sábado, 29 de janeiro de 2022

Outono em Nova York


Direção: Joan Chen

Atores: Richard Gere, Winona Ryder, Elaine Strich, Sherry Stringfield, Vera Farmiga, Anthony LaPaglia. J.k.Simmons, Rachel Nichols

Gênero: Romance

Duração: 103 minutos

Ano: 2.000




Sinopse: Will Keane (Richard Gere) um playboy cinquentão que tem como promessa nunca ter um compromisso sério com uma mulher. Quando conhece Charlotte Fielding (Winona Ryder), uma jovem que tem a metade de sua idade, imagina que terá com ela outro rápido e fácil romance. Mas nada no relacionamento de ambos é fácil ou rápido. Apesar da diferença de idade, eles terminam se apaixonando perdidamente e fazendo com que Will resolva abandonar a decisão de nunca assumir um compromisso amoroso.


Sou completamente apaixonada por este filme, daqueles que fica na memória para sempre, que encanta nos faz suspirar e ter doces lembranças com suas belas cenas e uma fotografia linda e exuberante. É um dos poucos filmes que me fez desejar conhecer os EUA, mais precisamente Nova York, as cenas no Central Park, são de tirar o fôlego de tão lindas.  

A história em si não é nada inédita, até de certa forma clichê, mas bem apresentada e construída a partir da idéia de um homem mais velho na pele de Gere, que francamente está belíssimo neste filme, meio cínico em relação ao amor, mas que passa a sentir algo inteiramente novo, quando conhece e se permite relacionar com a jovem e romântica Charlotte, que é uma artista plástica. Juntos vão tentar balancear as diferenças e os desafios, mostrando a todos a força do amor.

Produção primorosa de Amy Robinson, com um Figurino maravilhoso, que eu infelizmente não descobri quem foi o responsável, mas foi um show de vestidos, casacos, enfeites de cabelo; tudo visualmente lindo e de muuuuito bom gosto.

Roteiro de Alisson Burnett.

Trilha Sonora assinada por Gabriel Yared, com músicas lindas como Beautiful de Jennifer Paige; You're not from here de Lara Fabian; Our love never ends de Sydney Forest e outras.

Fotografia de Changwei Gu, simplesmente maravilhosa.


Curiosidade: Outono em Nova York foi o primeiro filme falado em inglês dirigido por Joan Chen, que era uma atriz chinesa, que se mudou para os EUA, com apenas 20 anos e estudou cinema na Califórnia State University de Northridge. Em 1.989 naturalizou norte-americana. Dirigiu outros filmes e séries como Ava, alguns episódios das séries Marco Polo, Twin Peaks, Miami Vice.

Em Portugal recebeu o nome de Amar em Nova York.

Como o filme não agradou a crítica na época, não teve indicações a premiações, foi mais um filme que agradou ao público.

Frases marcantes: "Ela aprendeu a viver, ele aprendeu a amar"

                              "Você me olha de um jeito... que eu ainda não fiz por merecer!"

Assista e comente depois, Vale a pena!




O som do silêncio


Diretor: Darius Marder

Atores: Riz Ahmed, Paul Raci, Olívia Cooke, Lauren Ridloff, Mathieu Amalric

Gênero: Drama

Duração 120 minutos

Ano: 2020

Sinopse: A vida do jovem bateirista Ruben Stone (Riz Ahmed) muda totalmente quando percebe que está perdendo a audição. As suas duas grandes paixões estão em jogo: a música e sua namorada Louise (Olívia Cooke), integrante da mesma banda heavy metal, da qual ele faz parte. Essa mudança drástica acarreta muita tensão e sofrimento na vida dele, que passa a ser atormentado lentamente pelo silêncio. 



