domingo, 2 de dezembro de 2018

Don Juan DeMarco



Diretor: Jeremy Leven
Atores: Johnny Deep, Marlon Brando, Faye Dunaway, Geraldine Paillas, Richard C.Serafias, Stephen Singer
Gênero: Romance
Duração: 100 minutos
Ano: 1995


Sinopse: Um homem de 21 anos (Johnny Deep) dizendo ser o famoso Don Juan vai para Nova York para encontrar seu grande amor perdido, mas sentindo que não irá alcançar seu objetivo, tenta se matar. Porém um psiquiatra (Marlon Brandon) consegue convencê-lo a mudar de idéia e começa  a tratá-lo. Entretanto o paciente possui um romantismo irrecuperável e contagioso, que começa a influenciar o comportamento do médico.

Emocionante!!! O filme encanta pelos desempenhos notáveis de um Johnny Deep super jovem, um Marlon Brando não tão jovem e nem tão belo como antes, mas esbanjando charme e talento e uma Faye Dunaway madura, linda e glamourosa de sempre.  Filme romântico, que seduz o expectador do início ao fim, com um bom roteiro, de certa forma leve, retratando a relação de um psiquiatra com seu paciente, que se intitula como o famoso sedutor Dom Juan (personagem fictício, geralmente tido como símbolo da libertinagem, conquistador. Originado no folclore, adquiriu forma literária no romance do século XVII, El Burlador de Sevilha (1630), atribuído ao dramaturgo espanhol Tirso de Molina. Depois acabou se tornando o herói-vilão de romances, peças teatrais e poemas. Mas sua lenda adquiriu muita popularidade através da Ópera de Mozart, Don Giovanni  em 1787). Sua história é tão convincente/envolvente que chama atenção do médico e desperta nele sentimentos até então adormecidos (reformulando sua vida amorosa), e os dois desenvolvem um curioso relacionamento de respeito e admiração, e porque não dizer, segundo os Psicanalistas desenvolvem uma relação de transferência e contratransferência, que faz com que elabore seu problema, transformando-se internamente, sem precisar tomar medicação.


"O Complexo de Don Juan, segundo alguns pesquisadores acreditam,  possuem problemas no processo de elaboração co Complexo de édipo, em razão de ficarem muito fixados na figura materna e assim não conseguem constituir uma família, trocando de parceiras continuadamente, o importante é a conquista, sem medir consequências, desenvolvente uma compulsão sexual, com presença de autoestima baixa e um sentimento muito grande de vazio, por isso tentam conquistar várias mulheres como uma forma de "massagear o Ego" e preencher este vazio de si mesmo com os triunfos das suas conquistas". Para Jung, Psicoterapeuta e Paciente são como duas substâncias químicas que interagem mutualmente e os dois sofrem transformações psíquicas neste encontro. Foi isso o que foi mostrado no filme, os dois saem "melhorados" após o tratamento. No filme também são abordados vários Mecanismos de Defesa (formas que a mente busca para se proteger. Para Freud, a defesa é uma operação pela qual o Ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo dessa forma o aparelho psíquico). Principais Mecanismos de Defesa: Negação, Racionalização, Formação Reativa, Isolamento, Projeção, Regressão e outros. O personagem de Deep, John Albert De Marco utiliza inúmeros mecanismos de defesa, para manter sua sanidade,criando um mundo de fantasia, para compensar suas inúmeras frustrações.


 A música é maravilhosa, do Brian Adams e Michael Kamen, Have you ever really loved a woman. Lindíssima!!! Diretor de Fotografia Ralf D Bode, com imagens muito precisas, coloridas e "quentes". Coreografia de Adam Shankman. E ainda teve produtores de renome: Francis Ford Coppola, Fred Fuchs e Patrick J. Palmer. Roteiro de Lord Byron (personagem) Jeremy Leven.
Curiosidades: o ator Johnny Deep, para compor seu personagem, assistiu a vários episódios da série americana Ilha da Fantasia (1977-1984), para aprender a falar com sotaque espanhol. Condicionou sua atuação no filme, á participação do ator Marlon Brando, como o psiquiatra Jack Mickler. O orçamento do filme foi de US$25 milhões, sendo que o filme arrecadou US$65 milhões, nas bilheterias de todo o planeta.
Indicações e Premiações: foi indicado ao Oscar 1996, para Melhor Canção Original e ao Globo de Ouro também em 1996 para Melhor Trilha Sonora e Canção Original, música Have you ever really loved a woman?

