Atores: Vincent Lindon, Stéphine Sokolinski, Chiara Mastroianni, Roxane Duran, Olivier Rabourdin, Shopie Cattani
Gênero: Biografia
Origem: França
Duração: 102 minutos
Ano: 2.013
Sinopse: Inverno de 1.885, Paris. O professor Jean-Martin Charcot (Vincent Lindon), do Hospital Pitié-Salpêtriere, está estudando uma doença misteriosa, a Histeria, que atinge apenas mulheres. Devido à pouca informação sobre a doença e suas características peculiares, os ataques de Histeria por vezes, são confundidos com possessões demoníacas, o que faz com que Charcot tenha que provar a seriedade de sua pesquisa. Um dia, chega ao hospital a jovem Augustine (Soko), de apenas 19 anos, que teve um ataque durante o trabalho. Logo ela se torna objeto de estudo de Charcot, que passa a dedicar um bom tempo à garota. Augustine acredita que Charcot possa curá-la a aos poucos, desenvolve uma relação especial com o médico.
Filme excelente que retrata a época do final do Século XIX com perfeição, com seus tons sóbrios e ao mesmo tempo com explosões de cores, tão bem colocadas pelo fotógrafo Georges Lechaptois. Mostra como os médicos (praticamente todos neurologistas) tratavam as pacientes: com toda seriedade que a medicina permitia na situação (de modo sistemático e científico, através do método da observação e da hipnose) e um dos males da época: a Histeria que é "uma neurose complexa caracterizada pela instabilidade emocional, com perda do autocontrole devido a um pânico extremo". A Histeria era muito frequente nas mulheres e estava ligada a um contexto sexual, mas nada mais era que um reflexo de toda uma repressão feminina na sociedade (mulher não tinha acesso a conhecimento acadêmico, então toda sua "atividade" era mental: fantasias,desejos e sonhos que não conseguia concretizar), a mente então encontrava uma forma de evidenciar esta repressão, canalizando toda energia para o lado físico, aparecendo assim as paralisias significativas, cegueiras e outros sintomas clínicos. Filme muito interessante de ver, elucidando claramente a prática da medicina no passado, comprovando a teoria, que inicialmente só havia nas cabeças dos estudiosos. Gostei muito!!! No filme Charcot (1.825-1.893) é mostrado com o desbravador da neurociência e mestre de muitos discípulos (principalmente de Freud, que vem logo depois, aprofundando a questão ainda mais, acerca das patologias de fundo nervoso/emocional) que faz uma colocação muito importante com sua descoberta científica: que provavelmente no passado muitas mulheres foram condenadas a queimarem nas fogueiras, consideradas bruxas. Curiosidades: é o primeiro filme longa-metragem da diretora Alice Winocour, que também foi responsável pelo roteiro. Foi estreante também no Festival de Cannes, pois só havia apresentado lá, o curta Kitchen (2.004). O filme foi baseado na vida real de uma das pacientes, que ficou mais conhecida de Charcot, Louize Augustine Gleizers. Para garantir a autenticidade do filme, foram utilizadas verdadeiras doentes como figurantes. O personagem de Charcot, era para ser interpretado pelo ator Benoit Poelvoorde. O filme teve indicação em 2.012, no Festival de Cannes, para Câmera de Ouro Alice Winocour e ao César de 2.013, para Melhor Filme de Estréia - Alice Winocour e Melhor Figurino - Pascaline Clavanne. Assista e comente.
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