Filme excelente que aborda o tema da perda auditiva de forma muito sensível, delicada e também educativa, que leva o expectador a uma experiência profunda, somos convidados a não só ver, mas "sentir" a deficiência, como uma busca por auto conhecimento. Direção incrível de Darius, o filme todo é focado no som, como uma linguagem e foi usado para construir a narrativa e vai ditando o ritmo do filme, assim somos levados a criar uma experiência sensorial. É possível sentir junto com o protagonista, toda a gama de emoções intensas e contraditórias que sentiu ao longo de suas vivências. Riz passa perfeitamente os sentimentos de angústia e frustração diante do novo, da sensação de estar sendo traído pelo próprio corpo, da impotência diante de tudo isso e da necessidade de internalização daquilo que não pode ser mudado. 


Ele e a namorada tinham tantos planos para o futuro, viviam como nômades, para juntar dinheiro e realizar vários sonhos, que precisaram ser substituídos. Não conhecia o ator principal, mas fiquei surpresa com a construção do personagem e passei a ter muita admiração por ele. O cara é bom!!! Deu o seu recado: construiu uma história (muito bem dirigida) mostrando como pode ser árdua, dolorosa e longa a caminhada para a adaptação e aceitação de uma nova realidade. Assim como fiquei encantada com o ator coadjuvante Raci, quanto carisma! Com uma interpretação segura, firme e tranquila, do que é ter uma deficiência e a melhor forma de lidar com ela. Depois ao fazer a pesquisa para escrever o filme entendi: tanto no filme, como na vida real, ele pode ouvir, mas cresceu sendo filho de pais surdos e não só aprendeu a linguagem dos sinais, como se tornou um ativista e ajuda a informar e esclarecer esta deficiência. Palmas para ele!




Indicações e Premiações: Ao Oscar 21, foi indicado a seis categorias: Melhor Filme, Ator (Riz Ahmed), Ator Coadjuvante (Paul Raci), Roteiro Original e venceu para Melhor Montagem (Edição) e Som.

Globo de Ouro 21, indicação para Melhor Ator em Drama (Ahmed)

Ao BAFTA foi indicado para Melhor Ator e Ator Coadjuvante, vencendo na categoria de Melhor Montagem também.

Curiosidades: foi lançado no Festival Internacional de Cinema em Toronto em 06 de setembro de 2019, mas só chegou aos cinemas em 20 de agosto de 2020. E apesar de ter sido filmado em apenas quatro semanas, a idéia já vinha sendo idealizada há mais de 13 anos.

Darius Marder assina também pelo roteiro e convidou seu irmão Abraham Marder para compor a trilha sonora e a ajudá-lo com o roteiro

O editor Mikkel Nielsen, criou uma experiência cinematográfica única, com interação entre ruído e imagem, o que rendeu a ele, um Oscar merecidamente. Enquanto a filmagem aconteceu em um mês, a edição levou 23 semanas.

O professor Jeremy Stone que aparece no filme, é realmente professor de Língua Americana de Sinais fora das telas e também se tornou assistente criativo de Marder e ajudou a dirigir os atores surdos. Em uma entrevista Morder diz: "Ele trouxe um nível de nuance que eu não poderia ter e compreender... Era necessário, é uma cultura diferente da minha"

O ator Riz Ahmed teve uma preparação e tanto para compor seu personagem, primeiro foi aprender a tocar bateria (o mesmo aconteceu com a atriz Olívia, que foi aprender a tocar guitarra) e depois para entrar no personagem e viver como alguém em processo de perda de audição, passou a usar bloqueios auditivos dentro dos ouvidos para realmente para de ouvir. E ainda passou sete meses aprendendo a Língua Americana de Sinais.


Para entregar uma performance mais convincente os "dois musicistas", após respectivos aprendizados, foram tocar com a banda em uma boate de verdade, para um público real e é claro que agradaram.


O filme fala sobre resiliência, de se buscar uma saúde mental e da importância de um grupo para isso, de como o apoio do outro é importante para atravessar momentos sombrios, de como podemos ver a vida sobre novas perspectivas, de que muitas vezes precisamos errar pata acertar e tudo bem. Este foi mais um, desta leva de filmes deste ano, que aborda a importância da descoberta de si mesmo, para um fortalecimento emocional e o se abrir para novos valores, do que é essencial e verdadeiro na vida.