Recomendo!!! Imperdível!!!







domingo, 1 de julho de 2018

Me chame pelo seu nome



Diretor: Luca Guadagnino
Atores: Thimothée Chalamet, Arnie Hammer, Michael Stuhlbarg, Amira Casar, Esther Garrel
Gênero: Romance
Duração: 131 minutos
Ano: 2017



Sinopse: É verão de 1983 no Norte da Itália, e Elio Perlman (Timothée Chalamet), um garoto ítalo-americano de 17 anos, passa seus dias na casa de campo de sua família, datada do século 17, preguiçosamente transcrevendo música e flertando com sua amiga Marzia. Um dia, Oliver (Armie Hammer), um charmoso pesquisador americano de 24 anos, que está fazendo doutorado, chega na cidade para trabalhar como estagiário de verão encarregado de ajudar o pai de Elio (Michael Stuhlbarg), um renomado professor especializado em cultura greco-romana. Em meio ao esplendor ensolarado desse cenário, Elio e Oliver descobrem a beleza inebriante do desejo despertado ao longo de um verão que mudará suas vidas para sempre.



Amei este filme!!! Um tema polêmico, abordado com extrema sensibilidade, o desabrochar da sexualidade de um garoto, com a total compreensão e participação dos pais, Lindo!!! Elio é sensível e filho único, de uma família de intelectuais, com ascendência italiana e francesa, com uma forma de criação muito livre, leve, mas nem por isso desatenta. As locações são maravilhosas, fotografia linda e com a direção competente do diretor, vamos sendo transportados com naturalidade para a Itália, é  verão, muito calor, preguiça e gradativamente vai acontecendo o despertar dos sentimentos fortes, mas tudo sendo apresentado de forma sutil, mas com poderosa intensidade. Não li o livro, mas segundo informações, foi realizada uma adaptação com muita competência, e acredito que o tão falado "ritmo lento", de algumas críticas, seja uma parte essencial do filme, onde a mensagem é mostrar o desenvolvimento de algo que não pode ser dito e nem revelado de forma tão evidente, está sendo "descoberto". Daí a indicação do filme a Melhor Roteiro Adaptado, tendo como roteirista, James Ivory. Foi baseado no romance homônimo do escritor egípcio André Acinan. Li a descrição do filme realizada por um repórter do G1, que para mim foi perfeita, segundo ele: "o filme dá uma cara real, vibrante e próxima das duas coisas imateriais e difíceis de explicar, desejo e afeto. Retrata o primeiro amor de um jovem italiano por um estudante americano, mostrado com (pouco) açúcar e com (muito) afeto. Por isso se tornou um dos filmes mais elogiados do ano e muito cotado ao Oscar". Para mim aborda também a dualidade, o contraditório é apresentado o tempo todo, então passa a ser o fundamento das relações que se estabelecem no filme. A família é muito intelectual, falam três línguas com muita naturalidade, que recebem muitos convidados em sua casa, mas contrasta com a cidade que é pacata. Natureza bela e cultura, contraditórias, mas convivendo em plena harmonia, neste caso. Outro contraste apresentado é referente aos dois personagens principais, Oliver é como uma escultura, bonito, com porte atlético, admirado pelas moças da cidade, já Élio é franzino, quase passa despercebido, no entanto tem sede de contemplação pelo belo, e vai sendo consumido ao mesmo tempo pelo desejo e admiração em relação a Oliver. Suas roupas, são contrastantes, quando se compara o início com o final do filme, vai sendo mostrado a evolução de seus sentimentos, no início roupas claras, quase pastéis, mas à medida que seus sentimentos vão crescendo o tom das roupas também vai escurecendo, com presença de tons mais fortes. E finalmente os dois funcionam como polos (que se atraem), de um único/mesmo universo/objeto, a incerteza de um se funde na segurança do outro, por isso a questão do chamar pelo mesmo nome: o eu e o outro na verdade, somos um só. Para pensar: Sexo é parte da vida, pode ser vivido de forma simples ou complicada, com ou sem consequências, mas nenhum desejo pode ser satisfeito, sem ser vivido. Isso é fato!!!
O elenco está perfeito, maravilhosas interpretações, mas palmas especiais para Thimothée e Sthlbarg. Este garoto é bastante promissor. Música tocante, assinada por Sufjan Stevens.



