Diretora: Clhoé Zhao
Atores: Frances McDormand, David Strathrin, Gay DeForest,
Linda May, Charlene Swankie e Bob Wells (Nômades na vida real e não atores)
Gênero: Drama
Duração: 108 minutos
Ano: 2020
Sinopse: Uma mulher na casa dos 60 anos, depois de perder tudo na Grande Recessão, embarca em uma viagem pelo Oeste Americano, vivendo como uma nômade moderna.
Amei este filme, apesar de mostrar uma triste realidade americana, onde pessoas perderam seus lares devido a uma recessão cruel, apresenta para nós uma visão completamente nova da vida, com valores bem diferentes do que estamos acostumados, com muito mais desapego, onde para sermos felizes, talvez não precisemos ter e viver o sonho da casa própria e uma história fixada em um mesmo lugar e trabalhar até a aposentadoria, ou que tudo isso pode mudar após ela, com novos tipos de desafios e enfrentamentos. Entendo claro que na época abordada não foi propriamente uma escolha, deve ter sido extremamente doloroso essa transição toda. Mas descortinou para todos nós, um outro estilo de vida, onde pode ser uma escolha. Atualmente existe milhares de pessoas que viajam e vivem em trailers nos EUA. Mas não deixa de ser uma crítica da desigualdade social existente nos EUA no passado e no presente, na visão de Chloé.
Aqui, conheço um casal que mora em Alto Paraíso - GO, que estão preparando um trailer, para sair viajando pelo Nordeste para conhecer cidades e culturas novas, bem como levar para muitas comunidades mais carentes, seus conhecimentos em construção, plantio, horta, pomar.
Era o meu preferido para vencer o Oscar 2021, achei incrível como o assunto foi abordado, com muita delicadeza e sensibilidade (porque não dizer poética) como só uma mulher poderia abordar. Amei que venceu ao Oscar para Melhor Filme. A Diretora alinhava a história de Fern, que após passar pelo colapso econômico na cidade da zona rural de Nevada, ficar viúva, parte em sua van para a estrada, vivendo uma vida fora da sociedade convencional, faz trabalhos sazonais, tipo na Amazon, para sua sobrevivência e ao longo de suas andanças, vai para o Deserto no Arizona, a convite de uma amiga e lá fica conhecendo muitas pessoas que vivem como ela, inicia novos laços afetivos e aprende habilidade básicas para sobreviver e a ter mais auto suficiência na estrada e vai aprofundando na arte de lidar com a solidão e elaborar o longo processo de luto. Segundo Chloé, em Nomadland, a grande e real solução para o problema abordado e enfrentado foi a solidariedade, que une, acolhe e apoia.
O roteiro do longa-metragem é uma adaptação do livro Nomadlend: Surviving American in the Twenty-Frist Century (Nomadland: Sobrevivendo aos EUA no Século 21), escrito por Jessica Brudes. Na história, a autora acompanha pessoas que precisaram se adaptar nas estradas como nômades após a Grande Recessão de 2008.
O filme é visualmente lindo, com lugares e paisagens deslumbrantes, tudo muito bem orquestrado pelo olhar de Chloé, que também assina pelo Roteiro e Edição, e do Diretor de Fotografia Joshua James Richards.
Música de Ludovico Einaudi, que combina perfeitamente com tudo que foi apresentado.
Curiosidades: a preparação para Nomadland exigiu muita intimidade de Frances com o estilo de vida de sua personagem, Fern. Para conseguir se conectar de forma fiel a este personagem tão intenso e profundo, ela passou cerca de cinco meses viajando de van e aderindo à vida de nômade. E chegou a receber uma proposta de emprego na Target, companhia que fornece fonte de renda para a comunidade nômade no estado de Nebraska. Além disso, ela também trabalhou numa fazenda de beterraba e no centro de distribuição da Amazon.
No filme, a maioria das pessoas que aparecem no filme, são nômades mesmo na vida real, como Linda May, Bob Wells e Charlene Swankie, que inicialmente não sabiam que Frances era, na verdade, uma estrela de Hollywood. No final de uma das gravações Bob, foi consolar a atriz nos bastidores, dizendo que tudo ficaria bem e que tinha sido significativo contar aquela história. Foi então que McDormand disse que, na verdade, seu marido se chamava Joel Coen, diretor de The Tragegy of Macbeth - atualmente em exibição nos principais festivais de cinema deste ano, e que ainda está vivo. Foi só então que ele descobriu que ela não era nômade na vida real, como grande parte do elenco.
O filme teve sua estréia mundial no Festival Internacional de Veneza e no Festival Internacional de Toronto em 11 de setembro de 2020. Aqui no Brasil em 24 de abril de 2021.
O consenso dos críticos de cinema, disseram em reportagens, que o filme representa: "um estudo poético de personagens sobre os esquecidos e oprimidos. Que Nomadland capta lindamente a inquietação deixada na esteira da Grande Recessão".
Indicações e Premiações:
Oscar 2021 teve seis indicações para Melhor Filme, Atriz (Frances), Direção, Roteiro Adaptado, Fotografia e Edição. Venceu nos três primeiros. Sendo o terceiro Oscar de Frances, o que faz dela a segunda mulher, junto com Mary Strepp, no rank de vencedoras de Oscar. Venceu em 1997, por Fargo e em 2017 por Três anúncios para o crime.
Globo de Ouro: teve quatro indicações, a Melhor Filme em Drama, Diretora em Drama, Atriz (Frances) e Roteiro de Filme. Venceu a Melhor Filme.
BAFTA: teve sete indicações, em três deles para Chloé, em Direção, Roteiro Adaptado e Edição e para Melhor Filme, Atriz, Fotografia e Edição de Som. Venceu em quatro: Filme, Direção, Fotografia e Atriz.
Super recomendo! Lindo e tocante!
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