Já que o planeta está vivendo a Era da Pandemia por Coronavírus.

Recomendadíssimo!!!








sábado, 22 de janeiro de 2022

Fim de caso



Diretor: Neil Jordan
Atores: Ralph Fiennes, Julianne Moore, Stephe Rea, Jason Isaacs, Ian Hart, James Bolan, Adrien Brody, Colin Farrel. Heather Jones
Gênero: Romance
Duração: 102 minutos
Ano: 1999


Sinopse: Ambientado em Londres, por volta de 1946, o romancista Maurice Bendrix (Ralph Fiennes), um romancista, reencontra Sarah Miles (Julianne Moore), mulher casada por quem foi apaixonado e que um dia, sem explicação, põe fim ao caso. Para descobrir o motivo, um detetive é contratado para ajudar na investigação.

Quando vi este filme, saí do cinema pensativa e tocada, e destas reflexões até surgiu uma frase que escrevi: O amor não acaba quando e porque não nos vemos. Passamos a vida toda amando ao Criador, sem sequer o termos visto uma única vez. Brasília, 30/08/1.999.

O filme tem a direção do talentoso Neil Jordan que já dirigiu sucesso como Traídos pelo desejo (1992) e Entrevista com o Vampiro (1994). Desta vez ele trás um história romântica, permeada de desejo, traição e culpa. Abordando temas complexos que vivemos em nosso cotidiano: amor, fidelidade, religião, escolhas e consequências, o que leva o expectador a fazer um "mergulho interno" em suas próprias emoções,  crenças, ideais. Quem nunca viveu conflitos ligados a estes temas? Assim possivelmente ocorre muitas identificações com o tema abordado e ficamos sensibilizados com os sofrimentos apresentados por cada um dos personagens.







O cenário é a Inglaterra e a época é entre 1939 a 1946, em plena Segunda Grande Guerra Mundial. Onde Sarah (Moore) é casada com Henry (Rea), um homem que ela ama, mas não tem intimidade. Quando conhece Maurice (Fiennes), surge entre eles uma atração fortíssima e acabam embarcando num tórrido caso de amor. Até que um dia Sarah sai definitivamente da vida de Maurice, sem nenhuma explicação. Dois anos depois, ocorre um reencontro de Maurice com o casal e ainda desesperado para saber o que motivou o término e mais ainda, incentivado pelo próprio marido que pede ajuda a ele, tenta descobrir se Sarah está sendo infiel. Enciumado e angustiado começa uma investigação sobre a vida e rotina dela. Mas isso trás de volta todo seu amor e a descoberta de um segredo devastador. O filme é muito bem construído, com cenas do momento atual e muitos flahsbacks.


Tem uma bela fotografia assinada por Robert Pratt. 
Figurino impecável de Sandy Power que já ganhou prêmios pelos filmes Sheakespeare apaixonado e O aviador.
Trilha Sonora de Michael Nyman, simplesmente sensível e encantadora.
Roteiro de Neil Jordan, tendo se baseado no livro de Grahan Greene, The end of the affair, publicado em 1951.




Indicações e Premiações: foi indicado ao Oscar 2000, para Melhor Atriz (Julianne Moore) e Fotografia, mas não venceu em nenhuma das duas categorias. Quem venceu neste ano foi a atriz Hilary Swank em Meninos não choram e a fotografia foi de Conrad L. Hall, em Beleza Americana.
No Globo de Ouro, teve indicação para Melhor Filme Drama, Direção, Atriz Drama e Trilha Sonora, sendo que também não venceu em nenhuma delas.
Já ao BAFTA foi indicado a Melhor Filme, Direção, Ator, Atriz, Trilha Sonora, Cinematografia, Figurino, Maquiagem e Caracterização e ainda Designer de Produção. Vencendo só para Melhor Roteiro Adaptado.   