Curiosidades: o filme foi lançado em 2017 no Festival de Sundance, EUA e logo foi visto no 42º Festival de Toronto, com ótima aceitação do público. em 2015, James Ivory disse ao The New York Times que ele planejava dirigir um filme que teria Shia LaBeouf e Greta Scachi estariam no elenco. No entanto em 2016, tudo mudou, ele passou a ser o roteirista e um dos produtores. Durante o Festival de Cinema em Londres, de 2017, o diretor afirmou que espera filmar uma sequência do filme em 2020. Tanto Thimothée quanto Hammer manifestaram interesse em participar da sequência. No livro, Élio e Oliver se reúnem 15 anos depois. Então vamos aguardar, ansiosamente, né??? O jovem ator Thimothée também trabalhou em outro filme indicado ao Oscar, Lady Bird, mas com um personagem completamente diferente do seu Élio.


Indicações e Premiações: recebeu 8 indicações no Critic's Choise Award, para Melhor Diretor, Ator, Ator Coadjuvante, Roteiro Adaptado e Cinematografia. No 75º Globo de Ouro foi indicado para Melhor Filme em Drama, Ator em Drama (Thimothée), Ator Coadjuvante em Drama (Hammer). Ao Oscar 2018, foi indicado para quatro categorias: Melhor Filme, Música Original, Ator e Roteiro Adaptado, vencendo nesta última indicação.         
Recomendo!!! Muito lindo e delicado.

Love Story - uma história de amor


Diretor: Arthur Hiller
Atores: Ali Mac Graw, Ryan O'neil, John Marley, Ray Millard, Katherine Balfour, Andrew Duncan, Tommy Lee Jones
Gênero: Drama
Duração: 99 minutos
Ano: 1970


Sinopse: Oliver Barret IV (Ryan O'neil), um estudante de Direito da Harvad, conhece Jenny Cavilleri, uma aluna de Música de Radclife. É amor à primeira vista, e eles decidem se casar. No entanto, o pai de Oliver, um multimilionário, não aceita tal união e deserda o filho. Jenny não consegue engravidar e descobre que está doente.

Mais um clássico do cinema, filmado em 1970, com músicas lindas de Francis Lai, inesquecíveis!!! Da era vinil, compacto duplo (ainda temos). Marcou a vida dos atores para sempre e a nossa também. Eu estava com 09 anos, quando chegou ao Brasil em 71, saí do cinema encantada... A famosa frase "Amar é nunca ter que pedir perdão" ou desculpas, não saia da cabeça, na minha tentativa vã de entender a profundidade disso, sendo que nem havia chegado na pré adolescência, enfim!!!

Robert Evans então diretor do grandioso Estúdio Paramount, emplaca este romance, protagonizado pela sua esposa, na época Ali e salva o estúdio de uma falência, pois já havia tentado outras produções mas não havia feito sucesso, os americanos estavam vivendo um momento meio que depressivo, pós guerra do Vietnã (diga-se o grande fiasco americano), com perdas gigantescas de jovens e abuso no uso de drogas. O filme parece que trouxe uma outra perspectiva, uma certa dose de alívio em suas dores. Elevando a moral do público jovem, o filme acabou sendo um mega sucesso, devolvendo a credibilidade e respeito ao estúdio. O público amou e foi lembrado por muitos anos.
O escritor Steven Segall era professor de Literatura Comparada em Oxford, Yale e Princepton, discutia com os alunos a estrutura clássica do romance, quando ouviu de um aluno uma história que acabou virando a base do filme. Na verdade, o livro foi sendo escrito simultaneamente com a realização do filme, que para o período foi rodado com um orçamento muito limitado. Um história simples, mas poderosa que arrebata corações, que trás uma mensagem de esperança nos bons valores da humanidade num período marcado pela guerra e extrema violência.


