domingo, 18 de março de 2012

A pele que habito.


Direção: Pedro Almodóvar
Atores: Antônio Banderas, Elena Anaya, Marisa Paredes, Jan Cornet e outros
Gênero: Drama
Duração: 117 minutos
Ano: 2.011



Sinopse: Desde que a esposa foi queimada em um acidente de carro, o dr. Robert Ledgard (Banderas), um iminente cirurgião plástico, interessou-se em criar uma nova pele com a qual ele poderia tê-la salvo. Depois de 12 anos, ele consegue criar uma pele que é um verdadeiro escudo contra qualquer forma de agressão.  Além de anos de estudo e experimentação, Robert precisava de mais três coisas: nenhum escrúpulo, um cúmplice e uma cobaia. A falta de escrúpulos nunca foi um problema. Marília, a mulher que o criou desde que nasceu é a sua fiel cúmplice. Mas a cobaia humana...


Filme intrigante, lançado no início do ano, dirigido por Almodóvar, que como sempre, está brilhante no seu estilo (outros filmes dele: Ata-me, Tudo sobre minha mãe, Carne Trêmula, Volver...), que nos faz pensar a respeito das complexas relações humanas (do indivíduo consigo mesmo e com os outros) e com o meio em que vive. Este filme descreve a relação de uma mãe com seus dois filhos problemáticos (são só meio irmãos), cada um à sua maneira, e como esta relação conflituosa influencia suas vidas para sempre, em função de tragédias que vão ocorrendo. O personagem de Bandeiras, um cirurgião brilhante, mas com uma personalidade narcisista, perde sua esposa e depois sua filha, fatos que o leva a realizar pesquisas médicas até então não permitidas na época, como forma de reparação e de vingança, utilizando todo o seu potencial criativo e dos conhecimentos clínicos que possui. A trama vai sendo construída de modo fascinante por Almodóvar e termina de modo inimaginável. Como sempre, mantém o suspense até o fim deixando o expectador "ligado", muito atento até o final da história. Foi muito criativo e realista ao mesmo tempo, enfatizando o que cada um de nós pode se tornar, em função das perdas e dores sentidas, e ao mesmo tempo criando ilusões em função de carências internas. Antônio Banderas, além de lindo, está perfeito no papel, provando o por quê de ser o queridinho do diretor há muitos anos (os dois tem uma parceria antiga de trabalho), esbanja talento e competência. Gosto muito do cinema "estrangeiro", como se diria, ao sairmos do foco ou circuito americano. O espanhol é de muito bom gosto, lidam com um realismo tocante.
Mórbido, mas interessante!!!

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