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domingo, 5 de junho de 2022

Mank


Diretor: David Fincher

Atores: Gary Oldman, Amanda Seyfried, Lilly Collins, Tom Pelphrey, Arliss Howard, Tuppence Middleton, Monika Gossman, Joseph Cross, Tom Burbe, Charles Dance.

Gênero: Biografia

Duração: 131 minutos

Ano: 2021




Sinopse: O enredo de Mank segue a história tumultuosa do roteirista Herman J. Mankiewicz, seus problemas com álcool, seu trabalho com Orson Welles para construir o roteiro da obra icônica Cidadão Kane (1941) e sua luta com o mesmo, pelo crédito do script do grandioso longa e da sua relação com grandes nomes da indústria cinematográfica da época, principalmente com o poderoso magnata da mídia William Randolph Hearst.


Filme em preto e branco, nostálgico que homenageia os grandes Estúdios da época e mostra os bastidores e negociações por trás dos filmes. Todo o glamour de Hollywood, nas décadas de 30 e 40, com uma pitada de humor, mas principalmente como eram feito os acordos, os grandes negócios e interesses, na preparação de um dos maiores clássicos de todos os tempos. O diretor revisita a Era de Ouro em Hollywood e ao processo de criação de Cidadão Kane, filme premiado em 1941, apenas por Melhor Roteiro Original e levando o nome dos dois, Welles e Mankiewicz, ainda que tivesse recebido outras indicações na época, para Melhor Filme, Diretor, Fotografia (em preto e branco), Montagem, Direção de Arte, Som, Música (de filme dramático). Já naquele tempo, nem sempre os filmes grandiosos conseguiam ganhar mutos prêmios, apesar das inúmeras indicações.


É um filme que não vai agradar a muitos, por ser mais lento, monótono e estar sempre ás voltas com termos e discussões calorosas sobre o cinema e temas muito específicos sobre uma produção. Acredito que seja muito mais interessante para quem realmente aprecia o cinema e suas implicações. O grande público poderá não gostar. Os críticos americanos gostaram e fizeram elogios a Direção.

Tem um excelente elenco, Gary Oldman, está como sempre, brilhante como o alcoólatra Mank, que as vezes é patético, outras vezes hilário. Que era um roteirista extremamente respeitado e que se consagra ao assinar mais esta obra. No filme é mostrado um recorte de sua vida, da sua genialidade bem como suas dificuldades em lidar com a bebida, mas também mostra sua generosidade para com todos a sua volta. E no momento sua luta contra o tempo para concluir o roteiro no tempo combinado. E a atriz Amanda surpreende, está muito bem, como a personagem Marion Davies, charmosa e expressiva.

Realmente tem uma bela fotografia assinada por Erik Messerschmidt, Edição de Kirk Baxter, Figurino de Trish Summerville, sendo que esta foi sua primeira indicação ao Oscar, apesar de já ter sido responsável por outros looks dos filmes: Jogos Vorazes: em chamas; Millenium: os homens que não amavam as mulheres e Garota exemplar. Compositores Trent Reznor e Atticus Ross, sendo que ambos já venceram o Oscar pelo trabalho junto com Fincher em A rede social (2010).





Indicações e Premiações: Oscar 2021, para Melhor Filme, Ator (Gary Oldman), Direção, Atriz Coadjuvante (Amanda Seyfried), Figurino, Trilha Sonora, Som, Maquiagem e Cabelo. Apesar das dez indicações, só venceu para Melhor Fotografia e Designer de Produção.

Ao Globo de Ouro 2021 foi indicado para Melhor Filme de Drama, Direção, Ator em Drama, Atriz Coadjuvante em Drama e Trilha Sonora. Mas não ganhou em nenhuma das indicações, foi de certa forma um filme esnobado nesta premiação.

Ao BAFTA 2021: o longa foi  indicado nas seis categorias de Melhor Roteiro Original para Jack Fincher, Trilha Sonora Original, Fotografia, Maquiagem e Cabelo e venceu na categoria de Designer de Produção (Donald Graham Burt e Jan Pascale).


Curiosidades: esse é o décimo primeiro filme de David Fincher e foi escrito pelo seu pai. Jack Fincher, nos anos 1990. David pretendia produzir o filme após o término de The Game, porém o projeto nunca seguiu em frente e seu pai faleceu em 2003. Só recentemente conseguiu realizar seu sonho.

Desde o início queria gravar em preto e branco e isso foi uma das dificuldades enfrentadas na produção do longa e também queria dirigir ator Oldman para estrear seu filme, foi categórico quanto a isso. E também sondou outro ator famoso, mas que acabamos por não vê-lo, acredito que seja devido aos escândalos que o mesmo esteve envolvido, Kevin Spacey

As filmagens começaram em 01 de novembro de 2019 em Los Angeles. Também houve filmagens em Victorville, na Califórnia. Sendo tudo finalizado em 04 de fevereiro de 2020.

É um bom filme, vale a pena assistir, muito bem dirigido e produzido, mas sinceramente mais pela produção como um todo e pela história em si, porque apesar de grandioso, é daqueles que não empolga.




 


domingo, 6 de março de 2022

Minari: em busca da felicidade


Diretor: Lee Isaaac Chung

Atores: Steven Yeun, Han Ye-ri, Alan S. Kim, Noel KLate Cho, Yuh-jung Youn, Will Patton, Scott Raze

Gênero: Biografia

Ano: 2020

Duração: 115 minutos.