Recomendadíssimo!!! 







Destacamento Blood


Diretor: Spike Lee

Atores: Delroy Lindo, Jonathan Majors, Clarke Peters, Norm Lewis, Isiah Whitlock Jr, Chadwick Boseman, Melanie Thierry, Jean Reno,

Gênero: Drama

Duração: 155 minutos

Ano: 2020








Sinopse: Um grupo de quatro amigos e ex veteranos da Guerra do Vietnã, voltam à nação asiática para recuperar um tesouro escondido e rever os restos mortais de seu líder de esquadrão, Norman Halloway (Boseman). Porém em sua jornada, eles vão ter que enfrentar os perigos da selva vietnamita e outras ameaças.


Foi o primeiro filme que assisti dos "possíveis" filmes indicados ao Oscar 2021, um dos últimos do nosso querido e saudoso Chadwick Boseman, que infelizmente partiu tão cedo (28/08/2020). Ainda bem que em um deles ele foi indicado, em  A voz suprema do Blues, que vou comentar brevemente.

O filme tem o roteiro assinado por Spake Lee e Kevin Willmot, baseado na material original de Danny Bilson e Paul de Meo, The lest tour escrito em 2013, tipo um roteiro especulativo, que teria a direção de Oliver Stone, mas abandonou o projeto em 2016. Sendo que Lee e Willmot reescreveram o roteiro e Lee assumiu a direção. Mais uma vez aborda o tema que retrata a sua marca: preconceitos, racismo e sua visão crítica do cenário político de cada época. Neste não foi diferente, apresenta o retorno dos quatro amigos atormentados pelos fantasmas da guerra e que resolvem voltar ao Vietnã depois de décadas, em busca daquilo que deixaram para trás, não só coisas materiais, mas principalmente dos sonhos, objetivos e memórias, da experiência individual e única vivida e ainda, do significado que esta guerra passou a ter para onde cada um. Como uma "viagem", um retorno a si mesmo, um mergulho emocional e psicológico na sua história, possibilitando que viessem à tona: medos, traumas, angústias e culpas.  




Foi também mais uma denúncia da situação que ainda hoje acontece na política dos EUA, com seus preconceitos e discriminações. Mas em alguns momentos senti que Lee forçou um pouquinho a barra, em inúmeras cenas, havia uma referência a Trump (chato e repetitivo), e a velha questão dos americanos se fazendo de "vítima" nesta guerra, quando a História mostra que não foi bem assim.   

Trilha Sonora de Terence Blanchard, que além da trilha ooriginal, o filme apresenta várias músicas do início dos anos 1970. O filme contém seis músicas do álbum de Marvin Gaye de 1971, What's going on.

Cada um dos cinco personagens principais possui o mesmo nome que os integrantes do grupo The Temptations e o seu produtor musical, Norman Whitifield. O álbum da trilha sonora do filme foi lançado pela Milan Records em 29 de maio de 2020. 

Produção de John Kilik, Beatriz e Lhoyd Levin. Fotografia de Newton Thomas Sigel


Curiosidades: O elenco foi convocado em fevereiro de 2019 e as filmagens, no sudoeste asiático (Ho Chin Minh, Banguecoque e Chiang Mai) começaram um mês depois e foram até junho. Com um orçamento entre 30 e 40 milhões de dólares,é um dos filmes mais caros de Lee. Ao contrário de outros filmes, incluindo O Irlandês, Lee fez com que o elenco principal (a maioria tinha em torno de 60 anos), interpretasse suas versões mais jovens, em sequências de flashbacks sem o uso de tecnologia de rejuvenescimento ou maquiagem. 

Foi o penúltimo filme da carreira de Boseman.


