sexta-feira, 1 de junho de 2018

Lanternas vermelhas


Diretor: Zhãng Yimóu
Atores: Gong Li, He Caifei, Cao Cuifen, Jin Shuyuan
Gênero: Drama
Duração: 125 minutos

Ano: 1991

Sinopse: Na China de 1920, Songlian (Gong Li), é uma universitária de 20 anos, que é forçada a se casar com um homem bem mais velho, depois que sua mãe morre e sua tia não tem mais dinheiro para custear seus estudos. Seu marido é um homem de 50 anos que já tem três esposas, todas morando em casas diferentes. Cada noite, ele decido com quem vai dormir, e a escolhida ganha massagem, lanternas vermelhas acesas e o direito de escolher o cardápio do dia seguinte. Tal costume gera rivalidade entre as esposas, e logo Songlian se vê envolvida em um mundo de intrigas femininas e conspiração serviçais. 



Um interessantíssimo filme chinês, dirigido por Zhãng Yimou com uma fotografia belíssima, de impressionar, assinada por Fei Zhao e Trilha Sonora de Zhao Jiping. É um filme intenso, que primou pela simplicidade e competência de direção, que vai passando pelas quatro estações do ano e mostrando a história de uma jovem que com a morte do pai e o consequente empobrecimento da família, é pressionada pela madrasta e tia  a se tornar a quarta esposa de um homem muito rido e poderoso que ela nem sequer conhece. De repente ela se vê sozinha em uma casa onde as tradições seculares são seguidas como uma lei por seu marido e por todos que a habitam. A esposa escolhida pelo senhor da casa para passar a noite, tem as lanternas de sua casa acesas e recebe um tratamento privilegiado de toda a criadagem.



O que é mostrado no filme, é um panorama da sociedade chinesa no início do século XX, onde os nobres tinham poder, riqueza, influência e uma enormidade de servos, totalmente subservientes, numa relação constante de opressão. Suas esposas viviam no luxo e tinham tudo, menos a atenção e parceria dos maridos, eles eram tiranos e controladores de tudo e de todos. A vida para elas, era tediosa e perigosa ao mesmo tempo, pois o que acabava restando para elas, era uma disputa fervorosa para obter a atenção deles por mais tempo focada nelas, usando para isso todo tipo de recursos e artimanhas. O que chama atenção no filme e que foi muito bem representado, são os sentimentos contidos na alma de cada uma, um desvendar de como cada uma realmente é, sem máscaras e sob um verniz de aparência tranquila e de submissão, escondem sentimentos de inveja, crueldade, ódio, ciúme e um desejo intenso de vingança. A mulher, mostrada neste filme, precisa aceitar que não tem direitos, só deveres de agradar e servir seu senhor. Aff!!! Percebi, quando assisti ao filme, que na verdade o mundo todo é machista!!! Não só a sociedade brasileira. O homem, não importando seu nível social, econômico, raça, credo ou cultura, tem o desejo eterno de subjugar a mulher. Incrível!!! Não permitiriam nunca sair de suas zonas de conforto, de espontânea vontade, menos que tomássemos as rédeas de nossas vidas, à força, como fizemos no passado e continuamos a fazer, né???
Curiosidades: o filme foi proibido na China,mas por pouco tempo, no início dos anos 90.
Também foi levado aos palcos, com um roteiro com pequenas alterações, mas mantida a imponência, grandiosidade e beleza da história. O espetáculo foi dirigido por ele mesmo, Zhãng Yimóu, e quem viu aqui no Brasil, diz que foi simplesmente arrebatador, que valeu a pena ter visto, que foi como ter a sensação de ter vivido uma experiência única.


Indicações e Premiações: em 1991, foi indicado ao Leão de Ouro, em Cannes (Sul da França), para Melhor Direção Zhãng Yimóu, no Festival e Veneza, indicado ao Prêmio Especial do Juri e a Melhor Roteiro. Em 1992, foi indicado ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e o Prêmio David Di Donatello (Itália) para Melhor Atriz, Gong Li.
Recomendadíssimo!!! Filme imperdível.
Veja e comente.

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