quinta-feira, 14 de junho de 2018

A forma da água




Diretor: Guilhermo Del Toro
Atores: Sally Hawkins, Michael Shannon, Doug Jones, Richard Jenkins, Octávia Spencer, Lauren Lee Smith, Michael Stuhlbarg
Gênero: Romance
Duração: 123 minutos


Ano: 2018

Sinopse:  Década de 60. Em meio aos grandes conflitos políticos e transformações sociais dos Estados Unidos da Guerra Fria versus União Soviética, a muda Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, afeiçoa-se a uma criatura fantástica mantida presa a maltratada, no local. Para executar um arriscado e apaixonado resgate ela recorre ao melhor amigo Giles (Richard Jenkins) e também amiga e colega de turno Zelda (Octávia Spencer).

Mais um filme visualmente lindo, com uma fotografia perfeita, com ênfase nos tons azulados em alguns momentos e alaranjado em outros, divinos!!! Assinada por Dan Lausten. Com diretor musical Alexandre Displat (no início do filme toca uma música muito conhecida nossa Babalu e na voz parece ser de nossa esplêndida cantora paranaense, mas que reside atualmente no Rio de Janeiro, Simone Mazzer, eu acho!!! Vencedora do Prêmio da Música Brasileira, de Cantora Revelação, em 2016). O filme é apresentado como uma fábula, bem ao estilo Del Toro, onde uma "princesa", neste caso muda (nem linda, nem perfeita), apaixona-se por uma criatura que não tem nada de "príncipe", pelo menos não do modo como estamos acostumados, ele é um humanóide (meio homem, meio anfíbio) e juntos, constroem uma história linda, comovente e cativante. Neste filme Del Toro nos encanta, fazendo uma reflexão sobre o oposto do que chamamos de "belo", no padrão convencional. Numa outra linguagem, no entanto, extremamente expressiva, chama nossa atenção para a importância de olharmos para o novo e muitas vezes inusitado, de forma diferente, abertos a novos conceitos e a menos preconceitos. À medida que o filme avança, vão sendo despertados muitos sentimentos contraditórios no expectador: admiração versus repulsa, amor versus raiva/indignação, mas principalmente uma sensação de solidão/desolamento, do quanto o incomum, e também neste caso, transmite a imagem de fragilidade e total isolamento. Todos os personagens são diferentes, porque não dizer "estranhos" de uma maneira única e individual, mas todos são personagens solitários, vivendo em seus mundos particulares.


Indicações e Premiações: o filme foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Toronto em 2017. Teve 13 indicações ao Oscar 2018, para Melhor: Atriz (Sally), Ator Coadjuvante (Richard Jenkins), Atriz Coadjuvante (Octávia Spencer), Roteiro Original (Del Toro e Vanessa Taylor), Fotografia, Montagem (Sidney Wolinsky), Figurino (Luís Sequeira), Mixagem de Som , Edição de Som e ganhou para Melhor Filme, Diretor, Direção de Arte e Trilha Sonora Original. Ao Globo de Ouro foi indicado para Melhor Filme em Drama, Atriz em drama, Ator Coadjuvante e Atriz Coadjuvante também em drama, Roteiro de Cinema, venceu na categoria de Melhor Diretor e Trilha Sonora. Ao BAFTA, indicação de Melhor Atriz, mas venceu para Melhor Diretor, Design de Produção e Trilha Sonora Original. Também levou para casa o Leão de Ouro de Veneza 2017, indicado nas categorias de Melhor Filme, Atriz, Atriz Coadjuvante, Ator Coadjuvante, Roteiro Original, Edição, Trilha Sonora Original, Design de Produção, Fotografia, Figurino, Edição e Mixagem de Som, venceu para Melhor Diretor.

Curiosidades: Del Toro revelou que a atriz Sally Hawkins não foi somente a primeira como a única opção para o papel de Elisa, ainda que outros personagens do longa foram escritos já tendo os atores que os interpretariam, a exemplo de Octávia Spencer, que disse que seu personagem é uma mistura entre sua participação em Histórias Cruzadas (2011) e Estrelas além do tempo (2016). Já Richard Jenkins recebeu um e-mail de Del Toro, com a mensagem: "Espero que você ame o roteiro tanto quanto eu". Del Toro também já dirigiu Doug Jones na franquia Helboy e nos filmes O Labirinto do Fauno (2006), A Colina Escarlate (2015) e na série The Strain (2016). O ator Doug demorava mais de três horas para se caracterizar como seu personagem. Mas apesar do tempo, ele revela que já demorou mais horas para se vestir para outros personagens de filmes de Del Toro. Também houve outro reencontro de Sally Hawkins e Michael Stuhlbarg, que já trabalharam juntos em Blue Jasmine (2013).

Del Toro havia confirmado em sua conta pessoal do Twitter que as filmagens começariam em 15 de agosto de 2016, mas acabaram começando mais cedo em 01 de agosto e terminaram mas filmagens em 06 de novembro. E pensou muito, chegando a cogitar fazer o filme em Preto e Branco, mas acabou mudando de idéia. Ainda bem, pois o colorido do filme ficou espetacular!!! Sendo que a maior parte do filme foi filmada em estúdio, segundo o Diretor de Fotografia Dan Laustsen.
O filme recebeu aclamação da crítica e teve uma performance forte nas bilheterias.
Recomendo assistir a este filme. É marcante!!! Comente depois.


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