terça-feira, 28 de março de 2017

A chegada



 Diretor: Denis Villeneuve
Atores: Amy Adams, Jeremy Renner, Forrest Whitaker, Michael Stuhlbarg, Mark O'Brien, Tzi Ma, Pat Kiely, Mark Camacho
Gênero: Ficção científica
Duração: 116 minutos
Ano: 2017


Sinopse: Quando seres interplanetários deixam marcas na Terra, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma linguista especialista no assunto, é procurada por militares para traduzir os sinais e desvendar se os alienígenas representam ameça ou não. No entanto, a resposta para todas as perguntas e mistérios pode ameaçar a vida de Louise e a existência de toda a humanidade.

Filme tocante!!! Que acaba por mexer com nossos sentimentos mais profundos, ao fazer uma paralelo de contatos com seres alienígenas e a uma interiorização dos nossos sentimentos, como medos, perdas, finitude,  sonhos e principalmente a nossa relação com o tempo/espaço.´É um filme que agrada visualmente, mas que nos causa uma certa inquietação, pela modo como o tema vai sendo abordado, nada muito claro e pela própria dificuldade de compreender sua mensagem; devagar é que tudo vai fazendo sentido. Inicialmente é um tanto confuso, até "cair a ficha", de percebermos a intenção do diretor: de promover uma reflexão e aprofundamento sobre sofrimentos como impotência, vulnerabilidade, expectativas, vida e morte... Partindo de um drama coletivo (a ameaça, uma possível extinção da Terra) coincidindo com um drama pessoal (vivências de perdas e luto). Mas também e principalmente sobre o nosso conceito e de como percebemos e lidamos com o tempo e o espaço. O filme meio que parece um quebra-cabeça que vai montando e que vai mexendo profundamente, ainda que sutil, com o nosso psicológico. A atuação de Amy está brilhante, expressiva, emana toda a angústias e incertezas, que "sofremos" junto com ela, quando assume este desafio inédito, de desvendar o indesvendável (tentativa de compreensão e dar sentido a uma linguagem (ruídos e grunhidos) e uma forma escrita consistindo em inúmeros símbolos circulares.. A fotografia, assinada  por Bradford Young é majestosa e impressiona, com um tema pouco comum no cinema, aliens bonzinhos, com forma "esquisita" e atípica, sem grande batalhas épicas, sem efeitos especiais explosivos (bem ao contrário, com silêncios, fragilidade, fascinação, hesitação) e ainda uma protagonista forte, mas ultrassensível, com uma capacidade incrível de compreensão quando utiliza recursos internos para isso. Em uma entrevista ao Jornal The New York Times, o diretor diz: "Eu sou de uma geração de homens que teve contato com as novas idéias do FEMINISMO.


Eu fui criado de maneira a não sentir medo dessas idéias. Eu as achava algo lindo". Então, ele e o roteirista Eric Heisserer, optam pela escolha de uma mulher, para compor esta história, onde o universo é ainda quase que exclusivamente masculino: militares, matemáticos, físicos. Particularmente, amei a idéia toda!!! É ainda um filme que provavelmente criará polêmica, amado ou odiado, mas não passará despercebido e de preferência que se veja mais de uma vez, para entendimento de sua complexidade, por não ser um filme de grandes ações, é uma obra mais emocional. Foi baseado em um conto História da sua vida, do escritor Ted Chiang, que é um escritor estadunidense, conhecido por suas histórias de ficção científica. Já foi condecorado com o Prêmio Nebula, o Prêmio Hugo e o Prêmio Locus. Mais ou menos assim: ..."chegam os aliens, a mídia entra em polvorosa, pessoas amedrontadas e forças armadas de todos os países em alerta pois naves/casulos estão pairando sobre o céu de vários países..."
Música marcante de Jóhann Jóhannsson e Joe Walker como montador chefe.
Indicações e Premiações: Oscar 2017, foi indicado nas categorias: Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Mixagem, Direção de Arte, Fotografia e Edição. Venceu para Melhor Edição de Som. No Globo de Ouro 2017, foi indicado a Melhor Atriz em filme Dramático e Trilha Sonora Original. Foi indicado no Festival de Veneza, para Melhor Diretor e no Critic's Choise Awards,teve indicações para Melhor Filme, Diretor, Atriz, Cinematografia, Direção de Arte, Edição, Efeitos,Visuais, e Trilha Sonora, vencendo nas categorias de Melhor Filme de Categorias Específicas e Roteiro Adaptado.  
Curiosidades: o nome original do filme era "Story of my life", a real tradução do nome do conto em que foi baseado, mas o público de teste, não gostou do título, e portanto foi mudado para A chegada, para causar um maior impacto. E causou!!!
O diretor canadense, vinha nos brindando com filmes numa linha mais de suspense com aprofundamento psicológico como O homem duplicado, Os suspeitos (2013) e Sicário (2015), agora resolveu inovar, apresentando um gênero diferente. Para fazer pensar...Gostei muito!!!
Recomendo!!! Impressiona.
Veja e comente.

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