terça-feira, 26 de abril de 2016

Caminhando nas nuvens


Diretor: Alfonso Arau
Atores: Keanu Reeves, Aitana Sánchez-Gijón, Anthony Quinn, Debra Messing, Giancarlo Giannini, Freddy Rodriguez, Angélica Aragón
Gênero:Romance
Duração: 102 minutos
Ano: 1995


Sinopse: Logo após a rendição do Japão, que marca o fim da II Grande Guerra Mundial, o órfão Paul Sutton (Keanu Reeves) retorna a San Francisco para se reunir com sua esposa Betty (Debra Messing), com quem se casou, na sequência de um namoro rápido, um dia antes de partir para o Pacífico. A guerra deixou cicatrizes emocionais. Quando retorna, Paul se decepciona com Betty, especialmente depois que descobrui que suas cartas, escritas praticamente todos os dias (que eram o seu refúgio), não foram nem abertas. Em uma de suas viagens, Paul conhece Victória (Altana), uma bela estudante grávida. Emocionado com sua história, ele concorda em se passar por seu marido, até que a sua família se acostume com a idéia.

Cheguei a suspirar...Filme lindo, com um colorido fantástico, adoro seus tons de laranja, ocre e dourado, as cores da minha estação do ano preferida, o Outono, Com uma riqueza de detalhes, cenários incríveis, paisagens exuberantes, bem o estilo do diretor Alfonso, seus filmes são sempre mágicos!!! Recheados de cheiros, bebidas, tons, cores, música, tudo muito forte, para agradar e encantar!!! O filme é México-Estadunidense, com roteiro de Robert Mark Kamen, Mark Miller e Harvey Weitzman, supervisor de Efeitos Visuais Robert Stromberg e produção de Jerry e David Zucker e quê produção!!! Amei!!! É mais um filme que aborda o tema "vinho", através da região vitivinícola da Califórnia, porém apresenta um ângulo diferente, trazendo um pouco de embasamento histórico sobre o surgimento da região, como zona vitícola, mostrando a ligação que o vinho tem com a cultura, o amor e o significado de família. O vinhedo mostrado em seu grande esplendor, chama-se Las Nubes, daí a origem do nome do filme. Roger Ebert do Chicago Sun-Times, chamou o filme de "uma fantasia romântica gloriosa. é preciso, talvez, ter um pouco dessas qualidades em um filme, mas que me encantou com inocência e confiança. Numa altura em que os filmes parecem obrigados a serem cínicos". Mick LaSalle do San Francisco Chronicle, disse que "é em grande parte, uma bonita história, bem atuado e imagem emocionalmente rica". Concordo com eles: a cena em que Paul e Victória ajudam a aquecer o parreiral é divina, quente e sensual.


O roteiro, pode-se dizer que é simples, mas muito bem construído e agrada. O elenco está impecável, com atuações bem convincentes, adoro a cena em que o avô Don Pedro (Quinn) se embriaga junto com Paul e canta, acompanhado de músicos locais. As músicas são lindas tendo Maurice Jarre como diretor musical e a fotografia é espetacular de Emmanuel Lubezki.



Foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora e venceu. Também houve indicação no MTV Movie Awards de Melhor Beijo (Keanu Reeves e Aitana Sánchez-Gijón).
Tem uma frase interessante que o personagem de Quinn que diz: "que onde os homens pensam, as mulheres sentem, que somos criaturas do coração". Acredito que sejamos bem assim.
Recomendo, vale a pena conferir esta bela história de amor.

domingo, 24 de abril de 2016

A garota dinamarquesa


Diretor: Tom Hooper
Atores;  Eddie Redmayne, Alicia Vikander, Mathias Schoenaerts, Ben Whitshaw, Amber Heard, Sebastian Kock
Gênero: Biografia
Duração: 119 minutos


Ano: 2016

Sinopse: Cinebiografia de Lili Elbe (Eddir Redmayne), que nasceu Einar Mogens Wegwnwer, bem casado, vivendo em Copenhagen, na década de 1920, foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero. Em foco, o relacionamento amoroso do pintor dinamarques com Gerda (Alicia Vikander) e sua descoberta como mulher.

