quarta-feira, 24 de julho de 2013

Augustine



Diretora: Alice Winocour
Atores: Vincent Lindon, Stéphine Sokolinski, Chiara Mastroianni, Roxane Duran, Olivier Rabourdin, Shopie Cattani
Gênero: Biografia
Origem: França
                             

Duração: 102 minutos
Ano: 2.013

Sinopse: Inverno de 1.885, Paris. O professor Jean-Martin Charcot (Vincent Lindon), do Hospital Pitié-Salpêtriere, está estudando uma doença misteriosa, a Histeria, que atinge apenas mulheres. Devido à pouca informação sobre a doença e suas características peculiares, os ataques de Histeria por vezes, são confundidos com  possessões demoníacas, o que faz com que Charcot tenha que provar a seriedade de sua pesquisa. Um dia, chega ao hospital a jovem Augustine (Soko), de apenas 19 anos, que teve um ataque durante o trabalho. Logo ela se torna objeto de estudo de Charcot, que passa a dedicar um bom tempo à garota. Augustine acredita que Charcot possa curá-la a aos poucos, desenvolve uma relação especial com o médico.



Filme excelente que retrata a época do final do Século XIX com perfeição, com seus tons sóbrios e ao mesmo tempo com explosões de cores, tão bem colocadas pelo fotógrafo Georges Lechaptois. Mostra como os médicos (praticamente todos neurologistas) tratavam as pacientes: com toda seriedade que a medicina permitia na situação (de modo sistemático e científico, através do método da observação e da hipnose) e um dos males da época: a Histeria que é "uma neurose complexa caracterizada pela instabilidade emocional, com perda do autocontrole devido a um pânico extremo". A Histeria era muito frequente nas mulheres e estava ligada a um contexto sexual, mas nada mais era que um reflexo de toda uma repressão feminina na sociedade (mulher não tinha acesso a conhecimento acadêmico, então toda sua "atividade" era mental: fantasias,desejos e sonhos que não conseguia concretizar), a mente então encontrava uma forma de evidenciar esta repressão, canalizando toda energia para o lado físico, aparecendo assim as paralisias significativas, cegueiras e outros sintomas clínicos. Filme muito interessante de ver, elucidando claramente a prática da medicina no passado, comprovando a teoria, que inicialmente só havia nas cabeças dos estudiosos. Gostei muito!!! No filme Charcot (1.825-1.893) é mostrado com o desbravador da neurociência e mestre de muitos discípulos (principalmente de Freud, que vem logo depois, aprofundando a questão ainda mais, acerca das patologias de fundo nervoso/emocional) que faz uma colocação muito importante com sua descoberta científica: que provavelmente no passado muitas mulheres foram condenadas a queimarem nas fogueiras, consideradas bruxas. Curiosidades: é o primeiro filme longa-metragem da diretora Alice Winocour, que também foi responsável pelo roteiro. Foi estreante também no Festival de Cannes, pois só havia apresentado lá, o curta Kitchen (2.004). O filme foi baseado na vida real de uma das pacientes, que ficou mais conhecida de Charcot, Louize Augustine Gleizers. Para garantir a autenticidade do filme, foram utilizadas verdadeiras doentes como figurantes. O personagem de Charcot, era para ser interpretado pelo ator Benoit Poelvoorde. O filme teve indicação em 2.012, no Festival de Cannes, para Câmera de Ouro Alice Winocour e ao César de 2.013, para Melhor Filme de Estréia - Alice Winocour e Melhor Figurino - Pascaline Clavanne. Assista e comente.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Tempo de despertar


 Diretor: Penny Marshall
Atores: Robin Williams, Robert De Niro, Penélope Ann Miller, Julie Kauner, Max Von Sydow, John Heard, Alice Drummond
Gênero: Drama
Duração: 121 minutos
Ano: 1.990                                                    