O filme inicia com uma reflexão: "o que é morrer uma garota que era linda, brilhante, que amava Mozart, Bach e eu???" E segue com muitas outras: o que é amor? Como se constrói uma relação com profundidade? Quais valores envolvidos? No filme o que fica claro é que a personagem de Ali, tinha uma ótima relação com o pai, ao passo que o do Ryan, não. Tinha uma relação conflituosa com o pai e ela pode lhe ensinar o que á amar. Os atores estão ótimos nos papéis, tornam o filme imperdível de ver ou rever, é realmente uma linda história de amor, composta por inúmeros erros e acertos, um drama real,"meloso na medida certa", onde mostra que nada dura para sempre e a capacidade de cada um de reagir diante das adversidades. Com muitas músicas maravilhosas e muitas cenas tocantes, adoro a que eles brincam na neve, fazendo o tão famoso "anjo na neve", acho que foi a primeira vez que vi neve em um filme, fiquei encantada!!!
Indicações e Premiações: Oscar 71, foi indicado para Melhor Filme, Diretor, Ator, Atriz, Ator Coadjuvante (John Marley) e Roteiro Original. Venceu na categoria de Melhor Trilha Sonora. Ao Globo de Ouro 71, teve indicação para Melhor Ator e Ator Coadjuvante e venceu pra Melhor Filme em Drama, Diretor, Ator em Drama, Roteiro Original e Trilha Sonora. No Prêmio Davis di Donatello 71 (Itália), venceu na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz Estrangeira. No Grammy Award 72, foi indicado para Melhor Trilha Sonora para cinema.

Curiosidades: na época Michael York, Jon Voight, Beau Bridges, Michael Serrazin e Michael Douglas recusaram o papel, alguns por incompatibilidade de agenda e outros por acreditarem que o filme,bem comoo personagem não tinham nada a ver com o momento. O'neil foi quem acreditou, aceitando o convite de viver Oliver Barret e teve sua vida transformada. Foi o filme que lançou o ator Tommy Lee Jones, então muito jovem, diferente do que estamos acostumados a ver. Em entrevista, O'neil informa que para fazer o personagem de Oliver, espelhou-se justamente em Lee e no político Al Gore. O guarda-roupa que a atriz usou no filme, virou moda por vários anos. O livro virou um Best Sellers internacional. E o casal foi convidado a contracenar, após 45 anos, em uma peça, ela com 76 anos e ele com 74. Juntos novamente na peça "Love Letters", em uma turnê nos EUA, que iniciou em outubro de 2015. Foi um sucesso!!! O filme teve uma continuação em 1978, A história de Oliver, mas nem de longe fez o sucesso de seu antecessor.
Recomendadíssimo!!! Não deixe de ver, é um filme atemporal.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

A forma da água




Diretor: Guilhermo Del Toro
Atores: Sally Hawkins, Michael Shannon, Doug Jones, Richard Jenkins, Octávia Spencer, Lauren Lee Smith, Michael Stuhlbarg
Gênero: Romance
Duração: 123 minutos


Ano: 2018

Sinopse:  Década de 60. Em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria versus União Soviética, a muda Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, afeiçoa-se a uma criatura fantástica mantida presa a maltratada, no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard Jenkins) e também amiga e colega de turno Zelda (Octávia Spencer).