Sinopse: Conta a história de uma família coreana-americana que se muda da Califórnia para uma pequena fazenda no estado do Arkansas, em busca do sonho americano, na década de 1980. Enfrentam muitos conflitos com a mudança, mas o lar da família muda completamente com a chegada da avó materna, astuta e desbocada, mas incrivelmente amorosa.



Filme muito rico em entendimento e aprofundamento das relações humanas e suas complexidades. Muito sensível e provavelmente não foi indicado á toa ao Oscar 2021 na categoria de Melhor Filme, em tempos de Pandemia por Corona vírus. Trazendo inúmeras reflexões do que realmente é importante em nossa existência. Não tem como não se encantar com a relação do pequeno David (Alan S. Kim), com sua simpática avó Soonja (Yuh-jung Youn), ele com sua doce ingenuidade e curiosidades infantis e ela, toda amorosa, paciente e otimista como só as avós conseguem ser. Também aborda a dificuldade de adaptação de ser imigrante, de se ajustar a uma outra cultura e não perder a essência da sua, fator este que vem acontecendo cada vez mais nas últimas décadas. Muitas pessoas saindo de seus países de uma forma positiva ou de outra, em fuga, mas com o objetivo esperançoso de encontrar e ter uma vida melhor, de realmente ser "aceito" na nova pátria.

O diretor também assina o roteiro e informa que foi inspirado em suas próprias vivências, e dirige com muita sabedoria, tudo vai sendo mostrado, como o conflito do casal, que se amam, mas estão frustrados e insatisfeitos com o rumo que está tomando a vida deles. Mas sem grande dramalhões, tudo sendo apresentado de forma suave e simples e desta forma a história vai nos cativando. Assistindo a este filme tive a mesma sensação de quando vi um dos meus filmes preferidos, Cinema Paradiso. Tudo tão singelo, pequenos detalhes que vamos sendo tocados pelos seus conflitos, que poderiam também ser os nossos, das nossas frustrações diante das dificuldades do cotidiano. É um drama familiar, mas é puro encanto! 

Música de Emile Mosseri, Fotografia de Lachlan Milne. Edição Harry Yoon.




Curiosidades: Yuh-Jung Youn foi a primeira atriz coreana indicada ao Oscar, em entrevista ela diz: "Significa que estava representando a Coréia do Sul na premiação. Não é como se eu estivesse representando  o país indo às Olimpíadas, mas sinto que estou competindo pelo meu país. É estressante!"

As filmagens iniciaram em julho de 2019 e estreou no Festival Sundance de Cinema em 26 de janeiro de 2020, sendo muito bem aceito pela crítica e vencendo como Melhor Filme Dramático. Aqui no Brasil só chegou em 26 de abril de 2021.

Gostei muito de "rever" o ator Steven Yeun, tão nosso conhecido, como o personagem Glenn Rhee da Série The Walking Dead.

A planta Minari é de origem asiática, seu nome científico é Oenanthe Javanica, é conhecida como agrião coreano, salsa japonesa, aipo da água ou aipo chinês, também, como salsa-de-água, pois é facilmente encontrada à beiras de rios. Serve para fazer refogados e sopas.


Indicações e Premiações: ao Oscar 2021, foi indicado em seis categorias, para Melhor Filme, Diretor, Ator, Roteiro Original, Trilha Sonora e vendeu para Melhor Atriz Coadjuvante.

Ao Globo de Ouro: foi indicado e venceu para Melhor Filme Estrangeiro, devido as falas serem quase que exclusivamente em coreano. 

Ao BAFTA para Melhor: Diretor, Filme de Língua não inglesa, Ator Coadjuvante (Alan S. Kim), Trilha Sonora, Elenco (Julia Kim). Venceu também na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (Yuh -jung Youn).

Super recomendo assistir. Fofo demais!!!




terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Hurricane - O furação


Diretor: Norman Jewison

Atores: Denzel Whasington, Deborah Kara Unger, Vicellos Shannon, Liev Scheiber, John Hannah, Debi Morgan, Clancy Brrow

Gênero: Biografia

Duração: 140 minutos

Ano: 1999

Sinopse: Em junho de 1966, Rubin "Hurricane" Carter (Denzel Whasington) era forte candidato ao título mundia de boxe. Entretanto, os sonhos de Carter vão por água abaixo quando três pessoas são assassinadas num bar em Nova Jersey. Quando estava indo para casa em seu carro, com um amigo e passando perto do local do crime, um bar em Peterson (Nova Jersey), Carter é erroneamente preso como um dos assassinos, de um triplo assassinato e condenado à prisão perpétua. Anos mais tarde, Carter publica um memorial em que conta todo o seu caso. O livro inspira um adolescente do Brooklyn chamado Lesra Martin (Vicellos Shannon) e três ativistas canadenses a juntarem forças com Carter para lutar por sua inocência.