Sinopse: Williams interpreta o Dr. Malcolm Sayer, um tímido médico pesquisador que usa uma droga experimental para "despertar" as vítimas catatônicas de uma rara doença. De Niro co-estréia como Leonard, o primeiro paciente a receber o controvertido tratamento. Seu despertar, cheio de alegria e entusiasmo, determina também um renascimento para Sayer, com o paciente descobrindo as coisas simples da vida - em indizível doçura - e revelando-as ao introvertido doutor. Encorajado pela recuperação impressionante de Leonard, Sayer administra a droga para outros pacientes. A história de sua amizade durante esta emocionante jornada é um testamento da ternura do coração e a força da alma humana. Ao abrir os olhos de um homem para o mundo...ele abriu os seus próprios.


Filme comovente, os atores Robin Williams e Robert De Niro se superaram, estão simplesmente perfeitos como médico e paciente. é uma história linda, de respeito a vida, exemplo de dedicação e esforço de um médico e sua equipe, para curar ou pelo menos propiciar um mínimo de dignidade aos seus pacientes. Brilhante!!! O filme tem cenas tocantes, que vai fundo ao coração, onde podemos perceber que através de pequenos gestos, como podemos mudar a vida das pessoas e para sempre..."Ao ajudamos o nosso próximo, estamos ajudando na verdade, a nós mesmos". O livro no qual o roteiro do filme foi baseado é quase uma autobiografia de Oliver Sacks, que no filme seria o personagem de Malcolm Sayer. Ainda antes do início das filmagens, os atores De Niro e Williams assistiram a vários vídeos dos pacientes de Oliver, bem como visitaram diversas vezes o hospital onde Oliver trabalhava, com o objetivo de observar os pacientes. Roteiro escrito por Steven Zaillian. Fotografia assinada por Miroslav Ondricek e Trilha Sonora de Randy Newman, que lhe rendeu uma indicação ao Grammy de 1.992, indicada na categoria de Melhor Composição Instrumental Escrita para Cinema e Televisão. O filme recebeu 3 indicações para o Oscar 1.991, de Melhor Filme, Ator (De Niro) e Roteiro Adaptado. Ao Globo de Ouro, recebeu indicação de Melhor Ator Drama (Robin Williams). Na Academia Japonesa de Cinema, foi indicado como Melhor Filme Estrangeiro e na premiação do NYFCC, venceu na categoria de Melhor Ator (De Niro). Na época li em uma reportagem, que a interpretação de De Niro foi tão surpreendente, que os comentários era de que parecia que ele havia "pego a doença" se fosse possível. Recomendadíssimo, você vai se emocionar... Comente depois. 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O homem de aço


Diretor: Zack Snyder
Atores: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Diane Lane, Russell Crowe, Kevin Costner, Angie Traue, Harry J. Lennix, Richard Schiff, Laurence Fishburner, Ayelet Zurer
Gênero: Aventura
Duração: 143 munitos
Ano: 2.013                                           


Sinopse: Nascido em Kripton, o peque no Kal-El viveu pouco tempo em seu planeta natal. Percebendo que o planeta estava prestes a entrar em colapso, seu pai (Russell Crowe), o envia ainda bebê em uma nave espacial, rumo ao planeta Terra, e manda com ele importantes informações do seu povo. Contrariado com tal atitude o General Zod  (Michael Shannon) tenta impedir a iniciativa e acaba preso. Já em seu lar, a criança foi criada por Jonathan (Kevin Costner) e Martha Kent (Diane Lane) que passaram a chamá-lo de Clark. O tempo passa, seus poderes vão aparecendo e se tornando, de certa forma, um problema porque isso evidencia que ele não é um ser humano. Já adulto, Clark (Henry Cavill) se vê obrigado a buscar um certo isolamento, por não conseguir resistir aos salvamentos das pessoas e sempre precisa sumir do mapa para não criar problemas para seus pais. Mas o terrível Zod conseguiu se libertar e descobriu seu paradeiro. Agora a humanidade corre perigo e talvez tenha chegado a hora das pessoas conhecerem aquele que passarão a chamar de Super-homem.



