terça-feira, 15 de março de 2022

Chocolate


Diretor: Lasse Halltröm

Atores: Juliette Binoche, Johnny Deep, Alfred  Molina, Lena Olin, Judi Dench, Carrie-Anne Moss, Victorie Thivisol

Gênero: Romance




Duração: 121 minutos

Ano: 2.000

Sinopse: Vianne Rocher (Juliette Binoche), uma jovem mãe solteira, e sua filha de seis anos Anouk (Victorie Thivisol) resolvem se mudar para uma cidade rural da França. Lá decidem abrir uma loja de chocolates que funciona todos os dias da semana, bem em frente à Igreja local, o que atrai a certeza da população de que o negócio não vai durar muito tempo. Porém, aos poucos Vianne consegue persuadir os moradores da cidade em que agora vive.



 a desfrutar seus deliciosos produtos, transformando o ceticismo inicial em uma calorosa recepção.





Filme "delicioso" de ver, com um Johnny Deep que está magnífico, com um olhar mais que profundo, cheio de mistérios e promessas. Uau!!! 



É um filme encantador na forma de abordar o preconceito, tolerância e a moral sem ser algo piegas, Vianne é uma mulher livre, encantadora e meio nômade que viaja pelo mundo, levando seus conhecimentos sobre as delícias que podem ser feitas com o cacau. E se depara com uma cidade conservadora, onde seus habitantes são mais tradicionais e desconfiados, mas ela parece lidar bem com estas situações pois não se abala e enfrenta com alegria e humanidade mais um desafio a vencer e gradativamente vai conquistando a confiança até dos mais "ranzinzas", sendo que o doce parece conter algo "mágico" que faz com que as pessoas se libertem de seus rígidos valores, ou de suas tristes vidas de aparências. Ambientado na década de 1950.


O filme é visualmente lindo, tendo como Diretor de Fotografia Roger Pratt. Os doces, tortas, bombons e as comidas apresentadas, são de dar água na boca, despertam nossos desejos mesmo, nem que seja por doce. Brincadeiras à parte, já foi comprovado cientificamente que o chocolate aumenta os níveis de serotonina liberadas pelo cérebro, causando assim uma sensação maior de prazer e bem estar. O que foi muito bem explorado no filme.

Roteiro leve e bem construído de Robert Nelson Jacobs baseado no romance Chocolat, de Joanne Harris. Produção impecável de Leslie Holleran. Direção de Arte assinada por Lucy Richardson e como caprichoso Designer de Produção David Gropman. Figurino muito original de Renne Ehlich Kalfus.

Curiosidades: A cidade da França mostrada no filme é Lansquenet-sous-Tannes, embora pitoresca e encantadora como acredito que devam ser as pequenas cidades francesas, é fictícia, mas as cenas externas foram filmadas em Flavigny um vilarejo francês do século X, mas como não tem rio, as outras cenas com água foram realizadas na Inglaterra. É um dos meus sonhos de consumo, conhecer a França, suas cidades medievais, Giverny (cidade onde fica o Museu do Monet), principalmente a região de Provence, a sudeste da França. 

O nome da Chocolataria é Maya, que é uma homenagem a civilização Maia, porque foram eles e os Astecas que tornaram este fruto conhecido, segundo os historiadores, pelo menos 1700 anos aC. O cacaueiro é originário da chuvosa bacia hidrográfica do Rio Amazonas, tendo sido dispersado para as regiões tropicais da América Central e Norte. Por isso a decoração da confeitaria de Vianne é decorada

 com motivos mexicanos. 

Para interpretar Vianne, Juliette decidiu fazer um estágio numa fábrica de chocolate artesanal, passando semanas acompanhando o processo de como eram feito os chocolates e se esmerou tanto, que passou até mesmo a diferenciar a origem do cacau.

O ator Deep não gosta de chocolate e para ele foi difícil fazer as cenas em que come os bombons que Vianne o faz provar.


Indicações e Premiações: Foi indicado ao Oscar 2001, nas categorias de Melhor Filme, Atriz, Atriz Coadjuvante (Judi Dench), Roteiro adaptado e Trilha Sonora, mas não venceu nenhum.


Ao Globo de Ouro também foi indicado para Melhor Filme Comédia ou Musical, Atriz em Drama, Atriz Coadjuvante/Secundária e Trilha Sonora. Sendo que também não venceu em nenhuma categoria.