Bem, este é mais um filme interpretado pelo maravilhosos, em todos os sentidos, Denzel Whasington. Além de excelente ator, é lindo e puro charme. E só para não contrariar esta excelente na pele do boxeador Rubin Carter. O filme conta sua trajetória, do apogeu no esporte a tragédia de ser preso injustamente, mostrando mais uma vez a questão do racismo e preconceito nos EUA, nada ficou muito claro no rápido julgamento que tiveram, passaram tranquilamente por detectores de mentiras, foram declarados culpados por um jurado todo composto por pessoas brancas e nem mesmo as testemunhas afirmaram com certeza reconhecê-lo ou ao seu amigo John Artis e ainda assim, foram condenados. Também aborda a superação de Rubin, quando aceita a sua condição e busca de forma mais saudável e produtiva, expurgar toda a sua dor e indignação, assim resolve "falar" de seu sofrimento, escrevendo uma biografia, que acaba sendo muito lida e toca alguns leitoras que partem para uma verdadeira "cruzada" para ajudar Rubin a provar a sua inocência. O filme emociona e encanta, apesar de longo, não vemos o tempo passar. 

Elenco super competente, com músicas lindas assinadas por Christopher Young, contidas num CD, com músicas de Bob Dylan, "Hurricane"; Ray Charles, Hard times no one knows, Ella James, In the basement;  Meskell Ndegeocello, Isolation; Melky Sedeck,  Still I rise e outros.

Fotografia de Roger Deakens, bem combinada com os momentos vividos por Rubin (quando está na prisão, seus momentos de angústias são muito bem compostas por tons mais escuros, como que para passar a ideia de seu humor sombrio.

Edição de Stephen E. Rikkin, que trás a história toda com cenas do passado e presente, onde é possível acompanhar muito bem toda sua trajetória de Rubin, com muita clareza.

Roteiro de Armyam Bernstein e Dan Gordon.

Foi muito bem aceito pela crítica e público, apesar das críticas de alguns jornalistas, que afirmaram que o filme meio que deturpou parte da vida de Rubin. E o pugilista Joey Giardello, o ex campeão mundial de peso médio, processou os produtores do filme por difamação sobre a interpretação dada à sua luta com Carter, onde foi apresentado um "desfecho racista". Ele disse que isso foi uma piada, que Rubin não bateu tanto nele nos 15 rounds. E que praticamente todos os especialistas de boxe dirião que ele ganhou a luta, mas foi retratado como um lutador incompetente. 


Indicações e Premiações: O filme teve indicações a várias premiações: Oscar, para Melhor Ator, Denzel.

Ao Globo de Ouro, foi indicado para Melhor Filme em Drama e Melhor Direção, vencendo na categoria para Melhor Ator em Drama, Denzel.

Ao Festival de Berlim, ganhou dois prêmios Melhor Ator (Urso de Ouro) e Prêmio do Juri.


Curiosidades: o filme estreou em 17 de setembro de 1999, no Festival Internacional de Cinema de Toronto e foi também destaque no Festival Internacional de Cinema de Berlim, em 17  de fevereiro de 2000.

O filme foi baseado em dois livros, um deles é o The sixteen round de Rubin Carter, o próprio "Hurricane" e Lazarus and the Hurricane, de Sam Chaiton e Terry Swinton.

O ator Denzel Whasington e Rubin Carter trabalharam juntos durante a produção do filme.

Os locais de filmagem incluem várias cidades de Nova Jerjey, Trenton, Avenel, Patterson e Nova Jersey mesmo, nos EUA. Sendo que a prisão mostrada é mesmo a East Jersey State Prison. E também em Toronto e Ontário, no Canadá.

Super Recomendo! Mais um ótimo filme que mostra um drama muito bem contado, emocionante!!!







sábado, 20 de fevereiro de 2021

O irlandês


Diretor: Martin Scorsese

Atores: Robert De Niro, Joe Pesci, Al Pacino, Harvey Keitel, Bobby Canavalle, Anna Paquin, Katherine Narducci, Stepahnie Kurtzuba, Aleksa Pelladino, India Ennenga, Ray Romano

Gênero: Biografia

Duração: 210  minutos

Ano: 2019


Sinopse: Conhecido como "o Irlandês", Frank Sheeran (Robert De Niro), é um veterano de guerra, cheio de condecorações que concilia sua vida de caminhoneiro com a de assassino de aluguel do mundo da Máfia. Promovido a líder sindical, ele se torna o principal suspeito quando o mais famoso representante da associação desaparece misteriosamente.

Temos aqui mais uma história muito bem contada e dirigida por nada menos que Scorsese, que ao longo de anos, praticamente se torna um especialista no assunto de dirigir filmes sobre a Máfia. Em seu Curriculum tem filmes fantástico como: Os bons companheiros (1990) e Cassino (1995). Em uma entrevista, após dirigir Os infiltrados (2006), Scorsese relata que gostaria de dirigir no futuro, uma adaptação cinematográfica do livro I heard you paint houses, do investigador e advogado Charles Brandt, o livro é como uma biografia do então veterano de guerra (Primeira Grande Guerra Mundial) Frank Sheeran, sindicalista, ligado ao crime organizado (sua relação com a família Bufalino), sobre a amizade com o líder sindical Jimmy Hoffa e o desaparecimento deste em 1975. E o mais importante, Scorsese queria reunir três grandes atores: Robert De Niro, Joe Pesci e Al Pacino, sabendo que não seria uma jornada fácil. Em 2007 o filme iniciou a fase de pré-produção e escrita, o que acabou por resultar em anos de trabalho e devidas adaptações, o que levou Scorsese a abandonar temporariamente o projeto. Retomou o projeto de filmagem em 2014 e começou a idealização de como iria ser após anos de espera, tendo como agravante o envelhecimento dos supostos protagonistas principais. Só em 2017, foi que decidiu usar a tecnologia de rejuvenecimento facial e também finalmente teve a confirmação de todos os envolvidos, principalmente Joe Pesci, que já tinha praticamente se aposentado (sendo convencido por seu colega De Niro que disse a ele "Temos que fazer isso. Quem sabe se haverá algo depois?), mudou de idéia. O filme foi concluído em março de 2018, tendo início em setembro/17, sendo filmado (fotografia principal) na cidade de Nova York, nos bairros de Mineola e Williston Park de Long Island. Devido a esta tecnologia nova, o tempo foi prolongado e se tornou a produção mais cara dirigida por Scorsese, em torno de U$159 milhões. A fotografia foi filmada em filme 35 mm, em 117 locais diferentes, com um total de 319 cenas e o supervisor de efeitos visuais, Robert Legato, da Indústria Ligth & Magic, foi quem realizou os efeitos do filme, para rejuvenecer os personagens digitalmente.


