades, escolas, condutas, amizades perdidas, namoro, alcoolismo, violência e recomeços. Direção e roteiro primorosos de Linklater, que opta por uma câmera quase naturalista, sem tons quentes e admira seus personagens, em especial Mason. A trilha sonora é também um destaque, músicas de Cold Play, Paul McCartney, Sheryl Crow, Pharrel Williams, Wilco e até Lady Gaga. Premiações: no Oscar 2015, teve indicação nas categorias de Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original, Ator Coadjuvante (Ethan Hawke), Edição e só ganhou para Melhor Atriz Coadjuvante para Patrícia Arquette. Foi indicado também no Festival de Berlim, para Juri e ganhou o Urso de Ouro, na categoria de Diretor para Richard Linklater. Curiosidades: o diretor é o mesmo da Trilogia: Antes do amanhecer (1995), Antes do por do sol (2004) e Antes da meia noite (2013). O artista de rua que toca violão é o pai de Ellar, Bruce Salmon. O carro GTO usado no filme é do diretor. A atriz que faz a Samantha (Lirelei Linklater) é filha de Richard, que quando ficou sabendo do projeto, desejou participar.
Recomendadíssimo!!! Para mim o filme é mais que um filme, é uma experiência linda, de beleza encantadora, era o meu favorito para o Oscar. A cena em que o pai, já mais velho e maduro, diz a Mason que hoje ele era tudo o que a mãe desejava no passado, e que se ela tivesse tido a paciência, talvez, tudo poderia ser diferente, é algo muito real, todos nós certamente, já vivenciamos algo parecido.  Propicia longas e profundas reflexões...

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