É um filme forte, surpreendente e imprevisível! Recomendo!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Um sonho distante

Diretor: Ron Howard

Atores: Tom Cruise, Nicole Kidman, Robert Prosky, Thomas Gibson, Barbara Babcock. Colm Meaney, Cyril Cusseck, Jared Harris

Gênero: Aventura

Duração: 140 minutos

Ano: 1992


Sinopse: Joseph (Tom Cruise)  e Shannon (Nicole Kidman) viajam da Irlanda para a América com a esperança de poder reivindicar terras no Oklaroma. A dupla acaba parando em Boston, onde Joseph começa a lutar boxe para sobreviver, mas quando perde uma luta importante, os dois ficam sem dinheiro. Agora o casal, que está cada vez mais envolvido emocionalmente, precisam encontrar outras maneiras de se sustentar e Joseph ainda se questionando se ele é realmente o homem ideal para Shannon.



Filme com uma história interessante, apresenta cenas que vão do drama ao hilário, de tensão ao admirável, com excelente elenco, fotografia maravilhosa, assinada por Mikael Solomon. Mas foi um filme que não agradou a todos, tendo uma recepção mista, houveram muitas críticas (alguns acharam longo demais, outros gostaram das paisagens mostradas). Jay Cara do The Boston Globe diz "é um retrocesso dos bonitos romances históricos, e que foi o projeto mais ambicioso da temporada". Já Kenneth Turan, do Los Angeles Time disse que gostou da produção e fotografia panorâmica, mas não gostou muito dos diálogos e do desenvolvimento do caráter dos personagens. Outro jornalista Gene Siskel do Chicago Tribune, disse que para ele o filme foi um melodrama romântico, levemente antiquado que tem  muitos  momentos encantadores como também embaraçosos e que muito do charme vieram dos próprios desempenhos sérios dos atores principais. 



A trama se passa em 1892 e tem início na Irlanda. Joseph Donnely (Cruise) é um jovem analfabeto que se revolta com um poderoso proprietário de terras e se vê em situação difícil e acaba sendo salvo por uma jovem (Shannon/Kidman) que o resgata com uma carroça e salva sua vida. Insatisfeitos com a vida que estão levando decidem partir para os EUA, atrás do sonho americano. Mas este sonho não será nada fácil de realizar, terão que passar por duras provas, aventuras, muitas lutas para conquistar o que almejam, que é uma vida mais digna no novo mundo, ainda que cada um tenha objetivo diferente: Joseph quer ser dono de terra, por já ter passado muita humilhação e Shannon encontra-se fascinada com uma vida moderna e também ter suas terras, mesmo não tendo um marido, quebrando assim o rígido código moral da Irlanda.




O filme aborda temas como desigualdade social, frustrações, esperança; tendo como pano de fundo as crises de terras na Irlanda e a expansão dos EUA.

Palmas para a produção que é muito caprichada (Todd Hallowel), com um figurino lindo de Joanna Jopliston, Música de Ennya e John Williams.

Curiosidade: É o segundo filme  de três, que Cruise e Kidman trabalham juntos. O primeiro foi em Dias de trovão (1990) e De olhos bem fechados (1999). E os dois eram casados na época das filmagens. 


Prêmios: Melhor Filme no MTV Movie Awards. E indicação para Melhor Sequência de Ação e Melhor Dupla (Tom Cruise e Nicole Kidman).


Vale a pena assistir!!!




Jojo Rabbit


Diretor: Taika Waititi
Atores: Roman Griffin Davis, Scarlett Johansson, Thomasin Mckenzie, Rebel Wilson, Stephen Merchat, Alfie Allen, Sam Rocwell
Gênero: Comédia
Duração: 108  minutos
Ano: 2019

Sinopse: Jojo é um garoto alemão solitário que descobre que sua mãe está escondendo uma garota judia no sótão. Ajudado apenas por seu amigo imaginário, Adolf Hitler. Jojo deve enfrentar seu nacionalismo cego enquanto a Segunda Grande Guerra Mundial prossegue.
 