Uma história digna, apresentada de forma muito delicada e sensível. com muita leveza o drama de Lili Elbe vai sendo mostrado, com tanta humanidade, tudo é tão belo e vibrante, que não tem como não se apaixonar e aplaudir este ser que assumiu todos os riscos para ter uma vida plenamente verdadeira. Não conhecia sua história, mas me senti tocada e teria torcido por ela, para que conquistasse seus objetivos. Críticas à parte: que o livro ao qual foi inspirada a história (romance de 



David Ebershoff, inspirado na vidas das pintoras dinamarquesas Lili Elbe e Gerda Wegener), não fazer jus aos acontecimentos reais: um aprofundamento no sofrimento e conflito da vida de Lili, na possível bissexualidade de Gerta, a desintegração e anulação do casamento  de Einar e Gerta e na morte de Lili, que no filme fica subtendido que foi infecção, mas não que foi uma infecção causada por uma rejeição do útero que lhe fora implantado, ela pretendia ter filhos (foi uma pioneira, vanguardista para o seu tempo). Mas apesar de tudo o filme é lindo, com uma fotografia (Danny Cohen), decoração de sets e figurinos ( Paco Delgado) maravilhosos, de encher os olhos. A interpretação e transformação de Redmayne impressiona, com uma postura corporal perfeita (mais feminino que muitas mulheres), trejeitos, expressões, com uma leveza de movimentos fantasticamente femininas, e com uma profundidade na forma de apresentar seus conflitos interiores, quanto a sua identidade sexual, é possível "sentir" sua angústia. Ator que veio para ficar, muuuuuito bom. Acredito que filmes como este e outros apresentados nas telonas este ano (Carol, Amor por direito, Stonewall), tem tudo a ver com o processo de mudança que vem ocorrendo e já não era sem tempo (demonstração de que os tempos mudam, mas os conceitos, nem tanto, demoram...) em relação a sociedade, que se faz imprescindível rever conceitos tão absolutistas (certo/errado; bonito/feio, preto/branco), que reforça padrões convencionais, suprimindo toda e qualquer escolha, que  não esteja dentro destes parâmetros. E a sétima arte não poderia deixar de se fazer presente neste momento histórico de transição, onde o Casamento Gay foi aprovado legalmente e apoiado até mesmo pelo Papa Francisco, é algo realmente inédito, que avanço!!!  



O filme foi indicado ao Oscar 2016, para Melhor Ator (Redmayne), Direção de Arte e Figurino; vencendo na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante para Alicia Vikander. Ao Globo de Ouro, foi indicado nas categorias de Melhor Ator e Atriz em Drama e Trilha Sonora (Alexandre Desplat).
Curiosidades: o filme foi lançado no Festival de Veneza. Nicole Kidman é quem interpretaria Einar, mas decidiu abandonar o projeto por conta do atraso nas filmagens. Já Gwynweh Paltrow viveria a esposa, mas decidiu deixar projeto, alegando compromissos familiares. Lili Elbe morreu em 1931, após complicações na sua quarta cirurgia, estava num outro relacionamento com um parceiro masculino, tentando ter filhos. Já Gerda, depois de se afastar de Lili, casou-se novamente, mas não conseguiu se firmar como pintora, acabou por voltar para a Dinamarca e morreu pobre e com problemas de alcoolismo.


Recomendo!!! Veja e comente.

O quarto de Jack



Diretor: Lenny Abrahanson
Atores: Brie Larson, Jacob Tremblay, Joan Allen, William H. Macy, Sean Bridgers, Amanda Brugel, Cas Anvar, Joe Pingue
Gênero: Drama
Duração: 118 minutos

Ano: 2016

Sinopse: Joy/Ma (Brie Larson) e seu filho Jack (Jacob Tremblay) vivem isolados em um quarto. O único contato de ambos têm com o mundo exterior é a visita periódica do Velho Nick (Sean Bridgers), que os mantém em cativeiro. Joy faz o possível para tornar suportável a vida no local, mas não vê a a hora de deixá-lo. Para tanto, elabora um plano logo depois que o filho faz 5 anos, onde com sua ajuda, poderá enganar Nick e retornar à realidade.

Amei!!! Filme sensível, delicado e comovente!!! O meu preferido para ganhar o Oscar deste ano. Uma verdadeira poesia, ainda que na primeira hora (acredito que foi idealizado exatamente para isso) desperta no espectador a sensação de claustrofobia, tamanho realismo no que é mostrado no "room", quarto. Num segundo momento, é possível sentir mais liberdade e relaxar um pouco, diante dos acontecimentos e de como cada personagem vai lidar com a situação. O filme é baseado no livro homônimo, escrito por Emma Donoghue, lançado em 2010, que teve como inspiração o caso real revelado em 2008, da jovem que foi mantida refém pelo pai na Áustria, durante 24 anos, no episódio que ficou conhecido como o Caso Fritz. Inicialmente o projeto foi avaliado por muitos como inadaptável (traduzir em imagens as palavras que compõem o romance, com fator complicador: narrado por uma criança). O cineasta irlandês Lenny, resolveu enfrentar o desafio, e não só conseguiu filmar, como o transformou numa obra prima. O que também deve ter ajudado a direção é que o roteiro também ficou por conta da autora, e não poderia deixar de enfatizar, o desempenho da excelente atriz principal (Larson) e seu apaixonante filho Jack (Jacob, que impressiona e convence, fiquei admirada por não ter sido indicado ao Oscar). Muita emoção durante