      Filme repaginado do meu eterno herói, a primeira vez que vi o Christopher Reeve no cinema em 1.978, quase tive uma síncope, tive a nítida sensação de que a sétima arte havia tornado o meu Príncipe Encantado dos sonhos em realidade, em carne e osso, como diz o ditado popular, foi um tremendo choque!!! Foi paixão a primeira vista. Reeve deu vida ao herói, nesta versão atual, o espetacular Henry Cavill (que lembra e muito Reeve, não fica atrás, é de tirar o fôlego, é 1,86 metro de pura beleza, como disse a atriz Amy em uma entrevista: "demora um tempo para se acostumar", imagine???). O roteiro é como se fosse uma junção dos dois primeiros filmes (1.978 e 1.980), que fizeram um sucesso estrondoso na época. Relata a origem do homem de aço, o seu crescimento em nosso planeta e o desenvolvimento do seu caráter, seu conflito de usar ou não os seus superpoderes e principalmente de como usá-los, para o bem ou para o mal? Tomar partido da Terra ou Kripton? Adorei o filme, muito bem produzido e para a geração que não conhece a famosa história em quadrinhos, o personagem Super homem é muito bem apresentado, completo. Com exceção de muita luta e destruição demasiada, o filme é perfeito!!! Curiosidades: Um dos produtores do filme é Christopher Nolan que também já fez parceria com Hans Zimmer, responsável pela trilha sonora, na trilogia do Batman. Para o papel de pai de Clark adotivo, foram cotados os atores: Dennis Quaid, Bruce Greenwood, Michael Biehn, Kurt Russell, que acabou ficando com Costner. Para a mãe Martha Kent, as atrizes cogitadas foram: Julianne Moore, Lisa Rinna, Jodie Foster, Bridget Fonda e Elizabeth Shuan, mas Diane Lane foi a escolhida. Quanto ao General Zod, os nomes pensados foram de: Viggo Mortensen, e Daniel Day-Lewis. A atriz Amanda Seyfried chegou a fazer teste para o filme, mas desistiu de trabalhar na produção. A escolhida foi Amy, que já tinha uma relação com esse trabalho com super-heróis, interpretou a Jodi Melville no seriado para TV, Smallville. E para interpretar o novo Superman (uma vez que o último não emplacou, representado pelo ator Brandon Routh - 2.006), sendo até irônico é que na época ele chegou a fazer o teste, mas o acharam muito imaturo para o personagem, agora ao contrário, está no ponto!!!, Henry Cavill superou uma lista de candidatos que incluia: Arnie Hammer, Matt Bomer, Joe Manganiello e Zac Efron. Henry ficou com o papel e passou a ser o primeiro ator não americano a vestir a capa do Superman, ele é britânico (em uma reportagem informa que tinha profunda admiração por Russell Crowe, que é neo-zeolandês, chegando a conhecê-lo ainda quando era um adolescente e que teve uma grande surpresa pois teve a oportunidade de trabalhar com seu ídolo neste filme). Apesar do diretor desejar manter o uniforme tradicional do herói, houve uma mudança significativa, ficando mais moderna. Também filmou em 2D para ficar mais intimista/realista, além de gravar muitas cenas com a câmera nas costas. A conversão 3D foi realizada na pós-produção. Neste ano de lançamento do Homem de aço, 2.013, é o 75º aniversário da criação do personagem Superman e é o primeiro filme que não leva o nome do herói em seu título. Recomendo, é uma superprodução. Lindo!!!Veja e comente, está nos cinemas.

domingo, 21 de julho de 2013

Entrevista com o vampiro



Diretor: Neil Jordan
Atores: Tom Cruise, Brad Pitt, Antônio Banderas, Stephen Rea, Christian Slater, Kirsten Dunst
Gênero: Suspense
Duração: 122 minutos                      
Ano:  1.994

