domingo, 24 de outubro de 2021

Seven - os 7 crimes capitais


Diretor: David Fincher
Atores: Morgan Freeman, Brad Pitt, Kevin Spacy, Gwyneth Paltrow,  John C. McGinley
Gênero: Suspense
Duração: 127 minutos
Ano: 1995

Sinopse: A ponto de se aposentar, o detetive Willian Somerset (Morgan Freeman), pega um último caso com a ajuda do recém transferido Davis Milles (Brad Pitt). Juntos descobrem uma série de assassinatos e logo percebem que estão lidando com um assassino que tem como alvo, pessoas que ele acredita representar os sete pecados capitais.

O filme é uma obra prima! Muito bem construído, cheio de detalhes, filme para ver e rever muitas vezes, intenso e mantém a nossa atenção o tempo todo, causando ainda um clima de tensão permanente. Com atuações brilhantes de nada mais e menos que Morgan Freeman, Brad Pitt e Kevin Space (três super atores trabalhando juntos, assim como já referendei, os outros grandes "monstros" do cinema juntos em O irlandês) e estão impecáveis na composição de seus personagens, como não poderia deixar de ser, tendo tudo a ver com o título do filme. E principalmente trás a temática dos pecados capitais, claro! Mas também de forma mais sutil, aborda as virtudes, contrapondo os pecados que ficam tão mais em evidência, por isso precisamos estar com os olhos mais atentos. Somerset e Milles, os dois personagens principais, são opostos em tudo, "brincam" com estes valores o tempo todo, valores estes que tomaram forma e que são discutidos desde a época medieval, e que neste filme podemos ver estes contrastes na forma como cada personagem pensa, sente e se expressa (gula versus temperança, luxúria versus castidade, avareza versus generosidade, soberba versus humildade, preguiça versus diligência, ira versus paciência e inveja versus caridade). 


Na trama, Somerset está para se aposentar e está muito desiludido com a sociedade, ele diz "que a cidade está desumana, que não atende um pedido de socorro, mas um grito de fogo, sim". Com o tempo ele foi deixando de se importar, mas através da convivência com seu  novo parceiro, resgata seus valores anteriores. Muito interessante isso, a importância das relações interpessoais nas  nossas vidas, contribuindo para nos vermos melhor, a identificar em nós, sentimentos e ideais que estavam adormecidos. Foi colocada uma frase de Ernest Hemingway: "O mundo é um bom lugar, vale a pena lutar por ele". Que fornece um bom material para profundas reflexões, acredito nisso. De qual o sentido da vida? Qual a função do mal, da violência? Qual missão ou aprendizado que vim desempenhar nesta existência? E por ai vai...  



O filme é cheio de pequenos detalhes, que vão dando forma ao roteiro e na mensagem a ser apresentada, por exemplo, o número 7 é mencionado o tempo todo, no número dos prédios das cenas de abertura, no número dos apartamentos, na lista que fazem na delegacia, exemplos de acontecimentos na vida dos personagens (o detetive Somerset foi chamado para jantar as 19:00 hs). Detalhes que muitas vezes podem passar despercebidos por um expectador mais desatento e isso pode acabar comprometendo a profundidade do todo apresentado. 



Roteiro maravilhoso de Andrew Kevin Wlaker, Montagem de Richard Francis-Bruce (rendo minha homenagem a ele, Parabéns!!!), Música de Howard Shore e Fotografia espetacular de Darius Khondji, que faz enquadramentos e jogos de luz que faz toda a diferença na composição de todo o filme.

Indicações e Premiações: ao Oscar 1996, só foi indicado para Melhor Edição,uma injustiça não ter sido indicado a outras categorias, como Melhor Ator, Ator Coadjuvante, Direção, Roteiro. Enfim!!!

Ao BAFTA  foi indicado a Melhor Roteiro Original

E ao MTV Movie Awards, foi indicado para Melhor Filme, Dupla em cena (Pitt e Freeman) e Vilão (Kevin Space), vencendo nas duas últimas categorias.



Curiosidades: o roteiro original previa a participação de uma mulher na equipe forense da polícia, que sempre parecia nos momentos de "limpeza" dos locais do crime e tinha alguns diálogos com os detetives Somerset e Milles. E também fazia mais referência ao antigo parceiro do detetive Milles, chamado Parsons que levou um tiro e que ficou paraplégico e que esta é a razão de Milles agir de forma tão protetora com seu atual parceiro. Mas estas estas referências foram retiradas da edição final do filme.  

Super recomendo este filme. Apesar de uma temática de suspense e ter cenas mais fortes de violência, a reflexão que pode surgir no expectador no pós filme, compensa todo o resto.




domingo, 17 de outubro de 2021

Adoráveis mulheres



Diretora: Greta Gerwing

Atores: Saoirse Ronan, Emma Watson, Florence Pugh. Elza Scalen, Laura Dern, Thimothée Chalamet, Maryl Streep, Chris Cooper, James Norton, Louis Garrel.

Gênero: Drama

Duração: 135 minutos

Ano: 2019

Sinopse: As irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Elza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh) amadurecem na virada da adolescência para a vida adulta enquanto os EUA atravessam a Guerra Civil (Guerra de Secessão). Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras.