Recomendo! Tem uma bela e cativante história. 



domingo, 6 de março de 2022

Minari: em busca da felicidade


Diretor: Lee Isaaac Chung

Atores: Steven Yeun, Han Ye-ri, Alan S. Kim, Noel KLate Cho, Yuh-jung Youn, Will Patton, Scott Raze

Gênero: Biografia

Ano: 2020

Duração: 115 minutos.


Sinopse: Conta a história de uma família coreana-americana que se muda da Califórnia para uma pequena fazenda no estado do Arkansas, em busca do sonho americano, na década de 1980. Enfrentam muitos conflitos com a mudança, mas o lar da família muda completamente com a chegada da avó materna, astuta e desbocada, mas incrivelmente amorosa.



Filme muito rico em entendimento e aprofundamento das relações humanas e suas complexidades. Muito sensível e provavelmente não foi indicado á toa ao Oscar 2021 na categoria de Melhor Filme, em tempos de Pandemia por Corona vírus. Trazendo inúmeras reflexões do que realmente é importante em nossa existência. Não tem como não se encantar com a relação do pequeno David (Alan S. Kim), com sua simpática avó Soonja (Yuh-jung Youn), ele com sua doce ingenuidade e curiosidades infantis e ela, toda amorosa, paciente e otimista como só as avós conseguem ser. Também aborda a dificuldade de adaptação de ser imigrante, de se ajustar a uma outra cultura e não perder a essência da sua, fator este que vem acontecendo cada vez mais nas últimas décadas. Muitas pessoas saindo de seus países de uma forma positiva ou de outra, em fuga, mas com o objetivo esperançoso de encontrar e ter uma vida melhor, de realmente ser "aceito" na nova pátria.

O diretor também assina o roteiro e informa que foi inspirado em suas próprias vivências, e dirige com muita sabedoria, tudo vai sendo mostrado, como o conflito do casal, que se amam, mas estão frustrados e insatisfeitos com o rumo que está tomando a vida deles. Mas sem grande dramalhões, tudo sendo apresentado de forma suave e simples e desta forma a história vai nos cativando. Assistindo a este filme tive a mesma sensação de quando vi um dos meus filmes preferidos, Cinema Paradiso. Tudo tão singelo, pequenos detalhes que vamos sendo tocados pelos seus conflitos, que poderiam também ser os nossos, das nossas frustrações diante das dificuldades do cotidiano. É um drama familiar, mas é puro encanto! 

Música de Emile Mosseri, Fotografia de Lachlan Milne. Edição Harry Yoon.




Curiosidades: Yuh-Jung Youn foi a primeira atriz coreana indicada ao Oscar, em entrevista ela diz: "Significa que estava representando a Coréia do Sul na premiação. Não é como se eu estivesse representando  o país indo às Olimpíadas, mas sinto que estou competindo pelo meu país. É estressante!"

As filmagens iniciaram em julho de 2019 e estreou no Festival Sundance de Cinema em 26 de janeiro de 2020, sendo muito bem aceito pela crítica e vencendo como Melhor Filme Dramático. Aqui no Brasil só chegou em 26 de abril de 2021.

Gostei muito de "rever" o ator Steven Yeun, tão nosso conhecido, como o personagem Glenn Rhee da Série The Walking Dead.

A planta Minari é de origem asiática, seu nome científico é Oenanthe Javanica, é conhecida como agrião coreano, salsa japonesa, aipo da água ou aipo chinês, também, como salsa-de-água, pois é facilmente encontrada à beiras de rios. Serve para fazer refogados e sopas.


Indicações e Premiações: ao Oscar 2021, foi indicado em seis categorias, para Melhor Filme, Diretor, Ator, Roteiro Original, Trilha Sonora e vendeu para Melhor Atriz Coadjuvante.

Ao Globo de Ouro: foi indicado e venceu para Melhor Filme Estrangeiro, devido as falas serem quase que exclusivamente em coreano. 

Ao BAFTA para Melhor: Diretor, Filme de Língua não inglesa, Ator Coadjuvante (Alan S. Kim), Trilha Sonora, Elenco (Julia Kim). Venceu também na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Yuh -jung Youn).

Super recomendo assistir. Fofo demais!!!