Sinopse:  É noite em São Francisco. Após 200 anos de uma vida sem fim, Louis de Ponte de Lac (Brad Pitt), decide contar toda sua história a um jovem repórter (Christian Slater). Uma história de desejo, terror e êxtase...O conto sombrio do vampiro Lestat (Tom Cruise), a chance de experimentar o poder da eternidade. Lestat...imortal...senhor da noite...o mais atraente e perigoso de todos os vampiros...capaz de saborear os prazeres da noite em busca de novas vítimas para sustentar sua sobrevivência. Atormentado por sua vida sem significado, Louis parte para o mundo, a procura de vampiros como ele, e não como Lestat. Encontra apenas violência e destruição, ao lado da pequena Claúdia (Kirsten Dunst) e do enigmático Armand (Antônio Banderas).



Adoro este filme, baseado no livro de Anne Rice, que mostra um vampiro com sentimentos bastante incomuns para sua espécie, Louis (o belíssimo Brad Pitt - não tão conhecido ainda, que rouba a cena do famoso e um dos mais bem pagos atores de Hollywood, Tom Cruise (Lestat), transformado no século XVIII, não se conforma de que para viver sua vida imortal, é necessário fazer vítimas humanas, sofre profundamente com esta condição tão insignificante para os outros. É possível sentir ao longo do filme toda a sua angústia, melancolia e dor, pois ao se tornar vampiro, teve que deixar para sempre o convívio com as pessoas e jamais sentir o prazer sol na pele, passa a sua existência na procura de um significado para sua vida. Depois de conhecer e se relacionar com Lestat por décadas a fio, resolve romper com este laço e procurar outros vampiros que possam estar vivendo da mesma forma que ele, que se compadeçam da condição da humanidade, de serem meras diversão e alimento para a sua espécie. Resolve também, tornar conhecida a sua conturbada e sofrida história, talvez para resgatar suas culpas e provar que no fundo de seu ser, ainda existe algo de humano (seu conflito existencial), assim concede uma entrevista a um jornalista. O filme foi indicado ao Oscar 1.994 para Melhor Direção e Música Original (Elloit Goldenthal), Curiosidades: A atriz Kirsten Dunst foi indicada ao Globo de Ouro por Melhor Atriz Coadjuvante. O papel do repórter deveria ter sido interpretado por River Phoenix (irmão de Joaquim Phoenix), mas que morreu de overdose antes do início das filmagens. O maravilhoso Figurino de época, é assinado pela inglesa Sandy Powell, já vencedora de outros prêmios e a Fotografia impecável, é do francês Philippe Rousselot, também conhecido e premiado. Foi muito comentado nas reportagens sobre o filme, que a escritora, que neste filme também foi roteirista e acompanhou de perto a produção, gostaria que Pitt interpretasse o vampiro Lestat devido ao seu tipo físico: naturalmente louro e longilíneo, mas Cruise fez questão de ser o protagonista, por já ser famoso. Sabe-se que a situação toda criou um conflito entre ambos e que havia o projeto de uma continuação, uma vez que a escritora escreveu outros dois livros: O vampiro Lestat e A Rainha dos condenados, mas que não chegou a se realizar, pelo menos não com a supervisão dela e nem com os mesmos atores, foi uma produção que teve pouquíssima divulgação. O filme também tem músicas excelentes, mas a que chama atenção é "Sympathy for the Devil" dos Rollins Stones, mas cantada pela banda Guns N' Roses, que ficou um show. Assista, eu recomendo. É muito bom!!! 

sábado, 20 de julho de 2013

Ted


Diretor: Seth MacFarlane
Atores: Mark Wahlberg, Mila Kunis, Joel McHale, Giovanni Ribisi, Sam J. Jones, Tom Skerrit, Paul Campbell, Ryan Reynolds
Gênero: Comédia
Duração: 106 minutos
Ano: 2.012                                                           

Sinopse: É Natal e o pequeno John Bennet tem apenas um pedido para fazer ao Papai Noel: que seu ursinho de pelúcia  Ted ganhe vida. O garoto fica surpreso ao perceber que seu pedido foi atendido e logo se tornam grandes amigos. John e Ted crescem juntos e o urso de pelúcia se torna bastante mal humorado com a idade. Já adulto, John (Mark Wahlberg) precisa decidir entre manter a amizade de einfância ou o namoro com Lori Collins (Mila Kunis).