Eu gostei muito do filme, que também foi bem aceito pela crítica, segundo o Rotten Tomatoes:"é um drama épico de gângster", a Metacritic disse que foi "uma aclamação universal", e o diretor Guilhermo Del Toro o definiu como " obra-prima e corolário perfeito entre os filme Os bons companheiros e Cassino". Para mim o filme, apesar de longo lento, acredito que não teria outra forma de contar uma história incrível, através de décadas, num tempo pequeno e curto. Seria impossível! Achei só o fato de conseguir reunir estes três "monstros" da interpretação cinematográfica num mesmo filme, já seria por si um grande feito. E como não poderia deixar de ser, estão excelentes, correspondendo as minhas expectativas, bem como todo o elenco. Gostei da "pegada" mais melancólica, mais humana de certa forma do personagem central. É um filme  violento, mas retrata a questão familiar de cada um (não só violência e luta pelo poder) e no final, é mostrado que até isso passa, eles os poderosos, também envelhecem e são cobrados por algo infalível, a Consciência, onde são inundados pela culpa, das escolhas feitas no passado, do vazio emocional que foi sua vida, onde era mandado e só cumpria ordens. Foi uma história bem contada da vida de Sheeran, ora é frio, calculista e meticuloso, mas em outro momento se preocupa com sua família e sofre pelo afastamento de uma de suas filhas que se afasta do amor paterno, devido a intuir o que realmente fazia por trás da fachada e desconfiar de suas atitudes em relação a seu padrinho Jimmy, que amava. 



Roteiro de Steven Zaillian, Fotografia é assinada por Rodrigo Pietro, Figurino por Sandy Powell e Christopher Peterson e Música assinada por Robbie Robertson, músico canadense.

Curiosidades: Scorsese já havia trabalhado inúmeras vezes com De Niro e com Pesci, mas foi a primeira vez que dirigiu Al Pacino. Que Quarteto hein! Até poderia ser chamado e "Quarteto Fantástico".

O filme se baseia em fatos reais, Hoffa se tornou sindicalista em 1930 e se tornou uma das figuras mais importantes do movimento naquele período. Em 1975 desapareceu e seu corpo nunca foi encontrado.

O Método conhecido de De - aging, utilizado no filme acabou sendo elogiado pela riqueza de detalhes e pela sutileza, que mesmo visto numa resolução mais elevada ficou excelente. A Empresa Ligth & Magic responsável pelo feito foi fundada em 1970, por George Lucas, criador de Star Wars.

Al Pacino disse em entrevista que ele e os colegas tinham que ser lembrados da idade que estavam representando e precisavam buscar na memória, como andavam ou se levantavam de um sofá, quando tinham 39 anos por exemplo, de como seus corpos reagiam naquela época. Disse que foi muito divertido, representar isso.


A história de Hoffa já rendeu um filme em 1998 e o ator Jack Nicholson estrelou o longa, que conta a vida dele e sobre um dos crimes mais emblemáticos e não resolvidos dos EUA. 

Foi o filme mais longo de Scorsese que já dirigiu Gangues de Nova York (2h 48min), O Lobo de Wall Street (3h), Cassino (2h58min) e A Última Tentação de Cristo (2h44min).  

Indicações e Premiações: foi indicado em 9 categorias para o Oscar 2020, para Melhor Filme, Direção, Atores Coadjuvantes (Al Pacino e Joe Pesci), Roteiro Adaptado, Fotografia, Designer de Produção, Figurino e Efeitos Visuais, mas não venceu nenhum. Só Martin Scorsese que ganhou uma homenagem respeitosa do Diretor vencedor Bong Joon-ho, reverenciando e afirmando que ele foi um de seus ídolos como diretor.

Ao BAFTA, foi a mesma coisa, com as 9 indicações e nada de prêmios.

Ao Globo de Ouro, foi indicado para 4 categorias, de Melhor Filme em Drama, Direção, Atores Coadjuvantes e Roteiro Adaptado, também não levou nenhum prêmio.

Ao Critic's Choice Award venceu para Melhor Elenco.

Recomendo!





domingo, 7 de junho de 2020

Alexandre, O Grande


Diretor: Oliver Stone
Atores: Collin Farrelll, Angelina Jolie, Val Kilmer, Anthony Hopkins, Rosario Dawson, Jonathan Rhys-Meyers, Christopher Plummer, John Kavanagh, Connor Paolo, David Bedella.
Gênero: Biografia
Duração: 175 minutos
Ano: 2005

Sinopse: Conquistando 90% do mundo até os 25 anos, Alexandre, o Grande, liderou seu exército por 35.000 km em ataques e conquistas em apenas 8 anos. Da minúscula Macedônia, Alexandre liderou seu exército contra o poderoso Império Persa, rumou para o Egito e finalmente chegou à Índia.