Que delícia de filme: bem humorado, colorido, cheio de energia com com seus personagens bastante ricos, enfrentando inúmeros desafios. Você ri, chora e se emociona. Amo filmes de época e este é mais um, com suas roupas, costumes e tudo o mais. Atores jovens, mas muito bem antenados com os mais antigos e convencem com seus personagens. O filme é uma produção primorosa, inspirado  no livro homônimo de Louisa May Alcott, de 1868, que já foi interpretado no teatro, ópera e cinema. Foi adaptado pela primeira para o cinema em 1933, tendo Katherine Hepburny como a protagonista principal e em 1984, com Winona Rider. E tiveram outros filmes baseados no livro, mas com outros nomes como Quatro destinos. Para esta nova versão, a Diretora explorou toda a complexidade e sutilezas das personagens, levando para a tela com maestria os sentimentos afetivos de cada uma delas, seus amores, sofrimentos, medos, sonhos. Fez um recorte com algumas colagens, ajustando datas e fatos, do que é realmente apresentado nas 700 páginas do livro, ambientado no ano de 1860. E é claro, também abordou a posição que a mulher ocupava na sociedade do Século XIX e os valores morais da época. Tem uma frase que me chamou a atenção, quando Jo (personagem da Saoirse que é escritora e tem idéias feministas) vai tentar negociar um texto escrito por "uma amiga" e o editor diz que: "moral não vende hoje em dia", onde faz várias alterações no texto com o intuito de deixar bem claro, até onde pode ir em suas observações, para não ultrapassar os bons costumes e nem ameaçar a posição masculina no quesito inteligência. (Isso parece tão atual ainda, não acham???). 
Tem uma produção de chamar a atenção,de Amy Pascall, Denise Di Novi e Robin Swicord e um Produtor Executivo, Arnon Noilchan. Trilha Sonora de Alexandre Displat. Com Figurino assinado por Jacqueline Durran, que rendeu um Oscar a ela (realmente incrível! Onde combinou "um espírito da indumentária livre" e "a tradicional rigidez vitoriana", nas confecção das personagens e ainda de acordo com a personalidade de cada uma . Querendo fazer "roupas vintage parecer cobiçáveis para o expectador moderno indumentárias. E uma Fotografia linda, de Yorick Le Saux, que usou câmera com formato de 35 mm.


A filmagem principal começou em Boston, em outubro de 2018, com Harvad e Massachusetts, servindo de local principal. Outras locações incluem Lancaster, Universidade de Harvard em Cambridge, Crane Beach em Ipswich, e Concord, todas no estado de Massachusetts. O Museu Shaker, nas Fruitlands de Harvard, uma propriedade em que Alcott e sua família tinham residido durante um tempo no passado, foi utilizada como a localização da casa de Meg e John. A casa da Tia March (Strepp) foi construída num terreno em Concord, a designer de produção Jess Gonchor pretendia que o exterior exalasse "uma velha caixa de jóias desgastada que encontrou na gaveta de sua avó", enquanto comparava o interior a "uma labirinto, cheio de fluxo e atividade sem fim". O Arnold Arboretum da Universidade de Harvard foi utilizado para filmar uma cena ambientada num parque no século XIXem Paris com Pugh, Chalamet e Streep. Castle Hill em Ipswich foi também utilizado para rodar as cenas europeias.
Curiosidades: A diretora já tinha trabalhado anteriormente com Saoirse e Thimothée, no filme Lady Bird em 2018. e a atriz que iria interpretar a personagem Meg, era inicialmente Emma Stone, mas teve conflito de agenda, por já estar envolvida no projeto de A favorita (2019), assim quem fico com o papel, foi a Watson.
A diretora descobriu que estava grávida durante a produção, mas a manteve a novidade até depois de terminar as filmagens em 16 de dezembro de 2018. E logo depois começou junto com Editor Nick Houy a editar o filme e mais tarde foi exibi-lo para os executivos da Sony em Nova York a 10 de março de 2019, três dias antes de dar à luz a seu filho. 
Gerwig já era fã do compositor francês Desplat desde o filme Birth, e ambicionava trabalhar com ele, enquanto que ele amava Lady Bird. Então o trabalho em parceria deles foi ótimo. Desplat disse numa entrevista que Gerwing especificou que ela gostaria que a música fosse "uma mistura de um encontro entre Mozart e David Bowie. Assim ele, empregou uma orquestra que incluia um piano, harpa, flauta, clarinete e celesta. A partitura foi lançada em 13 de dezembro de 2019. 
A estréia do filme aconteceu no Museu de Arte Modern em Nova York, em 07 de dezembro de 2019 e foi exibido também apra abrir o Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro em 09 de dezembro. O lançamento nos cinemas dos EUA, aconteceu em 25 de dezembro, mas para o resto do  mundo, só em 2020.
Foi bem aceito pela crítica de modo geral e também pelo público. Que enfatizam que "a mão delicada e sutil de de Litle Women só pode ter sido idealizado por uma mulher". Demonstrando que finalmente as mulheres estão sendo reconhecidas como Diretoras Competentes. Já fazia uma década que a Academia havia premiado uma delas, Kathryn Ann Bigelow por Guerra ao terror.
Indicações e Premiações: ao Oscar 2020 foi indicado para seis categorias, de Melhor Filme, Atriz (Saoirse Ronan), Atriz Coadjuvante (Florence Pugh), Roteiro Adaptado, Trilha Sonora e ganhou para Figurino.

Ao Globo de Ouro: para Melhor Atriz em Drama (Saiorse) e Melhor Trilha Sonora Original.
Ao BAFTA: teve indicação para 5 categorias, semelhante a do Oscar menos de Melhor Filme e também venceu para Melhor Figurino (Jacqueline Durran).
Recebeu ainda 9 indicações no 25º Critics' Choice Movie Awards, ganhando para  Melhor Roteiro Adaptado.
Foi escolhido pelo American Film Institute como um dos dez melhores filmes do ano.
Recomendo para quem gosta de filme com uma pegada mais antiga e romântico.