Filme que criou certa polêmica aqui  no Brasil e que depois disso fez mais sucesso do que o esperado, é cômico e revelador, mostra um humor politicamente incorreto ("quem consome drogas, não trabalha e não estuda é feliz"), com direito a boca suja e tudo o mais. É um filme para adulto, não para criança, Ted  é um ursinho muito fofo, mas infelizmente é só na aparência, cresceu junto com John (garoto solitário), tornou-se uma celebridade por ser único, mas cresceu e se tornou irresponsável e vulgar, tornando-se uma péssima influência para seu grande amigo e dono. Mas a questão é que na vida real, quem tem a obrigação de se desenvolver, crescer e amadurecer, somos nós humanos e não os nossos bichinhos de estimação (vivos ou não). O filme faz um questionamento bem pertinente: até quando o homem deve ficar ligado ao seu passado? Fazendo de tudo para não assumir as responsabilidades de pessoa adulta, criando mecanismos e desculpas eternas (fantasia, ilusão, drogas) para não evoluir? A vida se encarrega de nos fazer enxergar este processo, de uma maneira ou de outra, para isso temos o famoso livre-arbítrio, pode ser pelo amor ou pela dor, a escolha é nossa.  No filme John demora para perceber isso, até que encontra uma forma de conciliar tudo. Gostei!!! Curiosidades: esta é a primeira produção com atores de verdade feita por Seth MacFarlane, criador das séries de sucesso americana: Uma família da pesada (1.999) e American dad (2.005). Ele neste filme é o roteirista, produtor e diretor. Também participa do filme, fazendo a voz de Ted. Em uma cena do filme, Ted menciona o ataque terrorista de 11 de setembro, curiosamente tanto o protagonista Wahlberg como o diretor MacFarlane quase embarcaram no avião que atingiu uma das torres gêmeas. Wahlberg tinha comprado a passagem para o vôo da American Airline, mas decidiu ir dirigindo para Nova York e voar para a Califórnia depois. Já MacFarlane também pegaria o avião, mas por sorte se atrasou 10 minutos e não conseguiu embarcar. Poderiam estar mortos...Veja, é divertido!!!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O segredo de Brokeback Mountain





Diretor: Ang Lee
Atores: Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Michelle Williams, Kate Mara, Randy Quaid, Anna Faris
Gênero: Drama
Duração: 134 minutos                           
Ano: 2.005

Sinopse: Filme aplaudido de pé pelo público e críticos de cinema de todo o mundo, ganhador de dezenas de prêmios internacionais. Um conto de amor sobre o relacionamento de dois jovens, Ennis Del Mar, um rancheiro de Wyoming e Jack Twist, um vaqueiro de rodeio, que se encontram no verão de 1963, e nos anos seguintes lutam secretamente para entender e manter o amor que nutrem um pelo outro.