Mais um filme visualmente lindo, com uma fotografia perfeita, com ênfase nos tons azulados em alguns momentos e alaranjado em outros, divinos!!! Assinada por Dan Lausten. Com diretor musical Alexandre Displat (no início do filme toca uma música muito conhecida nossa Babalu e na voz parece ser de nossa esplêndida cantora paranaense, mas que reside atualmente no Rio de Janeiro, Simone Mazzer, eu acho!!! Vencedora do Prêmio da Música Brasileira, de Cantora Revelação, em 2016). O filme é apresentado como uma fábula, bem ao estilo Del Toro, onde uma "princesa", neste caso muda (nem linda, nem perfeita), apaixona-se por uma criatura que não tem nada de "príncipe", pelo menos não do modo como estamos acostumados, ele é um humanóide (meio homem, meio anfíbio) e juntos, constroem uma história linda, comovente e cativante. Neste filme Del Toro nos encanta, fazendo uma reflexão sobre o oposto do que chamamos de "belo", no padrão convencional. Numa outra linguagem, no entanto, extremamente expressiva, chama nossa atenção para a importância de olharmos para o novo e muitas vezes inusitado, de forma diferente, abertos a novos conceitos e a menos preconceitos. À medida que o filme avança, vão sendo despertados muitos sentimentos contraditórios no expectador: admiração versus repulsa, amor versus raiva/indignação, mas principalmente uma sensação de solidão/desolamento, do quanto o incomum, e também neste caso, transmite a imagem de fragilidade e total isolamento. Todos os personagens são diferentes, porque não dizer "estranhos" de uma maneira única e individual, mas todos são personagens solitários, vivendo em seus mundos particulares.


Indicações e Premiações: o filme foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Toronto em 2017. Teve 13 indicações ao Oscar 2018, para Melhor: Atriz (Sally), Ator Coadjuvante (Richard Jenkins), Atriz Coadjuvante (Octávia Spencer), Roteiro Original (Del Toro e Vanessa Taylor), Fotografia, Montagem (Sidney Wolinsky), Figurino (Luís Sequeira), Mixagem de Som , Edição de Som e ganhou para Melhor Filme, Diretor, Direção de Arte e Trilha Sonora Original. Ao Globo de Ouro foi indicado para Melhor Filme em Drama, Atriz em drama, Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante também em drama, Roteiro de Cinema, venceu na categoria de Melhor Diretor e Trilha Sonora. Ao BAFTA, indicação de Melhor Atriz, mas venceu para Melhor Diretor, Design de Produção e Trilha Sonora Original. Também levou para casa o Leão de Ouro de Veneza 2017, indicado nas categorias de Melhor Filme, Atriz, Atriz Coadjuvante, Ator Coadjuvante, Roteiro Original, Edição, Trilha Sonora Original, Design de Produção, Fotografia, Figurino, Edição e Mixagem de Som, venceu para Melhor Diretor.

Curiosidades: Del Toro revelou que a atriz Sally Hawkins não foi somente a primeira como a única opção para o papel de Elisa, ainda que outros personagens do longa foram escritos já tendo os atores que os interpretariam, a exemplo de Octávia Spencer, que disse que seu personagem é uma mistura entre sua participação em Histórias Cruzadas (2011) e Estrelas além do tempo (2016). Já Richard Jenkins recebeu um e-mail de Del Toro, com a mensagem: "Espero que você ame o roteiro tanto quanto eu". Del Toro também já dirigiu Doug Jones na franquia Helboy e nos filmes O Labirinto do Fauno (2006), A Colina Escarlate (2015) e na série The Strain (2016). O ator Doug demorava mais de três horas para se caracterizar como seu personagem. Mas apesar do tempo, ele revela que já demorou mais horas para se vestir para outros personagens de filmes de Del Toro. Também houve outro reencontro de Sally Hawkins e Michael Stuhlbarg, que já trabalharam juntos em Blue Jasmine (2013).

Del Toro havia confirmado em sua conta pessoal do Twitter que as filmagens começariam em 15 de agosto de 2016, mas acabaram começando mais cedo em 01 de agosto e terminaram mas filmagens em 06 de novembro. E pensou muito, chegando a cogitar fazer o filme em Preto e Branco, mas acabou mudando de idéia. Ainda bem, pois o colorido do filme ficou espetacular!!! Sendo que a maior parte do filme foi filmada em estúdio, segundo o Diretor de Fotografia Dan Laustsen.
O filme recebeu aclamação da crítica e teve uma performance forte nas bilheterias.
Recomendo assistir a este filme. É marcante!!! Comente depois.


