sábado, 2 de maio de 2020

Um grito de liberdade

 


Diretor: Richard Attenborough
Atores:  Denzel Washington, Kalvin Klein, Penelope Wilton, Kevin Mc Nally, Josette Simon, John Hargreaves, Julian Glover
Gênero: Drama
Duração: 157 minutos
Ano: 1987

Sinapse: Donald Wood (Kevin Klein) [e editor chefe do Jornal Daily Dispatch na África do Sul. Ele tem escreito diversas críticas sobre a visão de Steven Biko (Denzel Washington), militante negro que luta contra o "aparatheid". Mas depois de conhecer Biko pessoalmente, muda sua opinião. Eles passam a se encontrar com frequência e isso significa que Woods e sua família começam a receber uma atenção especial da polícia local. Woods acaba por escrever uam biografia do militante, porêm, a única forma de ter seu livro piblicado, é saindo do país.



Mais um filme que para mim foi muito marcante, por apresentar o tema racismo. Sou muito sensível quando a abordagem são discriminações/preconceitos, costumo referir que as minhas vivências na fase infanto-juvenil tive experiências incríveis, somadas a uma educação "mais mente aberta", tive a oportunidade de conviver com uma gama enorme de pessoas significativas, ainda que cada uma à de sua maneira, o que possibilitou e me foi possível ampliar este leque de aceitação da figura humana, sem as limitações criadas por uma sociedade preconceituosa em relação a raças, credo, gênero e condição social e de saúde. Então quando entro em contato com isso, ainda que seja na ficção, fico muito "mexida emocionalmente", acreditando estar diante de algo inaceitável e de uma crueldade sem tamanho. 
O filme foi dirigido por Attenborough, já nosso conhecido por outros filmes memoráveis como Gandhi (1.982) e Chaplin (1.992) e fez mais esta obra-prima! Retrata a amizade sincera entre Woords (jornalista branco) e Biko (ativista negro), que acaba por quebrar todas as barreiras  das cores, raças e crenças e que cresceu em laços humanos. O filme realmente impressiona, somos tocados profundamente pelo drama vivido pelos negros na África do Sul (claro que aqui no Brasil não tenha sido menos dolorosa e vergonhosa a escravidão, mas o que choca é que lá, eles foram obrigados a viver, como se fossem "estrangeiros", dentro de seu próprio país), nas condições quase não humanas do "Apartheid" (separação, regime de segregação racial, implementado em 1948 pelo pastor protestante Daniel François Malm, que era branco e então, Primeiro Ministro na época, que fazia parte do Império Britânico que dominou os territórios dos nativos e relegou o povo a perder todos os direitos de cidadão, na saúde, educação e em tudo, implementando uma brutal discriminação racial, acabando por segregá-los a assentamentos isolados. O regime foi adotado pelos sucessivos governos do Partido Nacional até 1994, quando houve a realização, depois de muitas negociações e interferências políticas  internacionais, de eleições multirraciais e democráticas, sendo vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a direção de Nelson Mandela). Foi um período que ficou marcado na história da Humanidade, o quanto o ódio racial pode causar danos psicológicos e afetivos, que deixam sequelas para sempre.


As músicas são lindas e envolventes, tendo como responsável George Fenton e Jonas Gwangwa. O roteiro foi idealizado por John Briley, baseado nos livros de Donald Woods. Os dois atores principais, Klein e Denzel, estão impecáveis em suas atuações, imprimindo um sentimento em nós de profunda admiração e respeitos mútuos.
Foi o primeiro filme que eu assisti com o Denzel e saí pensando do cinema, além de o achar lindo, que ele iria fazer muito sucesso, pois teve uma atuação perfeita, uma de suas interpretações  mais marcantes para mim, como o personagem Biko. Algo semelhante ocorreu quando vi o "nosso" Lázaro Ramos em Madame Satã (2002), pela primeira vez. Fiquei surpresa! Filme impactante e sai "apaixonada" por Lázaro, pela força de seus belos olhos negros e pela força de seu olhar; e pensei: este ator vai simplesmente "bombar" na sua carreira!!! E não é que acertei na predição dos dois!!! Rsrsrs Ambos são extremamente admirados e respeitados como atores, reconhecidos no mundo todo. 
Curiosidades: este filme pertence a uma coletânea de imagens filmadas por um grupo de jornalistas que cobriu a guerra da África do Sul, nos anos 1980. Foi rodado em locações principalmente no Zimbabwe, devido â turbulência política na áfrica do Sul, no momento da produção.
Segundo o diretor, alguns dos integrantes do elenco são exilados da África do Sul.
Indicações e Premiações: foi indicado ao Oscar 1988 nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Denzel), Canção Original e Trilha Sonora Original, mas infelizmente não levou nenhuma estatueta.
Ao Globo de Ouro, foi indicado para Melhor Diretor em cinema, Filme Drama, Trilha Sonora Original em cinema,  Ator de cinema em drama (Denzel Whasington).
Ao Grammy em 1989, foi indicado na categoria de Melhor Canção escrita para o cinema (Cry Freedom).

Ao BAFTA: foi indicado nas categorias de Melhor Filme, Direção, Ator Coadjuvante (John Traw), Fotografia, Edição e Trilha Sonora. Venceu na categoria de Melhor Som.
No Festival de Berlim em 1988, recebeu o Prêmio da Paz - Menção Honrosa. 
Recomendo! Muito convincente e comovente!!!

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