Filme de uma sensibilidade tocante, que mostra mais uma vez, que o amor é uma força da natureza, não escolhe sexo, cor ou raça, simplesmente somos tocados profundamente por ele e fim. As interpretações dos dois atores principais é de chamar a atenção, tanto que nem a beldade Anne Hathaway, consegue desviar o foco da dupla. São jovens, encontram-se por acaso, tornam-se amigos, mas que acabam sendo tomados por um sentimento tão forte que vai marcar a vida de ambos para sempre, sendo que cada um lida de modo completamente diferente em função de suas crenças e valores familiares. O filme é lindo e intenso, o drama compreende a dualidade dos conflitos sociais envolvidos (das relações homossexuais e da luta que travam consigo mesmo), também mostra de forma abstrata a dificuldade da rotina, da passagem dos anos e da frustração quanto à realidade na busca da felicidade. Os protagonistas Ledger (Ennis) e Gyllenhaal (Jack) conseguem transmitir com profundidade na tela, e com extrema competência, os complexos sofrimentos para aceitar e conviver com um sentimento tão forte, que não conseguem evitar e nem assumir, e das consequências traumáticas de suas escolhas. Somos brindados também com uma fotografia espetacular de Rodrigo Pietro, com paisagens lindas e frias, tão comuns no estado de Wyoming. O filme foi baseado no conto de mesmo nome de Annie Proulx e antes de virar filme e receber diversos prêmios, o roteiro de Larry McMurtry e Diana Ossane, permaneceu na gaveta durante anos por falta de investimento, desde o final da década de 90. Os diretores Marc Foster, Joel Schumacher e Gus Van Sant estiveram cotados para dirigir o filme. O papel de Ennis, foi oferecido a Mark Wahlberg, que recusou, devido ao temática. Os atores Heath Ledger e Michelle Williams se conheceram nas filmagens e logo depois se casaram, estavam juntos na festa do Oscar em 2.006. Quando foram realizar a cena do beijo, Ledger quase quebrou o nariz de Gyllenhaal, pois a cena exigia que fosse passada a idéia de violência, para expressar o sentimento conflitante dos personagens. Premiações: Oscar 2.006: ganhou de Melhor Diretor, Roteiro Adaptado e Trilha Sonora. Foi indicado a Melhor Filme, Ator (Ledger), Ator Coadjuvante (Gyllenhaal), Atriz Coadjuvante (Michelle) e Fotografia. No Globo de Ouro, ganhou para Melhor Filme Drama, Diretor, Roteiro e Canção Original "A love that will never growd old". Sendo indicado também a Melhor Ator Drama (Ledger), Atriz Coadjuvante (Michelle) e Trilha Sonora. No BAFTA, ganhou os prêmios de Melhor Filme, Diretor, Ator Coadjuvante (Gyllenhaal) e Roteiro Adaptado. E indicações a Melhor Ator, Atriz Coadjuvante, Trilha Sonora (Gustavo Santaolalla), Fotografia e Edição. No César (Itália) em 2.007 foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro. Na premiação Independent Spirit Wards em 2.006, ganhou Melhor Filme e Diretor e teve indicação para Ator e Atriz Coadjuvante. Em 2.005 no Festival de Veneza, ganhou o Leão de Ouro. Também em 2.005, no seu ano de lançamento, na premiação de Satellite Awards ganhou para Melhor Diretor, Edição, Filme Drama e Canção Original e sendo indicado a Melhor Ator, Ator Coadjuvante, Trilha Sonora e Roteiro Adaptado. Em 2.006 no Prêmio Bodick Award foi indicado a Melhor Filme Americano. Recomendadíssimo!!!

Os amantes passageiros




Diretor: Pedro Almodóvar
Atores: Javier Cámara, Carlos Areces, Raúl Arévalo, Lola Dueñas, Cecília Roth, Hugo Silva, Antônio de La Torre, José Maria Yazpik, Guilhermo Toledo, Carmen Machi, José Luis Torrijo
Gênero: Comédia
Duração: 91 minutos                            
Ano: 2.013

Sinopse: Um avião da companhia Península, enfrenta um problemas durante um vôo para o México, já que um dos trens de pouso não está funcionando. Com isso o comandante da aeronave (Antônio de La Torre) é obrigado a voar em círculos à espera de algum aeroporto que tenha condições para que possa fazer um pouso de emergência em solo espanhol. Durante este período, todos os passageiros e aeromoças da classe econômica são "dopados" para evitar que haja pânico generalizado. Os únicos acordados são os comissários de bodo e os passageiros da classe executiva, que percebendo que correm sério risco de morrerem, decidem abrir o jogo sobre os segredos de suas vidas pessoais.