sexta-feira, 1 de junho de 2018

Lanternas vermelhas


Diretor: Zhãng Yimóu
Atores: Gong Li, He Caifei, Cao Cuifen, Jin Shuyuan
Gênero: Drama
Duração: 125 minutos

Ano: 1991

Sinopse: Na China de 1920, Songlian (Gong Li), é uma universitária de 20 anos, que é forçada a se casar com um homem bem mais velho, depois que sua mãe morre e sua tia não tem mais dinheiro para custear seus estudos. Seu marido é um homem de 50 anos que já tem três esposas, todas morando em casas diferentes. Cada noite, ele decido com quem vai dormir, e a escolhida ganha massagem, lanternas vermelhas acesas e o direito de escolher o cardápio do dia seguinte. Tal costume gera rivalidade entre as esposas, e logo Songlian se vê envolvida em um mundo de intrigas femininas e conspiração serviçais. 



Um interessantíssimo filme chinês, dirigido por Zhãng Yimou com uma fotografia belíssima, de impressionar, assinada por Fei Zhao e Trilha Sonora de Zhao Jiping. É um filme intenso, que primou pela simplicidade e competência de direção, que vai passando pelas quatro estações do ano e mostrando a história de uma jovem que com a morte do pai e o consequente empobrecimento da família, é pressionada pela madrasta e tia  a se tornar a quarta esposa de um homem muito rido e poderoso que ela nem sequer conhece. De repente ela se vê sozinha em uma casa onde as tradições seculares são seguidas como uma lei por seu marido e por todos que a habitam. A esposa escolhida pelo senhor da casa para passar a noite, tem as lanternas de sua casa acesas e recebe um tratamento privilegiado de toda a criadagem.



O que é mostrado no filme, é um panorama da sociedade chinesa no início do século XX, onde os nobres tinham poder, riqueza, influência e uma enormidade de servos, totalmente subservientes, numa relação constante de opressão. Suas esposas viviam no luxo e tinham tudo, menos a atenção e parceria dos maridos, eles eram tiranos e controladores de tudo e de todos. A vida para elas, era tediosa e perigosa ao mesmo tempo, pois o que acabava restando para elas, era uma disputa fervorosa para obter a atenção deles por mais tempo focada nelas, usando para isso todo tipo de recursos e artimanhas. O que chama atenção no filme e que foi muito bem representado, são os sentimentos contidos na alma de cada uma, um desvendar de como cada uma realmente é, sem máscaras e sob um verniz de aparência tranquila e de submissão, escondem sentimentos de inveja, crueldade, ódio, ciúme e um desejo intenso de vingança. A mulher, mostrada neste filme, precisa aceitar que não tem direitos, só deveres de agradar e servir seu senhor. Aff!!! Percebi, quando assisti ao filme, que na verdade o mundo todo é machista!!! Não só a sociedade brasileira. O homem, não importando seu nível social, econômico, raça, credo ou cultura, tem o desejo eterno de subjugar a mulher. Incrível!!! Não permitiriam nunca sair de suas zonas de conforto, de espontânea vontade, menos que tomássemos as rédeas de nossas vidas, à força, como fizemos no passado e continuamos a fazer, né???
Curiosidades: o filme foi proibido na China,mas por pouco tempo, no início dos anos 90.
Também foi levado aos palcos, com um roteiro com pequenas alterações, mas mantida a imponência, grandiosidade e beleza da história. O espetáculo foi dirigido por ele mesmo, Zhãng Yimóu, e quem viu aqui no Brasil, diz que foi simplesmente arrebatador, que valeu a pena ter visto, que foi como ter a sensação de ter vivido uma experiência única.