Gostei imensamente deste filme, apesar de ter sido o último que vi dos indicados ao Oscar 2019. Foi uma grata surpresa. O filme é inspirado no livro Gaging Skies, de Christine Leunens e que conta com um acréscimo do diretor, que é justamente a presença de Adolf Hitler, como amigo imaginário do personagem Jojo. Ela não só gostou como aprovou a idéia e em uma entrevista que deu ao Awards Daily, elogiou a paixão com que o diretor Taika Waititi adaptou sua obra, e descreveu o filme como:  "uma linha muito tênue entre divertido, afiado, trágico e muito assombroso".
O filme estreou mundialmente no 44º Festival Internacional de Cinema de Toronto, em 08 de setembro de 2019, mas aqui no Brasil, só chegou em 04 de fevereiro de 2020. Sua estréia desde o início dividiu os críticos, no que se refere a caracterização nazista (agradou e desagradou) e foi comparado ao que aconteceu na época do filme A vida é bela (1997). O filme é mostrado com a visão satírica do diretor neozeolandês, que já é conhecido por ter esta forma de assinatura (tom cômico a assuntos sérios ou trágicos), sendo que este toque já foi visto na direção dele em Thor Ragnarock (2017), do qual, sinceramente não gostei, acredito que pesou a mão nas falas cômicas/"piadinhas", destoando demais dos anteriores que tiveram uma pegada mais sombria; e outros filmes, como O que fazemos nas sombras (2014) e A incrível aventura de Rick Baker (2016). 


Neste filme, acredito que tenha acertado: é possível ver o conflito interno de Jojo, quando seu amigo imaginário é o próprio Hitler, que trás todo o peso de uma formação radical de ideais do Nazismo, contrastando com o que está vivendo em suas experiencias individuais com uma garota judia. Chamou muito a minha atenção, a forma "pedagógica" de como são construídos os preconceitos e sentimentos de ódio. O filme mostra de maneira muito clara e objetiva, a forma como crianças e jovens são levados a criar uma imagem toda distorcida da realidade, levando a uma reflexão de que uma educação manipuladora da "verdade", pode causar estragos na formação de como o ser humano pode ser visto e internalizado. O jovem Jojo, assim como os outros, desejam fazer parte da Juventude Hitlerista, servir aos seu país e ser bem visto e aceito por todos deste grupo específico, sem se darem conta da profundidade e estragos que esta corrente Nazista ou Neoliberalista podem causar e causou ao mundo. 
Indicações: Oscar 2020, para Melhor Filme, Atriz Coadjuvante (Scarlett Johansson), Figurino, Montagem e Direção de Arte. Vencendo somente na categoria para Melhor Roteiro Adaptado (Taika Waititi).
Globo de Ouro: indicações para Melhor Filme Cômico e Melhor Ator em filme Cômico (Roman G. Davis).

BAFTA: Foi indicado para Melhor Figurino (Mayes C. Rubeo), Atriz Coadjuvante, Trilha Sonora (Michael Giachino), Montagem e Designer. Venceu, também para Melhor Roteiro Adaptado.
Prêmio David Di Donatelo, para Melhor Filme Estrangeiro em 20221.    
Curiosidades: Embora esterante o jovem Roman Griffin Davis ganhou o Prêmio de Melhor Ator Jovem no Critics' Choice Awards.
Pela primeira vez a atriz Scarlett Johanssen concorre ao Oscar, e como se não bastasse, foi em dose dupla: para Melhor Atriz pelo filme História de um casamento e de Melhor Atriz Coadjuvante por Jojo.
Também é a primeira vez que a Figurinista Mayes C. Rubeo é indicada, apesar de já ter assinado grandes produções como Avatar, John Carter - entre dois mundos e Guerra Mundial Z. 
Também foi a primeira indicação de Tom Eagle, como Melhor Montagem. e a segunda vez de Ra Vicent, como Designer de Produção, que já fez o trabalho dr decorador no set de filmagem em O Hobbit, uma jornada inesperada (2012), a Trilogia do Senhos dos Anéis (2001 a 2003) e Alice através do espelho (2016).
Super recomendo este filme. Engraçado na medida certa!