Filme de Almodóvar, que nos brinda mais uma vez com seu humor, irreverência e porque não dizer realismo. Diretor que não agrada a todos, mas também acredito que ele não se importa nem um pouco com isso, que seja do tipo que diz: amem ou me odeiem, mas falem de mim. O filme é super engraçado e dramático ao mesmo tempo, bem ao estilo de Almodóvar, com sua veia cômica e erótica, damos boas risadas com as situações apresentadas, com os questionamentos realizados, com dúvidas que os personagens apresentam acerca de sua sexualidade, paixões, crenças e mitos e de suas relações afetivas, sociais e políticas conturbadas, bem ao gênero dos dramalhões latinos (espanhóis, mexicanos e porque não dizer brasileiros!!!). Tudo motivado por uma situação estressante, causadas pela possibilidade de morte, quando o avião em que os passageiros estão encontra-se com problemas para pousar. Em função, disso é mostrado a reação inconsciente, como cada um lida frente a situação de perigo e morte eminente (perda do controle dos nossos valores morais, é uma exibição de impulsos reprimidos vindo a tona). Imperdível, como sempre. Almodóvar com suas temáticas algumas vezes bizarras, acaba nos fazendo refletir com profundidade sobre certo assuntos considerados "tabus", até hoje, em pleno século XXI. E também pode ser percebido como uma metáfora do estado da situação espanhola nos dias  de hoje, o avião que corre o risco de um acidente, enquanto espera no espaço aéreo, faz um paralelo com a situação política e social da Espanha. Curiosidades: Almodóvar se inspira nas ditas "comédias malucas", gênero de filmes populares durante a Grande Depressão. Reuniu novamente neste filme, diversos atores parceiros como: Javier Cámara, Lola Dueñas, Cecília Roth e até mesmo Antônio Banderas e Penélope Cruz, que aparecem em pequena participação e que contracenaram pela primeira vez, ainda que sejam os eternos queridinhos de Almodóvar. Para a composição dos cenários, o diretor inspirou-se no tratamento das cores nos filmes de Hitchcock, que para ele, além de ser o mestre  do suspense, era também o mester das cores. É a primeira vez que grava com câmeras digitais. Pode não ser o melhor filme de Almodóvar, mas vale a pena. Assista e comente.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sleepers - A vingança adormecida



Diretor: Barry Levinson
Atores: Robert De Niro, Dustin Hoffman, Kevin Bacon, Brad Pitt, Jason Patric, Billy Crudup, Minnie Driver, Ron Eldard
Gênero: Drama                                     
Duração: 147 minutos
Ano: 1.996                              

Sinopse: Uma farra de juventude num bairro de Nova York tem como resultado um drástico erro da justiça: o grupo é condenado a cumprir um ano de prisão. Os quatro garotos tornam-se vítimas das obsessões e loucuras dos guardas do reformatório, um jeito muito duro e inesquecível de entrar na adolescência. Quinze anos mais tarde, eles têm a oportunidade de se vingar, recorrendo à mesma justiça deficiente que os condenou. Situações de tensão quase insuportável transformam o filme num "triller" eletrizante, repleto de suspense e ação que vai prender a atenção do começo ao fim.