Indicações e Premiações: em 1991, foi indicado ao Leão de Ouro, em Cannes (Sul da França), para Melhor Direção Zhãng Yimóu, no Festival e Veneza, indicado ao Prêmio Especial do Juri e a Melhor Roteiro. Em 1992, foi indicado ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e o Prêmio David Di Donatello (Itália) para Melhor Atriz, Gong Li.
Recomendadíssimo!!! Filme imperdível.
Veja e comente.

sábado, 26 de maio de 2018

Um limite entre nós


Diretor: Denzel Washington
Atores: Denzel Washingtom, Viola Davis, Stephen Henderson, Russel Hornsby, Mykelti Williamson, Saniyya Sidney, Jovan Adepo
Gênero: Drama
Duração: 139 minutos
Ano: 2017

Sinopse: Anos 50. Troy Marson (Denzel Washington) tem 53 anos e mora com a esposa, Rose (Viola Davis), e o filho mais novo Cory (Jovan Adepo). Ele trabalha recolhendo lixo das ruas e batalha na empresa para conseguir migrar para o posto de motorista do caminhão de lixo. Troy sente um profundo rancor por não ter conseguido se tornar jogador profissional de baseball, e por causa disto não quer que seu filho siga como esportista. Isto faz com que o jovem bata de frente com o pai, já que um recrutador esta prestes a ser enviado para observá-lo em jogos de futebol americano.



Filme bastante reflexivo, que certamente não agradou e nem agradará a muitos, por ser um drama  uma mistura muito hábil de conflito racial e familiar, mostrando como as feridas causadas pelo racismo dividiram não apenas uma nação, como também muitas famílias negras nos EUA, mas também acaba por mexer com nossos conteúdos internos. O título original Fences (cercas), remete a barreiras erguidas para proteger, mas também para isolar. É uma adaptação de uma peça de teatro de August Wilson (1983), que se tornou um clássico da literatura contemporânea, ganhando o Prêmio Pulitzer de Drama em 1987 e que finalmente recebeu uma adaptação comovente à altura da peça para a telona. Foi seu primeiro trabalho como roteirista, e fez uma exigência na época, que seu trabalho fosse dirigido por um afro-americano. Recebeu uma indicação póstuma ao Oscar 2017, uma vez que faleceu em 02 de outubro de 2005. O filme aborda a questão do preconceito racial, brancos com melhores empregos ou cargos, em relação aos negros e do quanto isso está profundamente arraigado na sociedade americana. Neste caso, o personagem Troy vive em Pittsburg, a segunda cidade mais populosa do estado da Pennsylvania, ao sofrer esta discriminação tanto no passado (era vedado a negros participarem dos jogos de baseboll), como no presente, em seu trabalho, arrasta esta dor por toda sua vida, afetando sua relação afetiva com a esposa e filhos. O filme vai mostrando numa atmosfera claustrofóbica, necessária para mostrar a profundidade da personalidade de um homem que está prestes a explodir de tanto ressentimento acumulado, potências frustradas e orgulho machista. Seu comportamento trás inúmeros conflitos a todos a sua volta,gerando novas dores, com seu comportamento intolerante e amargo. Mas é o retrato de uma família real. O roteiro é ótimo e tem excelentes atuações do elenco,como não poderia deixar de ser, com estes dois grandes atores Denzel e Viola. Um pouco monótono, para quem gosta de mais ação, mas muito bom e talvez por mexer com nossos sentimentos, possamos sentir um certo incômodo, diante de tanto egoismo e negativismo juntos.

Curiosidades: a peça de teatro Fences foi apresentada na Broadway em 1987 e ganhou os prêmio Tony Awards de Melhor Peça, Ator (James Earl Jones) e Atriz Coadjuvante (Mary Alice). Um revival da trama também foi realizada em 2010, e colecionou prêmios de novo, no Tony, como o Melhor Revival para uma peça, Melhor Ator (Denzel Washington) e Atriz (Viola Davis).
Quando os Estúdios da Paramount adquiriram o direito do filme, Eddie Murphy foi cogitado para viver o personagem de Cory. No entanto, quando foi filmado, muito tempo depois, o ator ficou velho para viver o personagem.
Viola Davis atuou em outro filme dirigido por Denzel, Voltando a viver (2002).
Indicações e Premiações: Oscar 2017, indivado para Melhor, Filme, Ator, Atriz Coadjuvante e Roteiro Adaptado,mas não venceu em nenhuma categoria. Ao Globo de Ouro, também foi indicado a Melhor Ator e Atriz Coadjuvante em Drama, mas não venceram. Ao Critics' Choice Movie Awards, foi indicado nas categorias de Melhor Filme, Diretor e Ator (Denzel), Elenco e Roteiro Adaptado e só venceu Viola Davis, como Melhor Atriz Coadjuvante.
Recomendo!!!