Uma biografia difícil de se contar, do grande imperador da Antiguidade, já pensada inúmeras vezes, mas só mesmo Oliver Stone para  aceitar o desafio, compondo um roteiro escrito a seis mãos,(Laeta Kalogridis e Christopher Kyle). Tiveram como inspiração para o roteiro, a história escrita pelo historiador britânico Robin Lane Fox. E acabou se tornando uma super produção dos Estúdios Warner, mas que apesar de um elenco estelar, não foi muito bem recebido pela crítica e também não teve um sucesso de público, como esperado. Alegam que não é um filme muito preciso na descrição dos fatos e que foi insuficiente no quesito detalhes, como por exemplo deixar de dar ênfase na questão da formação de Alexandre, que teve como professor nada menos que Aristóteles (sim, o filósofo); não aproveitou  para mostrar a sua capacidade de estrategista em batalhas que lutou ainda com seu pai; não mostra a fundação da cidade de Alexandria (332 aC), que logo se tornou o principal porto do norte do Egito, com sua localização privilegiada, na encruzilhada das rotas da Ásia, da África e da Europa, transformou a cidade num lugar ideal para concentrar arte, a ciência e a filosofia do Oriente e do Ocidente e que existe até hoje; não foi mostrado o primeiro embate com o Rei da Persa Dario, antes de o vencer na Batalha de Gaugamela e também não há nenhuma referência sobre a famosíssima história do Nó Górdio (resumindo: Lenda do período que dizia que quem conseguisse desfazer o tal nó, governaria o mundo e Alexandre, ao passar pela cidade, não desfez o nó, mas sim o partiu, mas que de qualquer forma a lenda se cumpriu!). E pior, não faz nenhuma alegação sobre a mais famosa Biblioteca do Mundo que foi construída por Ptolomeu I Soter no século IV aC e elevou a cidade ao nível de importância cultural de Roma e Atenas. E ainda: que a grandiosidade de Alexandre não conseguiu ser passada para a telona, que o ator escolhido por Stone para representar o personagem, Farrell não conseguiu convencer o público, com desempenho muito aquém do esperado, para uma figura tão mítica.


No filme a história de Alexandre é contada por Ptolomeu (Anthony Hopkins) ao seu escriba Cadmo (David Bedella), retratando as grandes conquistas e vitórias dos exércitos de Alexandre, e como elas foram com o tempo sendo esquecidas. De como ele era forte, quase um Deus, e mudou o mundo. Antes dele havia tribos e que depois dele tudo passou a ser possível. Ele tinha a idéia de que o mundo poderia ser governado por um só Rei. E construiu um império não só de terras e ouro, mas de mentes, criou uma civilização helênica aberta a todos. Antes havia o vasto Império Persa que dominava quase que todo o mundo conhecido e no Ocidente, as outrora cidade-estado gregas: Tebas, Atenas, Esparta haviam perdido o seu orgulho e em sua maioria, os gregos passaram a ser subornados pelos reis persas, com ouro e se tornaram mercenários. O pai de Alexandre, Felipe II, o Caolho (Val Kilmer), começou a mudar isso, unindo as tribos de pastores e os treinando para se tornarem guerreiros e Alexandre concluiu com excelência seu trabalho. Que Alexandre nasceu da união de Felipe, um pai indiferente e de Olímpia (Angelina Jolie), uma mãe que nutria por ele um amor possessivo e manipulador, sendo criado num ambiente de relações explosivas e conflitivas. Nasceu em Pela, Macedônia, em 356 aC, entre 20 e 30 de julho.
No filme, Stone em seu projeto ambicioso, trás a todos uma idéia mais ambígua de Alexandre, que ao mesmo tempo era corajoso e forte, apresentava conflitos e inseguranças. Em alguns momentos um tirano, em outros um sonhador, um visionário, que tinha sede de conquista, mas também de conhecimento e de novas descobertas, novas culturas, por isso não tornava o povo conquistado em real inimigo, mas em novos parceiros. Também aborda sua vida pessoal, sua bissexualidade, seu amor por Hefasthion e também por Roxanna. E acredito ser esta a razão de tanto desagrado do público e críticos ligados a Sétima Arte, esta quebra de paradigma: exposição de relações homoafetivas que eram tão marcantes nas civilizações gregas e depois nas romanas, ligadas a figuras tão fortes e másculas, porque não dizer poderosas, como se uma condição invalidasse a outra. O mesmo acontece com Aquiles, no filme Tróia de Wolfgang Petersen, que tinha um “amor especial”, por Pátroclo, mas que no filme, foi colocado como seu sobrinho. Acredito que Stone nos apresenta um ser humano, com sua complexidade e ambiguidade de comportamentos e não um “Deus” que a História é contada e assinalada, mas não podemos esquecer que foram escritas por homens, que desejam contar e nos fazer acreditar, sendo que tudo de acordo com suas óticas.     