Filme emocionante, maravilhoso do início ao fim, chocante!!! Com interpretações memoráveis dos elenco, que além dos veteranos De Niro e Hoffman, contavam com praticamente iniciantes e desconhecidos com Brad e Patric, sem falar no estreante Billy Crudup. Todos deram ao filme uma dramaticidade quase que real, comovente e dramática. O filme mostra a transformação da ingenuidade infantil, num rancor assassino. Foi baseado no livro Sleepers de Lorenzo Cercaterra, que sempre alegou que viveu a história, era então um relato pessoal, pautado em fatos reais. O que inicia com um enfoque saudosista, nostálgico de quatro companheiros inseparáveis que estão sempre a procura de aventuras juvenis, mas que um grave acidente leva os quatro a viver num inferno (reformatório) e que muda radicalmente suas vidas e no futuro, cada um apresenta suas escolhas de vida e marcas psicológicas, em função dos momentos de sofrimento que sofreram. Curiosidades: o escritor Lorenzo, sempre afirmou que os acontecimentos do livro eram reais, retratos de sua vivência, mas nunca foi confirmada, quando jornalistas fizeram uma investigação nos registros
penais da época. Tempos depois, Lorenzo comenta que a história contada no livro é fictícia, que foi apenas um golpe de publicidade. Este foi o primeiro de três filmes em que Hoffman e De Niro atuam juntos: Mera coincidência em 1.997 e Entrando numa fria maior ainda em 2.004. O ator Kevin Bacon em momento algum encontrou os atores De Niro e Hoffman nos sets de filmagem, devido a programação de cada ator para rodar suas cenas no filme.
Foi indicado ao Oscar de 1.997, na categoria de Melhor Música Original de Drama, de John Williams.
Assista e comente. Recomendadíssimo!!!

Um porto seguro


Diretor: Lasse Hallströn
Atores: Juliane Hough, Josh Duhamel, Cobie Smulders, David Lyon, Noah Lomax, Lauren York, Ric Reitz, Mike Pniewski
Gênero: Romance
Duração: 115 minutos          
Ano: 2.013

Sinopse: Quando uma misteriosa mulher chamada Katie (Juliane Hough) se muda para a pequena cidade de Southport, Carolina da Sul, seus vizinhos começam a levantar suspeitas sobre o seu passado. Bela e discreta, ela evita qualquer tipo de laço pessoal com os outros habitantes da região, até que conhece o charmoso Alex (Josh Duhamel), um homem gentil, viúvo e pai de dois filhos, e a singela Jô (Cobie Smulders), que se torna sua amiga. Katie começa a se interessar por Alex e se sente cada vez mais afeiçoada a ele e sua família. Ela acaba se apaixonando mas um segredo de seu passado a impede de ser plenamente feliz.



Filme comovente como todo bom romance e ainda mais este, escrito e produzido por ninguém menos que Nicolas Sparks, com roteiro de Dana Stevens (Cidade dos Anjos). Sparks é um excelente escritor, que apesar de homem, tem a alma feminina (acredito que alguém que não soubesse o  nome do autor dos seus livros, diria enganosamente que era escrito por uma mulher, tal a sua sensibilidade). Conta a história de um   casal que se conhece e apesar de todas as defesas e traumas pessoais, acabam se apaixonando. Apesar de ter alguns clichês de filme romântico, é muito bem construido e apresentado com belas paisagens (fotografia assinada por Terry Stacey, que também foi o responsável por Querido John)  e cenas ternas, mas também com doses de mistério e suspense. O personagem masculino Alex não é apresentado como herói, ele já viveu sua cota de dor e sofrimento e só quer cuidar da mulher que ama (muito natural e real) e é a própria personagem que tem que enfrentar e lutar com seu passado. Sendo o porto seguro para ambos, o amor verdadeiro que passam a ter um pelo outro. É lindo...Curiosidades: O diretor Lasse, já dirigiu outro filme baseado no livro de Sparks, Um lugar para recomeçar e fez a adaptação de outro: Querido John. A atriz Keira Knightley chegou a se cotada para viver a protagonista feminina, que acabou ficando mesmo com Juliane. Vale a pena ver, não é uma superprodução e nem nada inédito, mas é convincente, gostoso de ver, para quem curte o gênero romântico, é ótimo. Eu como sou uma eterna romântica, adorei!!! Comente.