quinta-feira, 5 de abril de 2018

O outro lado na nobreza


Diretor: Michael Hoffman
Atores: Robert Downey Jr., Sam Neil, Polly Walker, Meg Ryan,David Thewls, Ian McKellen, Hugh Grant, Ian McDiarmid
Gênero: Romance       
     

Duração: 117 minutos
Ano: 1995

Sinopse: Um médico talentoso Robert Merivel (Robert Downey Jr.) cai nas graças do Rei Charles II (Sam Neil) e aceita um casamento conveniente aos propósitos do soberano. Porém sua vida luxuosa desmorona e ele redescobre a paixão pela medicina, durante o Grande Incêndio e a peste negra.

Mais um filme daqueles que deixam lembranças eternas e que emocionam sempre... Amei tudo: história, elenco, fotografia, figurino, roteiro, ambientação, época... O filme é britânico e estadunidense, ambientado no século 17, mais precisamente na Inglaterra, quando em 1.663, o Rei Charles II sobe ao trono após os anos de terror do governo de Oliver Cromwell (militar e fazia parte do Palamento Inglês, que acaba alcançando poder e se torna Puritanista, praticando muita perseguição aos católicos da época) que governou por 11 anos. A Inglaterra saudou a volta ao poder a antiga e resplandecente monarquia, e com uma extraordinária e alegre mudança de humor. É neste período da Restauração (daí a homenagem ao título em inglês do filme: Restoration) que o jovem estudante de medicina, recém formado no Colégio Real dos Cirurgiões, experimenta e ousa quebrar padrões, consegue dar uma guinada radical em sua vida, ao ser convidado a fazer parte da corte do rei. A recriação da época é estupenda, tudo é meio que irreal, ou melhor, nada é natural inicialmente, tudo é exagerado, até para se antagonizar com a mensagem do filme que é a moral, que é realmente o que importa na vida das pessoas, todo o resto é passageiro, temporário e supérfluo, (neste caso, a vocação superando a luxúria). A história é apresentada como uma fábula, belíssima e ainda que óbvia, é apresentada de uma forma brilhante, onde cada pessoa tem o seu lado escuro e seu lado claro, e dentro de certas limitações, tem a oportunidade de escolher o que realmente querem para a sua vida. 



O próprio personagem principal Merivel, que se deixa seduzir pela riqueza fácil e repentina, também passa por sua restauração particular. A musicalidade do filme é excepcional tendo como diretor responsável James Newton Howard. O roteiro é de Rupert Walters. Figurino maravilhoso, com suas cores e exageros, assinado por James Acheson e Fotografia esplendorosa de Oliver Stapleton. O filme foi baseado no romance de Rose Tremain e transformado nesta beleza cinematográfica, sendo apresentada ao mundo em 1995.


Indicações e Premiações: Foi indicado ao BAFTA, em 1996, para Melhor Figurino. Ao Festival de Berlim, foi indicado ao Urso de Ouro (Melhor Filme) e ao Oscar 1996, foi indicado a apenas duas categorias e venceu para Melhor Direção de Arte (Eugênio Zanetti) e Figurino (James Acheson). Também concorreu com grandes filmes como Coração Valente, O carteiro e o poeta, Razão e Sensibilidade, Despedidas em Las Vegas, Os últimos passos de um homem, Os suspeitos e Babe, o porquinho atrapalhado.



Curiosidade: o rei Charles II recebeu na história o cetro do rei mais extravagante que a Inglaterra já teve, famoso por suas proezas sexuais, que acabou ficando conhecido como o Alegre Monarca. há registros de que este foi um período de ousadias científicas, artísticas e extravagâncias sociais,muito brilho e luxuriante sensualidade. Mas também ficou conhecida como uma fase de miséria, pragas, catástrofes naturais e métodos medicinais arcaicos.
Recomendadíssimo!!! Vale a pena ver.
Veja e comente!!!