quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Birdman (a inesperada virtude da ignorância)


Diretor: Alejandro Gonzales Inãrritu
Atores: Michael Keaton, Zach Galifanakis, Edward Norton, Andrea Riseboroug, Amy Ryan, Emma Stone, Naomi Watss, Linday Duncan
Gênero: Comédia
Duração:119 minutos
Ano: 2015



Sinopse: No passado, Riggan (Michael Keaton) fez muito sucesso interpretando o Birdman, um super herói que se tornou um ícone cultural. Entretanto, desde que se recusou a estrelar o quarto filme como o personagem, sua carreira começou a decair. Em busca da fama perdida e também do reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Bradway. Entretanto, em meio aos ensaios com o elenco, formado por Michael Shiner (Norton), Lesley (Watss), e Laura (Andreas), Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach), sua filha problemática (Stonne) e ainda uma estranha voz, que insiste em permanecer em sua mente.



Filme que abriu em 2014 o Festival de Veneza, dirigido e escrito por Alejandro, em parceria com Alexander Dinelaris e Armando  Bó, sendo usado um estilo incomum de filmagem, com longo take, (cenas longas). Alejandro afirmou que depois de perceber que "nós vivemos nossa vida sem edição", resolveu por usar uma tomada para o filme, que faria com que o protagonista entrar em uma realidade incontornável, e levar o público a esse sentimento; tendo a consciência da dificuldade que estava prestes a realizar, sabia dos riscos, pois não sabia como o público iria reagir, mas informa estar mais preocupado que o jeito de filmar não fosse uma distração para a história, "queria mantê-la de uma forma humilde e em serviço da narrativa". Assim, a câmera entra e sai dos camarins, salas e corredores em busca de verdades ocultas, como uma espécie de espiã, a revelar tudo, desnudando os sentimentos profundos dos personagens, sem a preocupação de se apresentar bonito ou feio, de agradar ou desagradar.  O que me fez associar ao livro que estou lendo A doçura do mundo de Thrity Umbigar que a respeito do cinema americano: Há uma preocupação excessiva com o riso e a diversão,  como se a vida fosse um filme de Walt Disney, uma coisa inventada por crianças, Já na Índia, a vida é um melodrama de Bollywood, cheia de perdas e tristezas.E, por isso, todos rejeitam a indústria de cinema indiano e preferem Disney. Uma busca constante por dinheiro, busca disso e daquilo". Confesso que levei um tempo para começar a gostar do filme, com esse realismo todo, mas depois de um tempo, acabamos por nos identificar com os personagens, com seus sentimentos nem sempre bem aceitos politicamente, mas somos o que somos, imperfeitos! Assim como o que foi mostrado. Então o filme vai sendo mostrado com "muita naturalidade", por um diretor que já é conhecido por seu perfeccionismo (o que tem feito dele um diretor premiado e reconhecido nos EUA, por Babel em 2006 e Biutiful em 2011, uma boa sequência e por que não dizer trilogias de filmes iniciados com B, um ótimo BBB), mas também muito rigoroso  (exigindo dos atores o melhor deles: ensaios muito bem marcados/coreografados, com diálogos também longos), e também como foi filmado numa sequência, o processo de edição levou apenas duas semanas para ser concluído. O filme é uma crítica a Hollywood e a Broadway, com seu funcionamento de supervalorizar alguns e desqualificar outros, sejam atores (com seus estrelismos e egos enormes)), estúdios, produtores, diretores, ditando de um modo muito superficial as regras do que é bom ou não, e do que deve estar na "moda", no auge, promovendo uma distorção de valores e influenciando tendenciosamente multidões. Este filme é para fazer pensar, mas também se divertir, com seus diálogos sarcásticos, mas também profundos, com cenas hilárias e bizarras, mas também com pausas marcantes, para enfatizar os sentimentos complexos abordados: sonhos, frustrações, ilusões, medos, e tudo num ritmo meio que frenético. Atuação muito competente do elenco, os atores estão muito "afinados", com o texto que mostra um decadente ator, tentando renascer das cinzas através de uma montagem da peça O que falamos, quando falamos de amor?, um conto escrito por Raymond Carver, 


e sua luta para fazer esta produção ser sucesso, apesar de todas dificuldades enfrentadas, pessoais (conflitos com a filha, esposa e principalmente com sua consciência) e das pessoas envolvidas neste grande projeto. O filme teve 9 indicações para o Oscar 15, nas categorias de Melhor Ator (Keaton), Ator Coadjuvante (Norton), Atriz Coadjuvante (Emma Stone), Mixagem de Som e Edição de som. Vencendo em 4, Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original e Fotografia (Emmanuel Lubezki). Foi premiado no Screen Actors Guild de Melhor Elenco para o cinema. No Globo de Ouro, venceu para Melhor Ator em comédia ou musical, Michael Keaton e Melhor Roteiro. No BAFTA, levou o prêmio de Melhor Fotografia também. Curiosidades: foi gravado em grande parte dentro do St James Theatre da Broadway e sendo filmado em menos de um mês. Keaton disse que Birdman, "foi o filme mais desafiador que já fez e que a personalidade do personagem é a mais diferente de si mesmo, do que qualquer outro que já fez". Embora haja uma certa semelhança entre sua vida com a de Birdman, também fez Batman, e após protagonizar duas franquias, ficou meio que "esquecido", como ator. É o primeiro papel de Keaton, depois de longos 6 anos sem atuar. 


A cena engraçadíssima, em que Riggan atravessa a Time Square de cueca,foi filmada depois da meia noite e as pessoas que aparecem, são figurantes e membros contratados da equipe. Os atores Edward Norton e Zach Galifanakis  disseram que eram fãs de Keaton e que estavam animados para trabalhar com ele neste filme. A Trilha Sonora de Antônio Sanches, realizada quase que inteiramente por bateria, foi desclassificada pela banca musical do Oscar, atitudes bem Hollywoodianas, não??? A atris Emma Stone filmou este longa durante uma pausa nas filmagens de O espetacular Homem-Aranha 2, que também e localizado em Nona Iorque.. Edward Norton e Naoni Watts, já interpretaram um casal conturbado em O despertar de uma paixão (2006). Recomendo, é uma experiencia muito diferente. Inovadora, mas vale a pena. Comente depois.

Um comentário:

  1. Esse filme é incrível. Eu achei muito criativo. Adorei esta história, por que além do bom roteiro, realmente teve um elenco decente, elemento que nem todos os filmes deste gênero tem. Acho que é um dos Michael Keaton filmes que eu mais gostei até agora. É um dos melhores filmes de dama, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Se alguém ainda não viu, eu recomendo também.

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