O filme é uma obra prima! Muito bem construído, cheio de detalhes, filme para ver e rever muitas vezes, intenso e mantém a nossa atenção o tempo todo, causando ainda um clima de tensão permanente. Com atuações brilhantes de nada mais e menos que Morgan Freeman, Brad Pitt e Kevin Space (três super atores trabalhando juntos, assim como já referendei, os outros grandes "monstros" do cinema juntos em O irlandês) e estão impecáveis na composição de seus personagens, como não poderia deixar de ser, tendo tudo a ver com o título do filme. E principalmente trás a temática dos pecados capitais, claro! Mas também de forma mais sutil, aborda as virtudes, contrapondo os pecados que ficam tão mais em evidência, por isso precisamos estar com os olhos mais atentos. Somerset e Milles, os dois personagens principais, são opostos em tudo, "brincam" com estes valores o tempo todo, valores estes que tomaram forma e que são discutidos desde a época medieval, e que neste filme podemos ver estes contrastes na forma como cada personagem pensa, sente e se expressa (gula versus temperança, luxúria versus castidade, avareza versus generosidade, soberba versus humildade, preguiça versus diligência, ira versus paciência e inveja versus caridade).
Na trama, Somerset está para se aposentar e está muito desiludido com a sociedade, ele diz "que a cidade está desumana, que não atende um pedido de socorro, mas um grito de fogo, sim". Com o tempo ele foi deixando de se importar, mas através da convivência com seu novo parceiro, resgata seus valores anteriores. Muito interessante isso, a importância das relações interpessoais nas nossas vidas, contribuindo para nos vermos melhor, a identificar em nós, sentimentos e ideais que estavam adormecidos. Foi colocada uma frase de Ernest Hemingway: "O mundo é um bom lugar, vale a pena lutar por ele". Que fornece um bom material para profundas reflexões, acredito nisso. De qual o sentido da vida? Qual a função do mal, da violência? Qual missão ou aprendizado que vim desempenhar nesta existência? E por ai vai...
O filme é cheio de pequenos detalhes, que vão dando forma ao roteiro e na mensagem a ser apresentada, por exemplo, o número 7 é mencionado o tempo todo, no número dos prédios das cenas de abertura, no número dos apartamentos, na lista que fazem na delegacia, exemplos de acontecimentos na vida dos personagens (o detetive Somerset foi chamado para jantar as 19:00 hs). Detalhes que muitas vezes podem passar despercebidos por um expectador mais desatento e isso pode acabar comprometendo a profundidade do todo apresentado.
Roteiro maravilhoso de Andrew Kevin Wlaker, Montagem de Richard Francis-Bruce (rendo minha homenagem a ele, Parabéns!!!), Música de Howard Shore e Fotografia espetacular de Darius Khondji, que faz enquadramentos e jogos de luz que faz toda a diferença na composição de todo o filme.
Indicações e Premiações: ao Oscar 1996, só foi indicado para Melhor Edição,uma injustiça não ter sido indicado a outras categorias, como Melhor Ator, Ator Coadjuvante, Direção, Roteiro. Enfim!!!
Ao BAFTA foi indicado a Melhor Roteiro Original
E ao MTV Movie Awards, foi indicado para Melhor Filme, Dupla em cena (Pitt e Freeman) e Vilão (Kevin Space), vencendo nas duas últimas categorias.
Curiosidades: o roteiro original previa a participação de uma mulher na equipe forense da polícia, que sempre parecia nos momentos de "limpeza" dos locais do crime e tinha alguns diálogos com os detetives Somerset e Milles. E também fazia mais referência ao antigo parceiro do detetive Milles, chamado Parsons que levou um tiro e que ficou paraplégico e que esta é a razão de Milles agir de forma tão protetora com seu atual parceiro. Mas estas estas referências foram retiradas da edição final do filme.
Super recomendo este filme. Apesar de uma temática de suspense e ter cenas mais fortes de violência, a reflexão que pode surgir no expectador no pós filme, compensa todo o resto.
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