       
Tem uma bela fotografia assinada por Rodrigo Pietro, Direção de Arte de Jan Roelfs e Trilha Sonora de Vangelis. Figurino de Jenny Beavan. Tudo impecável e grandioso, bem ao estilo Stone.
Em apenas 8 anos, Alexandre faz um feito que ficou marcado para sempre, espalhou a cultura grega pelo mundo, sendo que com 25 anos já havia conquistado praticamente o mundo conhecido até então, mas morre ainda jovem aos 33 anos, sendo envenenado. 
Curiosidades: Há registros de que Ptolomeu escreveu mesmo sobre Alexandre, mas que foi queimado quando ocorreu o grande incêndio da famosa Biblioteca de Alexandria e que se perdeu entre tantos outros registros de acontecimentos e fatos da época.    
Houve uma outra produção em 1956, dirigido por Robert Rossen e estrelado por Richrad Burton, Fredric March, Claire Bloom, entre outros.


Indicações e Premiações: só foi indicado ao Framboesa de Ouro, que é um prêmio de deboche, tipo o pior de tudo, para Filme, Diretor, Atriz, Ator, Ator Coadjuvante e Roteiro. 
Não concordo com esta opinião, mas...
Recomendo sim!!!





domingo, 5 de abril de 2020

A favorita


Diretor: Yorgos Lanthinos
Atores: Olívia Colmann, Rachel Weisz, Emma Stone, Nicholas Hoult, James Smith, Jenny Reinford
Gênero: Biografia
Ano: 2019
Duração: 120 minutes

Sinopse: a Inglaterra está em guerra com a França. A frágil rainha Anne da Grâ-Bretanha (Olívia Colmann), ocupa p trono e uma amiga próxima Sarah Churchill, Duquesa de Malborough (Rachel Weisz),  governa em seu nome e enquanto cuida da saúde e do temperamento instável da rainha, uma nova empregada Abigail (Emma Stone) chega à corte, seu parentesco a aproxima de Sarah, que a coloca sob suas asas, e Abgail vê isso como a chance de retornar ao seu status na aristocracia. E conforme as políticas de guerra tomam cada vez mais o tempo de Sarah, Abgail começa a se aproximar cada vez mais da rainha. Essa amizade a deixa mais próxima de alcançar seus objetivos , e ela não vai deixar nenhuma mulher, homem ou política ficarem em seu caminho.


Filme interessante que trás o universo feminino visto de uma ótica mais debochada e cínica do diretor grego Yorgos, que tem como característica apresentar temas que parecem ser do cotidiano, mas que vai muito além da normalidade, neste filme ele trás o luxo e esplendor visual da corte inglesa, mas seus personagens são grosseiros e pouco refinados e seu foco é na intriga entre as três personagens, com cenas bizarras e hilárias. Ou seja, com uma visão muito cínica da época, onde o universo é feminino (o poder está na mão das mulheres), todas as decisões são tomadas a parir delas, inclusive a sexual, os homens são apresentados como personagens superficiais e muitas vezes ridicularizados, neste filme ocupam um lugar realmente secundário e por que não dizer substituíveis. Uma visão muito diferente do que já foi apresentando em outros filmes anteriormente, como Razão e sensibilidade (1.995), Ligações perigosas (1.988), Orgulho e preconceito (2.005) e A outra (2.008), onde apesar de toda intriga, as mulheres eram de certa forma subjugadas à figura masculina, a uma visão machista da sociedade. Neste filme, as mulheres tem um  comportamento muito parecido com o que os homens tiveram durante séculos, não são diferentes e nem melhores, tem comportamentos iguais. O filme também aborda perdas (afetivas e de poder) e como cada um se posiciona diante disso e mais ainda, insinua um questionamento sobre a exerção do poder ser inversamente  proporcional à maternidade.  

O elenco realmente afinado, as atrizes principais estão maravilhosas, tanto que foram indicadas nas categorias de Melhor Atriz (Olívia) e Atriz Coadjuvante (Stonne e Weisz), levaram a rivalidade da ficção pra a vida real, ambas disputando a mesma premiação. 
Curiosidades: O filme foi escrito a partir de um roteiro escrito por Deborah Davis e Tony McNarara. Teve sua estréia mundial no 75  Festival Internacional de Cinema de Veneza em 30/08/18. No EUA, em 23/11/18 e foi aclamado pela crítica, foi elogiado no seu roteiro, direção, cinematografia, música, figurino, valores de produção e as atuações das atrizes principais.
O reinado da Rainha Anne foi de 1.702 a 1.714, herdou o trono do seu tio, o Rei Carlos II, que não teve filhos legítimos. Anne  governou por 12 anos, período onde sofreu muitos problemas de saúde (depressão, gota), perdeu 17 dos filhos que teve com seu marido (nem mencionado no filme), o Príncipe Jorge, da Dinamarca. Alguns fontes, dizem que ela não era bem como foi retratada no filme, não era tão imatura, temperamental, histérica e alienada, como foi mostrado no filme; mas que devido as doenças e dores terríveis que sentia, foi se afastando de suas principais responsabilidades. O filme é baseado na história real das personagens.
É uma trama "picante" também, por abordar relações homossexuais dentro da realeza britânica e isso é algo que não acontece todo dia. Rsrsrsr
Kate Winslet foi originalmente escolhida para compor o elenco, mas desistiu de seguir com o filme e Rachel a substituiu. O elenco inclui duas vencedoras de Oscar, Emma Stone em La La Lend (2.017) e Rachel por O jardineiro fiel (2.006). É o primeiro filme que o diretor não escreve o roteiro. É o segundo filme que o diretor e a atriz Rachel trabalham juntos, o primeiro foi em O lagosta (2.015). É o segundo filme que os atores Rachel e Nicholas atuam juntos, o primeiro foi em Um grande garoto (2.002).