todo o desenrolar do filme, mas a surpresa fica a critério de como somos levados a mergulhar no processo de readaptação de Joy, que se mostra muito mais difícil do que poderíamos imaginar (ela como mãe, preocupa-se muito mais com o bem estar e sanidade do filho, transformando dor em força, acabando por se "esquecer de si mesma. Mas que depois, quando seu filho está em segurança, entra numa depressão profunda. apresentando muita confusão entre o novo e o velho, para ela o mundo mudou: valores, família, relações...Ela foi sequestrada aos 17 anos e havia se passado 7 anos desde então. Já para Jack é mais uma descoberta (ele "vivia" num mundo menor, apesar da relação afetiva com todos os objetos, agora terá que ampliar isso tudo, o mundo ficou maior). Indicações e Premiações: Oscar 2016, indicado a Melhor Filme, Diretor e Roteiro Adaptado e venceu para Melhor Atriz Brie Larson. Ao Globo de Ouro, teve indicações nas categorias Filme Dramático, Roteiro cinema, vencendo na de Melhor Atriz Drama (Brie), no BAFTA, venceu em Melhor Atriz e foi indicado para Melhor Roteiro de Cinema, e ainda no Critics Choice Awards, foi indicado para Melhor Filme e venceu nas categorias de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Jovem Ator/Atriz.
Curiosidades: o filme não é baseado em fatos reais, As atrizes Shailene Woodley e Brie Larson foram as duas últimas atrizes a serem convidadas para o papel, sendo  que Emma Watson e Rooney Mara foram outras cotadas. O filme foi rodado no Canadá (Toronto e Ontário),apesar de parecer ser nos EUA, e a polícia ser de Akron. A produção venceu o Grande Prêmio do Público no Festival internacional de Cinema de Toronto 2015. Brie Larson isolou se por um mês e seguiu uma rigorosa dieta, a fim de ter uma noção do que a mãe e Jack passaram; e também não usou maquiagem durante a filmagem.


Frases marcantes: "O universo dos sonhos é o caminho para enfrentarmos os absurdos que somos expostos em nosso cotidiano".
"Os monstros são grandes demais para existir, principalmente quando temos pessoas que nos amam perto da gente".
Recomendadíssimo!!! Original e surpreendente.
  

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Nove e 1/2 semana de amor



Diretor: Adrian Lyne
Atores: Mickey Rourke, Kim Bassinger, Margareth Whiton, David Marguiles, Christine Baranski, Karen Yong, Dan Lauria
Gênero: Drama Erótico
Duração: 115 minutos
Ano: 1986                            

Sinopse: Elizabeth (Kim Basinger) é uma bela e sexy mulher que trabalha em uma galeria de arte e se envolve com John (Mickey Rourke), um homem rico e extremamente charmoso. Eles se envolvem rapidamente e começam a praticar jogos sexuais cada vez mais intensos, que tornam o relacionamento cada vez mais complicado e difícil de ser controlado.




Sucesso absoluto de bilheteria na época, apesar de toda censura, por conter cenas polêmicas, sensuais demais para a época. Filme envolvente, sendo considerado um clássico do cinema, com este contexto. Tem carisma e charme de sobra, o erotismo é retratado de forma leve, criativo, excitante e original, não tendo nada de apelativo e vulgar, pelo contrário, desperta uma curiosidade sadia, levando a uma reflexão sobre limites nos jogos sexuais. Possibilitando a liberação de possíveis fantasias que ficavam guardadas nas mentes de muitas mulheres reprimidas por uma educação mais castradora. Algo como "apimentar" uma relação a dois, sem que seja visto como um transtorno. No filme podemos acompanhar o envolvimento da divulgadora de artes e um executivo de Wall Street. Mickey e Kim estão lindos, contagiantes, parecem ter se "entregado" aos personagens, com uma química incrível nas cenas mais sensuais. Arrepiante!!! O roteiro foi adaptado do livro de Elizabeth McNeil, onde


Elizabeth (a autora emprestou o próprio nome a personagem) e John se apaixonam de forma muito intensa e passam a viver este sentimento em toda sua dimensão, mas John, misterioso, discreto e sedutor, convence Elizabeth a realizar as mais picantes fantasias, algumas até humilhantes, num jogo de persuasão, sedução e desejo. A intensidade da paixão cresce na mesma proporção que os excessos, evidenciando um Transtorno de John na esfera sexual (personalidade persuasiva e doentia) e provoca em Elizabeth uma dependência psicológica, acabando por desencadear conflitos na relação. A Trilha Sonora é linda, de Jack Nitzsche, amo a música do Bryan Ferry, "Slave to Love".liiinda!!! A fotografia é impecável, assinada por Peter Biziou.
Recomendadíssimo!!! Não pode deixar de ser visto.
Veja e comente.