Indicações e Premiações: teve 10 indicações para o Oscar, para Melhor Filme, Direção,  Roteiro Original, Montagem, Designer de Produção,  Atriz Coadjuvante (2), Fotografia (Robbie Ryan) e Figurino (Sandy Power),  mas só levou um, de Melhor Atriz (Olívia Colmann). Eu particularmente estava torcendo pela atriz Gleen Close, acredito que tenha tido um desempenho mais expressivo que o da Olívia e já foi indicadas outras vezes e nunca ganhou, como por exemplo em Atração fatal (1.988), Ligações Perigosas (1.989) e Albert Nobbs (2.011).

Ao Globo de Ouro, teve 5 indicações: Filme Comédia ou Musical, Atriz, Atriz Coadjuvante e Roteiro, venceu para Melhor Atriz em Comédia ou Musical (Olívia Colmann). 
Já ao BAFTA, "fez a festa", foi indicado e ganhou nas principais categorias: Melhor Filme Britânico, Atriz, Atriz Coadjuvante (Rachel Weisz), Roteiro Original, Direção de Arte e Figurino. 
Prêmio Marcello Mastroianni para Melhor Atriz (Colmann)
No Festival de Veneza para Melhor Roteiro.
Recomendo!!! Filme visualmente lindo e com diálogos muito bons, cada personagem tem uma personalidade ao mesmo tempo complexa e cativante..
É um filme que poderia ser colocado em várias categorias, como Drama e Comédia, apesar de ser um humor negro. 

sexta-feira, 27 de março de 2020

Green book - o guia



Diretor: Peter Farrellly
Atores: Viggo Mortensen, Mahershala Ali, Linda Cardellini, P.J. Byrne
Gênero: Biografia
Duração: 130 minutos
Ano:2019

Sinopse: Em 1962, Tony Lip (Viggo Mortenssen), um dos maiores fanfarrões de Nova York, precisava de trabalho, pois a famosa boate Copacabana, fechou as portas para reforma. Ele então conhece um pianista Don Shirley (Mahershala Ali) que o convida a trabalhar para ele, como motorista numa turnê que fará ao sul do país. Enquanto os dois se chocam no início, um vículo finalmente cresce, na medida que eles viajam. 


O filme me fez lembrar de outros dois mais antigos, Conduzindo Miss Daisy (1989) e o francês Intocáveis (2011), onde duas pessoas com comportamentos e personalidades tão distintas, como que para confirmar aquela Lei da Física, de que os opostos se atraem, acabam por construir uma relação forte e profunda, porém inesperada. E como nos anteriores, o filme trás um conteúdo extremamente racista, sendo que neste o período ocorre na década de 60, mais precisamente nos anos de 1962, e um prisma que vai desde algo mais leve/velado até algo mais escancarado e violento. Com um roteiro inusitado e muito bom, é surpreendente a forma como ocorre o enfrentamento desta discriminação racial, infelizmente ainda tão presente na nossa sociedade. Muito sutil e tem tudo a ver com uma das frases marcantes do filme: "Ser gênio não é suficiente, é preciso coragem para mudar o coração das pessoas". Isso é tão lindo, profundo e digno!!! Tudo foi colocado na medida certa: sem violência demais, o mesmo ocorrendo com o humor, tudo na medida certa.



O filme é comovente e emocionante!!! Ao mesmo tempo pode ser visto como um passatempo, mas também como fonte rica de reflexão e educativo. Presença de uma gama enorme de sentimentos que são mostrados e despertados: racismo, medo, desconstrução do pré-conceito, solidão, baixa autoestima e perfeccionismo. Foi baseado em uma história real, do nascimento de uma amizade improvável, mas duradoura entre o sofisticado e contido pianista Don Shirley e o grosseiro, engraçado e típico ítalo-americano Tony Lip (Vallelonga, mas ganhou o apelido Lip, por ser respondão/bicudo), que era famoso por ser "o leão de chácara", o faz tudo de uma boate famosa.
Curiosidade: o carteiro Victor Hugo Green, criou o Green-book (Livro verde), que listava restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos comerciais, onde os negros eram bem vindos, pois havia muitos lugares onde os banheiros eram separados e onde não podiam entrar.
 É o primeiro drama de Farrelly, era mais conhecido por fazer comédia, como Débi e Lóide, Quem vai ficar com Mary? e o O amor é cego.



O real Tony Lip se tornou ator e foi figurante em vários filmes sobre a máfia, como O poderoso Chefão, Os bons companheiros, Um dia de cão.
Indicaçôes  e Premiaçôes: Ao Globo de Ouro, foi indicado em quatro categorias: e ganhou três Melhor Filme Musical ou Cômico, Roteiro de Cinema e Ator Coadjuvante em Drama ou Musical, só não ganhou para Melhor Diretor.
Ao BAFTA, ganhou para Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali), mas teve outras indicaçôes também, de Melhor Direção, Ator e Roteiro Adaptado.


E ao Oscar teve cinco indicaçôes e ganhou três: para Melhor Filme, Roteiro Original, Ator Coadjuvante, não ganhou para Melhor Montagem e nem para Melhor Ator (Viggo Mortensen).
Foi uma grata surpresa ver este filme, então eu recomendo que veja, não vai se decepcionar e nem se arrepender.

domingo, 13 de outubro de 2019

Vice


 Diretor: Adam McKay
Atores: Chrsitian Bale, Amy Adams, Steve Carell, Sam Rockwell, Bill Pullman, Lily, Rabe, Tyller Perry, Lindsay Hamilton, Allisson Pill
Gênero: Biografia
Duração: 134 minutos
Ano: 2019


Sinopse: Na juventude Dick Cheney (Christian Bale) se associou ao Partido dos Republicanos ao ver na política uma grande oportunidade de ascender na vida. Para tanto se aproxima de Donald Rumsfield (Steve Carell) e logo se torna seu assessor direto. Com a renúncia do ex presidente Richard Nixon, os poucos republicanos que não estavam associados ao governo, ganham imediatamente importância, e com isso, tanto Cheney quanto Rumsfeld retornam à esfera do poder do partido. Décadas depois, com a decisão de George W. Bush (Sam Rockwell) em se lançar candidato à Presidência, Cheney é cortejado para assumir o posto de Vice. Ele aceita,mas com uma condição: que tenha amplos poderes dentro do Governo, caso s chapa formada seja eleita.


Mais um trabalho espetacular de Christian Bale que interpreta o inexpressivo Dick Cheney e sua trajetória na política americana, até se tornar o mais poderoso Vice Presidente dos EUA (2001 a 2009). A idéia da produção é mostrar como as políticas do ambicioso Cheney mudaram o mundo que conhecemos, ele é a figura importante que está por trás do tão falado Presidente George W. Bush e soube usar cada oportunidade para conseguir o que queria. É mostrado um personagem sem carisma, que inicialmente nem sabia o que queria da vida, mas com o incentivo certo da esposa Lynne e seu antigo chefe e mentor Donald (Chefe de Gabinete e Secretário de Estado em Governos do Partido Republicano, que na verdade parece ser a figura que Cheney gostaria de ser, mas não consegue), aliados a sua grande capacidade de observação e inteligência (trabalhava a partir dos bastidores), e ainda com seu grande poder de convencimento, foi engendrando planos e mais planos, chegando onde quis, sem precisar dos holofotes: arquitetou e manipulou a decisão da Guerra contra o Iraque e Afeganistão, pós o dia fatídico de 11 de Setembro de 2001; promoveu atrasos na questão da Energia Solar e mantendo uma forma retrógrada e preconceituosa de pensar, incentivando a população a se manter contra o casamento gay (ainda que sua sucessora e filha, fosse gay). O filme mostra a política hipócrita e oportunista dos políticos Republicanos (de Direita) e suas "artimanhas e jogadas" para permanecerem no poder, contada de uma forma bastante agradável e irônica, de acordo com o ponto de vista do diretor e roteirista McKay (que já mostrou seu talento em outros filmes como A grande aposta (2015), também nesta linha e Homem Formiga (2015). É uma excelente oportunidade para refletirmos, que esta forma de governo: corrupta e interesseira, não só acontece no Brasil. Temos com este filme, um bom panorama da história política dos EUA, neste período. O elenco está maravilhoso, não foi à toa, que todos os principais foram indicados as categorias de melhores atuações. Trilha Sonora assinada por Nicholas Britell e a Fotografia por Greig Fraser.

Curiosidades: é o segundo filme sobre a administração de Presidente George W. Bush, tem o W. (2008), do cineasta Oliver Stone. Em 22 de novembro de 2016, foi anunciado que a Paramount Pictures participara da aquisição dos direitos de um drama sobre a vida de Dick Cheney, que participou inicialmente da gestão de George Bush (pai), que foi o executivo-chefe da Halliburton (Companhia Petrolífera) e que volta ao cenário político novamente se tornando o Vice-Presidente mais poderoso da história americana.


Bale assinou o contrato em abril de 2017, para ser o personagem de Cheney, e grande parte do elenco se juntou à produção no decorrer do ano, sendo que as gravações começaram em Setembro de 2017. Ele conta que precisou fazer um trabalho de laboratório muito mais minucioso que o normal, precisou dominar todo o linguajar que um político usa, e ainda o sotaque e o jeito lento de falar de Cheney. E teve que engordar 20 kg para interpretar o político 33 anos mais velho, comeu muitas tortas e engrossou o pescoço graças a uma técnica de exercícios específicos, teve que descolorir as sobrancelhas e raspar a cabeça. O filme teria uma sequência musical para reforçar o tom de comédia, mas a cena foi cortada porque McKay decidiu tornar o filme mais sério. Sam  Rockwell usou prótese no nariz e na boca, para se parecer mais com o presidente. E tem uma coincidência, Bale e Cheney nasceram no mesmo dia, 30 de Janeiro, só que Cheney em 1941 e Bale só veio ao mundo em 1974. 
Indicações: ao Globo de Ouro foi indicado nas categorias Melhor Filme em Comédia ou Musical, Diretor, Atriz Coadjuvante para Comédia ou Musical e Ator Coadjuvante para Comédia ou Musical. Venceu para Melhor Ator. Ao Oscar foi indicado para Melhor Filme, Diretor, Ator, Atriz Coadjuvante, Ator Coadjuvante, Roteiro Original, Montagem, vencendo na categoria de Melhor Maquiagem e Penteados. Ao BAFTA foi indicado para Melhor Ator, Atriz e Ator Coadjuvante, Roteiro Original, Maquiagem e Edição.
Recomendo. Filme muito bom no seu estilo,só não espere grandes ações. É um filme mais lento, mas não menos interessante, propiciando muitas reflexões!!!